1 Nov 2011 | Palavra de Vida, Sem categoria
“Portanto, vigiai, pois não sabeis o dia, nem a hora.” Com essas palavras, Jesus lembra primeiramente que Ele virá. A nossa vida na terra terminará e começará uma vida nova, que não terá mais fim. Hoje, ninguém quer falar da morte… Às vezes as pessoas fazem de tudo para se distrair, mergulhando completamente nas ocupações do dia a dia, chegando até a esquecer Aquele que nos deu a vida e que nos haverá de pedi-la para introduzir-nos na plenitude da vida, na comunhão com o seu Pai, no Paraíso. Estaremos prontos para encontrá-lo? Teremos a lâmpada acesa, como as virgens prudentes que esperam pelo esposo? Em outras palavras: estaremos no amor? Ou a nossa lâmpada estará apagada, porque, tomados pelas muitas coisas que temos a fazer, pelas alegrias passageiras, pela posse dos bens materiais, acabamos esquecendo a única coisa necessária, que é amar? “Portanto, vigiai, pois não sabeis o dia, nem a hora.” Mas, vigiar de que modo? Primeiramente, como sabemos, quem ama vigia bem. Sabe disso a mulher que fica à espera do marido que trabalha até tarde ou que volta de uma viagem distante; sabe disso a mãe preocupada com o filho que ainda não voltou para casa; sabe disso o namorado que não vê a hora de se encontrar com a namorada… Quem ama sabe esperar, mesmo quando o outro demora a chegar. Estaremos à espera de Jesus, se o amarmos e se desejarmos ardentemente encontrá-lo. E estaremos à sua espera, amando concretamente, servindo-o, por exemplo, nos que estão próximos ou nos engajando na construção de uma sociedade mais justa. É o próprio Jesus que nos convida a viver assim, ao contar a parábola do administrador fiel que, enquanto espera a volta do senhor, cuida do pessoal e dos negócios da casa; ou a parábola dos empregados que, sempre à espera da volta do patrão, se esmeram em fazer frutificar os talentos recebidos. “Portanto, vigiai, pois não sabeis o dia, nem a hora.” Justamente por não sabermos nem o dia, nem a hora da sua chegada, podemos concentrar-nos mais facilmente no instante que nos é dado, nas preocupações do dia, no momento presente que a Providência nos oferece para viver. Tempos atrás, veio-me espontânea esta oração. Gostaria agora de relembrá-la: “Sim, Jesus, faz que eu fale sempre como se fosse a última palavra que profiro. Faz que eu aja sempre como se fosse a última ação que faço. Faz que eu sofra sempre como se fosse o último sofrimento que tenho pra te oferecer. Faz que eu reze sempre como se fosse a última possibilidade que aqui na terra tenho, de conversar contigo.” Chiara Lubich A oração citada foi publicada no livro: Chiara Lubich, Cada momento é uma dádiva de amor, Cidade Nova 2002, p. 63. Esta Palavra de Vida foi publicada em novembro de 1996 e em novembro de 2002.
1 Nov 2011 | Sem categoria
Lançados no infinito[1]
Os santos são portentos
que, vista no Senhor a grandeza deles,
por Deus jogam, quais filhos seus,
tudo de seu.
Dão sem pedir em troca.
Dão a vida, a alma, a alegria,
todo liame terreno, toda riqueza.
Livres e sós,
lançados no infinito,
anseiam que o Amor os introduza
nos Reinos eternos.
Mas já nesta vida
sentem encher-se-lhes o coração de amor,
do verdadeiro amor, do único amor,
que sacia, que consola,
daquele amor que fere
as pálpebras da alma e doa
lágrimas novas.
Ah! Homem algum sabe o que é um santo.
Deu e ora recebe;
e um fluxo incessante
passa entre Céu e terra,
liga a terra ao Céu,
e verte dos abismos
enlevo raro, linfa celeste,
que não pára no santo,
mas passa sobre os cansados, sobre os mortais,
sobre os cegos e paralíticos na alma,
e irrompe, e orvalha,
e soleva, e seduz, e salva.
Se queres saber do amor, indaga ao santo.
