Lançados no infinito[1]
Os santos são portentos
que, vista no Senhor a grandeza deles,
por Deus jogam, quais filhos seus,
tudo de seu.
Dão sem pedir em troca.
Dão a vida, a alma, a alegria,
todo liame terreno, toda riqueza.
Livres e sós,
lançados no infinito,
anseiam que o Amor os introduza
nos Reinos eternos.
Mas já nesta vida
sentem encher-se-lhes o coração de amor,
do verdadeiro amor, do único amor,
que sacia, que consola,
daquele amor que fere
as pálpebras da alma e doa
lágrimas novas.
Ah! Homem algum sabe o que é um santo.
Deu e ora recebe;
e um fluxo incessante
passa entre Céu e terra,
liga a terra ao Céu,
e verte dos abismos
enlevo raro, linfa celeste,
que não pára no santo,
mas passa sobre os cansados, sobre os mortais,
sobre os cegos e paralíticos na alma,
e irrompe, e orvalha,
e soleva, e seduz, e salva.
Se queres saber do amor, indaga ao santo.
Chiara Lubich
[1] Chiara Lubich, Ideal e Luz, Cidade Nova 2010
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