Movimento dos Focolares

Dezembro 2011

“Preparai o caminho do Senhor, endireitai as veredas para Ele.” Mas se, por um lado, essa frase fala de alegria, por outro, ela é também um convite para darmos um novo rumo a toda a nossa existência, para mudarmos radicalmente de vida. O Batista convida-nos a preparar o caminho do Senhor. Mas qual é esse caminho? Antes de sair à vida pública para iniciar a sua pregação e anunciado pelo Batista, Jesus passou pelo deserto. É esse o seu caminho. E no deserto, ao mesmo tempo em que encontrou a profunda intimidade com seu Pai, encontrou também as tentações, tornando-se assim solidário com todos os homens. E de lá saiu vencedor. É o mesmo caminho que encontramos mais tarde, na sua morte e ressurreição. Tendo-o percorrido até o fim, Jesus torna-se, Ele próprio, “caminho” para nós que estamos peregrinando. Ele mesmo é o caminho que devemos percorrer para podermos realizar completamente a nossa vocação humana, que é entrar na plena comunhão com Deus. Cada um de nós é chamado a preparar o caminho para Jesus, que deseja entrar na nossa vida. É preciso, então, aplainar as veredas da nossa existência para que Ele possa vir habitar em nós. É preciso preparar-lhe o caminho, eliminando um a um todos os obstáculos: tanto os que são colocados pelo nosso modo limitado de ver, quanto os que provêm da nossa vontade enfraquecida. É preciso ter a coragem de optar entre um caminho que nos agrade e aquele que Ele escolheu para nós; entre a nossa vontade e a vontade Dele, entre um programa desejado por nós e aquele que foi imaginado pelo seu amor onipotente. Uma vez tomada essa decisão, é preciso trabalhar para moldar a nossa vontade teimosa de acordo com a Dele. De que forma? Os cristãos realizados ensinam um método bom, prático, inteligente: “agora, já”. No momento presente, eliminar pedra após pedra, para que em nós viva não mais a nossa vontade, mas a Dele. Desse modo teremos vivido a Palavra: “Preparai o caminho do Senhor, endireitai as veredas para Ele.” Chiara Lubich   Esta Palavra de Vida foi publicada em dezembro de 1982

Leigos, uma cascata de luz

Leigos, uma cascata de luz

Maria Voce cumprimenta o Santo Padre

“Uma boa dose de otimismo, porque percebe-se que Deus está agindo na Igreja”. Foi a consideração espontânea da presidente dos Focolares, Maria Voce, na conclusão da Assembleia anual do Conselho Pontifício para os Leigos, da qual participou. O ministério vaticano, que sustenta as atividades dos fieis leigos e das associações e movimentos, nas várias realidades do mundo, desejou este ano dedicar o encontro ao tema “A questão de Deus hoje”. Três dias intensos, 24 a 26 de novembro, com encontros e debates, testemunhos concretos e pessoais – fato inédito – de alguns leigos, sobre como a vida deles foi transformada pelo encontro com Deus. “Parecia-me – comentou Maria Voce a este propósito – que na Igreja tivesse entrado quase um novo estilo de comunhão, que privilegia a narração de experiências de vida vivida”. Das intervenções na plenária emergia a forte urgência atual de falar de Deus. “Deixar de fazê-lo – observou Maria Voce – significaria renunciar à busca da verdade, aquela que se manifesta na desesperada sede de felicidade e na angústia diante da perspectiva da morte. Mas para fazê-lo é necessário ‘dar um passo ulterior’, que é o da relação profunda com o outro, uma relação verdadeira, onde cada um deve morrer a si mesmo para acolher completamente o outro. Uma morte por amor, uma dádiva”. As Assembleias anuais do Conselho Pontifício para os Leigos são também oportunidades preciosas para encontrar os membros de outros Movimentos e Associações. “Nessas ocasiões – afirmou a presidente – vê-se quanto relacionamento os Movimentos tem entre si. Sente-se que esse relacionamento é construído nas várias partes do mundo”. África, Europa, Américas, Ásia, Oriente Médio. Maria Voce recordou: “Emergia uma presença nova do martírio, e os movimentos são muito comprometidos nesse testemunho: testemunhar Deus até nessas condições, vivendo plenamente a fé. E enquanto, em algumas regiões do mundo, existe o martírio de sangue, na Europa, ao invés, existe o problema do secularismo, e os cristãos dão um testemunho forte, que muitas vezes, aqui também, traz a marca do martírio”. Na Assembleia falou-se ainda da Jornada Mundial da Juventude de Madri. “Uma extraordinária cascata de luz, de alegria e de esperançadisse o Papa Bento XVI encontrando os participantes – iluminou Madri, mas também a velha Europa e o mundo inteiro, propondo novamente, de modo claro, a atualidade da busca de Deus. Ninguém pode ficar indiferente, ninguém pode pensar que a questão de Deus seja irrelevante para o homem de hoje”. Também a presidente do Movimento dos Focolares cumprimentou pessoalmente o Papa Bento XVI, que disse: “Os focolarinos não podem faltar”. “Santo Padre – ela respondeu –, este ano todo o Movimento está empenhado em viver a Palavra de Deus, assim nos preparamos também para o Sínodo”. E o Papa disse: “Obrigado”.