Chiara Lubich
[1] Chiara Lubich, Ideal e Luz, Cidade Nova 2010
31 Out 2011 | Focolare Worldwide
Mais de dois meses de chuvas incessantes, muito superiores às previstas todo ano, estão flagelando a Tailândia e cerca de oito milhões de pessoas. As províncias mais atingidas são Ayutthaya, Pathum Thani e Nakhon Sawan, onde o nível da água superou a marca dos quatro metros de altura. Alguns membros do Movimento dos Focolares que moram em Bangkok escreveram: «As consequências de tudo o que aconteceu estão diante dos olhos de todos: vilas inteiras evacuadas, zonas industriais invadidas pela água com a perda de dezenas de milhares de postos de trabalho, escolas fechadas por tempo indeterminado. Serão necessários anos para recuperar tudo o que perdemos». Mas mesmo nesta situação dramática acontecem fatos que falam de uma esperança ainda possível, de um desejo de renascimento mais forte do que o sofrimento. Escreveram ainda, de Bangkok: «O que ninguém esperava, ao menos nessa proporção, era o amor concreto, a ajuda que muitas pessoas estão dando a quem sofre. Uma repórter da CNN definiu “um inacreditável efeito social” o que está acontecendo na Tailândia. E é assim. Todos se ajudam, procuram fazer alguma coisa por quem foi atingido; milhares de voluntários trabalharam dias inteiros para preparar 1.200.000 sacos de areia que servem para proteger ou elevar as margens de alguns importantes canais nas regiões de defluxo. A maioria dos que trabalharam eram jovens, que quiseram contribuir para salvar o que era possível». A ação dos Focolares para levar ajuda material, espiritual e moral faz parte desse trabalho comum que envolve todo o país, encorajando experiências de fraternidade que dão credibilidade a qualquer esperança. Dentre os muitos depoimentos que chegam à nossa Redação escolhemos o de S. C., professor universitário, que conta: «Junto com meus alunos procurei entender o que fazer pelas vítimas das enchentes. Conversando entre eles, decidiram coletar dinheiro, falando com as pessoas nas ruas, subindo nos trens. Era preciso uma certa coragem, mas mesmo assim… cerca de 20 deles marcaram um encontro diante de uma grande loja, munidos de cartazes, uma caixa e dois violões. Todos são jovens budistas, convictos da importância de fazer o bem aos outros. Eu os encorajei a viverem a fraternidade entre eles, antes de tudo, oferecendo as dificuldades e o cansaço pelo bem do país. A coleta superou as expectativas, 17.700 baht, uma cifra considerável para a nossa economia. Mais do que tudo contribuiu para alargar os corações dos jovens sobre as necessidades dos outros. Esta ação deles continua a produzir os seus frutos».
30 Out 2011 | Sem categoria

Fiera di Primiero
Uma espiritualidade de comunhão, coletiva, como dizia Paulo VI, é o novo caminho de Chiara Lubich, nascido do Evangelho. Mas quais as suas características? Quais os fatos que, desde o início, levaram à certeza de terem nascido para contribuir à unidade dos homens com Deus e entre eles? Vamos descobri-lo juntos. Em maio de 1944, no porão escuro da casa de Natalia Dallapiccola, para onde ela havia transferido o seu quarto, para proteger-se, de algum modo, dos eventuais bombardeios, à luz de vela Chiara a suas amigas de Trento liam o Evangelho, como já era um hábito para elas. O abriram ao acaso e encontraram a oração que Jesus pronunciou antes de morrer: «Pai, que todos sejam uma coisa só» (Jo 17,21). Este é um texto evangélico extraordinário e complexo, o “testamento de Jesus”, estudado por exegetas e teólogos de toda a cristandade, mas naquela época um pouco esquecido, porque misterioso para a maioria. Aquela passagem de São João poderia parecer não fácil para jovens como Chiara, Natalia, Doriana e Graziella. Mas elas intuíram que aquela seria a “sua” passagem evangélica, a unidade. Num daqueles dias, em Trento, passando sobre a ponte Fersina, Chiara disse às suas amigas: «Entendi que devemos amar-nos como diz o Evangelho: até tornarmo-nos uma coisa só». Mais tarde, no Natal de 1946, elas escolheram como lema uma frase radical: «Ou a unidade ou a morte». Chiara escreveu, em 2000: «Um dia estava com minhas amigas, e abrindo o pequeno livro, li: “Pai, que todos sejam uma coisa só” (Jo 17,21). Era a oração de Jesus antes de morrer. Pela sua presença entre nós e por um dom do seu Espírito, pareceu-me entender um pouco aquelas palavras difíceis e fortes, e nasceu em meu coração a convicção de que tínhamos nascido para aquela página do Evangelho: para a unidade, isto é, para contribuir à unidade dos homens com Deus e entre eles. Algum tempo depois, conscientes da divina audácia de um programa que somente Deus podia atuar, ajoelhadas ao redor de um altar, pedimos a Jesus que realizasse aquele seu sonho usando de nós, se isto estivesse nos seus planos. No início, diante da grandeza da missão, tínhamos às vezes a impressão de desfalecer, e vendo as multidões que teríamos que reunir na unidade, o desânimo nos assolava.
