Movimento dos Focolares

Visita a Qum: mística e espiritualidade podem salvar a humanidade

Jun 19, 2014

Publicamos alguns trechos do diário de viagem de Roberto Catalano, coresponsável do Centro para o diálogo interreligioso dos Focolares. Na capital religiosa do Irã, para além dos estereótipos.

20140619-01«Estamos em Qum, a capital religiosa do Islam xiita iraniano. Uma cidade que se descreve com algumas cifras: pouco menos de um milhão de habitantes, centenas de universidades, instituições acadêmicas, seminários religiosos, entre os quais se destaca o feminino com 12 mil estudantes. Há cerca de 40 mil estudantes do Corão e de outros aspectos do Islamismo. «A primeira manhã nesta “cidade santa” concluiu-se com um momento de grande espiritualidade e intenso envolvimento emotivo precisamente neste lugar. Aproximamo-nos para entrar naquele que todos consideram um dos lugares mais visitados da tradição xiita no mundo: o santuário intitulado à Fatima Masumah, mulher morta muito jovem, com menos de trinta anos. Fatima era a irmã do Imam Ali ibn Musa Rida (o oitavo imam, segundo a tradição xiita) e a filha do sétimo Imam (Musa al Kdhim). A tradição desta parte do Islam considera muitas vezes as mulheres como santas, sobretudo quando são parentes de um dos imam. Aqui as nossas guias, gentilíssimas e que falam um inglês perfeito, dizem-nos que se chega a 15 milhões de peregrinos por ano. Aquilo que mais impressiona neste ambiente são a fé, a espiritualidade e a profundidade do sentido do sagrado. Passar um dia neste ambiente, significa mergulhar no mundo da mística e do espírito para além das palavras e daquilo que se vê e se toca: experimenta-se!». «Serenidade e paz, o Irã que não se imagina. É serena a vida austera e empenhada de Qum, onde o empenho em conhecer, em estudar, em seguir o caminho da sabedoria islâmica e das suas leis, ocupa a mente e o coração das pessoas com evidentes reflexos sociais. É impressionante o número de bibliotecas e também de livrarias. As pessoas aglomeram-se! «Penso em tudo o que os media na Europa nos impingem deste povo, os esteriótipos, os olhares cruéis dos seus líderes. É claro que tudo é possível, mas experimentar a vida aqui é bem diferente. O contato faz desmoronar estes estereótipos. Sinceramente, poucas vezes encontrei esta paz e esta serenidade. Entendo porque a mística sufi (de “sufismo”, ou seja, a dimensão mística do Islamismo) encontrou entre os antepassados deste povo a sua raiz. «Ao fim do dia, no sol quente de Qum, que neste verão levará a temperatura até os 45-50 graus, tenho no coração a consciência de que a mística e a espiritualidade realmente podem salvar a humanidade e representam a possibilidade de encontro entre as várias tradições religiosas». Fonte: blog de Roberto Catalano

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