Mas aos poucos, docemente, o Senhor nos fez entender que a nossa missão era como aquela de um menino que lança uma pedra na água, e ao redor daquela pedra se fazem muitos círculos, cada vez maiores, que parecem quase infinitos. Entendemos que nós deveríamos criar a unidade ao nosso redor, no ambiente onde estamos, e que depois – quando já estivéssemos no céu – iríamos ver círculos gigantescos, até que no fim dos tempos se realizariam os planos de Deus. Para nós foi claro, desde o primeiro momento, que esta unidade possuía um único nome: Jesus. Para nós ser uma coisa só significava ser Jesus, ser todos Jesus. De fato somente Cristo pode fazer de dois um, porque o seu amor, que é anulação de si, que é ausência de egoísmo, nos faz entrar profundamente no coração dos outros. O que eu escrevia, naqueles tempos, demonstra a maravilha diante de uma realidade sobrenatural tão sublime: “A unidade! Mas quem ousará falar dela? É inefável como Deus! Poder ser sentida, pode ser vista, regozija-se com ela, mas… é inefável! Todos regozijam-se com a sua presença, todos sofrem com a sua ausência. É paz, gáudio, amor, ardor, clima de heroísmo, de suma generosidade. É Jesus entre nós!”».
29 Out 2011 | Sem categoria
Já se passou um ano da sua beatificação, vivida por mais de 20 mil jovens que estavam em Roma para a ocasião, e por muitos outros que a assistiram ao vivo, em todo o mundo. São muitos os que hoje querem conhecê-la e imitá-la. O forte testemunho de Chiara Luce Badano, a gen de Gênova (Itália) que a Igreja reconheceu como bem-aventurada, parece que fez a santidade voltar à moda. Os seus “dezessete anos plenos de vida, de amor e de fé” (Papa Bento XVI) acordou em muitos jovens – e não só – o desejo de consumar a própria vida para coisas grandes. Descobrem que a santidade pode ser vivida no cotidiano. “Chiara Luce nos ensinou que nós também podemos amar sempre e incondicionalmente”. Este é um dos comentários feitos no Brasil, num dos tantos encontros que se multiplicaram pelo mundo, inclusive através do musical “Life Love Light”. Da Itália à Espanha – durante a JMJ – e outros países europeus, do Oriente Médio à Ásia, chegando às Américas, Austrália e várias nações africanas. Inumeráveis os pedidos aos seus pais, Maria Teresa e Ruggero Badano, para que contem a história. Todos a sentem viva, uma pessoa com quem se pode estabelecer uma relação. E como bem se exprimiu uma jovem: “Chiara Luce ensinou-me algo muito forte: não posso me tornar santa sozinha, devemos ser santos juntos”. Ao apresentar a maravilhosa figura dessa jovem beata, Chiara Lubich, fundadora do Movimento dos Focolares, afirmou: “A finalidade do Movimento é cooperar com a Igreja na realização do testamento de Jesus, ‘que todos sejam um’. Chiara Luce, ainda criança, tinha entendido que os sofrimentos são pérolas preciosas, que devem ser acolhidas com predileção durante o dia. Por isso viveu com Jesus, com Ele transformou a sua paixão em um canto nupcial. Sim, Chiara Luce é uma gen realizada, testemunha coerente do nosso ideal, já maduro nela aos 18 anos”. A sua história viaja utilizando todos os meios: mais de 30 mil cópias do livro “A clara luz de Chiara Luce” e mais de 15 mil de “Do teto para baixo”, editados em várias línguas. E ainda milhares de cópias de DVDs e CDs musicais sobre a sua vida e sobre a festa da sua beatificação. Mas é principalmente na internet que se vê quantos a conhecem, ou a descobrem nas circunstâncias mais imprevisíveis, e desejam viver como ela. A sua página no Facebook conta numerosos fãs que interagem inserindo posts, comentários, fotos, compartilhando. O site “Life Love Light” tornou-se uma referência para quem quer comunicar as próprias descobertas do sentido da vida de Chiara Luce, e da sua felicidade, como ela mesma exprimiu nas suas últimas palavras: “Mamãe, tchau! Seja feliz porque eu sou feliz!”. Canal oficial no You Tube: http://www.youtube.com/user/ChannelChiaraLuce