30 Nov 2011 | Palavra de Vida, Sem categoria
“Preparai o caminho do Senhor, endireitai as veredas para Ele.” Mas se, por um lado, essa frase fala de alegria, por outro, ela é também um convite para darmos um novo rumo a toda a nossa existência, para mudarmos radicalmente de vida. O Batista convida-nos a preparar o caminho do Senhor. Mas qual é esse caminho? Antes de sair à vida pública para iniciar a sua pregação e anunciado pelo Batista, Jesus passou pelo deserto. É esse o seu caminho. E no deserto, ao mesmo tempo em que encontrou a profunda intimidade com seu Pai, encontrou também as tentações, tornando-se assim solidário com todos os homens. E de lá saiu vencedor. É o mesmo caminho que encontramos mais tarde, na sua morte e ressurreição. Tendo-o percorrido até o fim, Jesus torna-se, Ele próprio, “caminho” para nós que estamos peregrinando. Ele mesmo é o caminho que devemos percorrer para podermos realizar completamente a nossa vocação humana, que é entrar na plena comunhão com Deus. Cada um de nós é chamado a preparar o caminho para Jesus, que deseja entrar na nossa vida. É preciso, então, aplainar as veredas da nossa existência para que Ele possa vir habitar em nós. É preciso preparar-lhe o caminho, eliminando um a um todos os obstáculos: tanto os que são colocados pelo nosso modo limitado de ver, quanto os que provêm da nossa vontade enfraquecida. É preciso ter a coragem de optar entre um caminho que nos agrade e aquele que Ele escolheu para nós; entre a nossa vontade e a vontade Dele, entre um programa desejado por nós e aquele que foi imaginado pelo seu amor onipotente. Uma vez tomada essa decisão, é preciso trabalhar para moldar a nossa vontade teimosa de acordo com a Dele. De que forma? Os cristãos realizados ensinam um método bom, prático, inteligente: “agora, já”. No momento presente, eliminar pedra após pedra, para que em nós viva não mais a nossa vontade, mas a Dele. Desse modo teremos vivido a Palavra: “Preparai o caminho do Senhor, endireitai as veredas para Ele.” Chiara Lubich Esta Palavra de Vida foi publicada em dezembro de 1982
30 Nov 2011 | Sem categoria

Maria Voce cumprimenta o Santo Padre
“Uma boa dose de otimismo, porque percebe-se que Deus está agindo na Igreja”. Foi a consideração espontânea da presidente dos Focolares, Maria Voce, na conclusão da Assembleia anual do Conselho Pontifício para os Leigos, da qual participou. O ministério vaticano, que sustenta as atividades dos fieis leigos e das associações e movimentos, nas várias realidades do mundo, desejou este ano dedicar o encontro ao tema “A questão de Deus hoje”. Três dias intensos, 24 a 26 de novembro, com encontros e debates, testemunhos concretos e pessoais – fato inédito – de alguns leigos, sobre como a vida deles foi transformada pelo encontro com Deus. “Parecia-me – comentou Maria Voce a este propósito – que na Igreja tivesse entrado quase um novo estilo de comunhão, que privilegia a narração de experiências de vida vivida”. Das intervenções na plenária emergia a forte urgência atual de falar de Deus. “Deixar de fazê-lo – observou Maria Voce – significaria renunciar à busca da verdade, aquela que se manifesta na desesperada sede de felicidade e na angústia diante da perspectiva da morte. Mas para fazê-lo é necessário ‘dar um passo ulterior’, que é o da relação profunda com o outro, uma relação verdadeira, onde cada um deve morrer a si mesmo para acolher completamente o outro. Uma morte por amor, uma dádiva”. As Assembleias anuais do Conselho Pontifício para os Leigos são também oportunidades preciosas para encontrar os membros de outros Movimentos e Associações. “Nessas ocasiões – afirmou a presidente – vê-se quanto relacionamento os Movimentos tem entre si. Sente-se que esse relacionamento é construído nas várias partes do mundo”. África, Europa, Américas, Ásia, Oriente Médio. Maria Voce recordou: “Emergia uma presença nova do martírio, e os movimentos são muito comprometidos nesse testemunho: testemunhar Deus até nessas condições, vivendo plenamente a fé. E enquanto, em algumas regiões do mundo, existe o martírio de sangue, na Europa, ao invés, existe o problema do secularismo, e os cristãos dão um testemunho forte, que muitas vezes, aqui também, traz a marca do martírio”.
Na Assembleia falou-se ainda da Jornada Mundial da Juventude de Madri. “Uma extraordinária cascata de luz, de alegria e de esperança – disse o Papa Bento XVI encontrando os participantes – iluminou Madri, mas também a velha Europa e o mundo inteiro, propondo novamente, de modo claro, a atualidade da busca de Deus. Ninguém pode ficar indiferente, ninguém pode pensar que a questão de Deus seja irrelevante para o homem de hoje”. Também a presidente do Movimento dos Focolares cumprimentou pessoalmente o Papa Bento XVI, que disse: “Os focolarinos não podem faltar”. “Santo Padre – ela respondeu –, este ano todo o Movimento está empenhado em viver a Palavra de Deus, assim nos preparamos também para o Sínodo”. E o Papa disse: “Obrigado”.
29 Nov 2011 | Cultura, Focolari nel Mondo, Sem categoria, Spiritualità
A partir de hoje, graças à iniciativa de um jovem brasileiro, Guilherme Moura, o passa-palavra chega diretamente ao bolso, por meio de um novo App, que pode ser baixado gratuitamente deste endereço: http://itunes.apple.com/it/app/passa-parola/id478614030?mt=8 Viver o momento presente sem pressa, recomeçar no momento presente, não deixar fugir o momento presente. Ou então: ter no coração a Vontade de Deus no momento presente, identificar-se com a Vontade de Deus, ou ainda, deixar-se purificar pela Palavra, esforçar-se em viver a Palavra sem compromissos… são alguns exemplo dos passa-palavra que nos acompanham já há mais de dez anos. Foi no ano de 2001 que Chiara Lubich, que naquele momento estava na Áustria, comunicou uma sua experiência, fruto da descoberta da importância de viver o assim chamado “momento presente”, o único que está realmente nas nossas mãos, porque “o passado não existe mais e o futuro deve ainda chegar”. E desde então, dia a dia, um lema, um micropensamento espiritual, uma espécie de concentrado que chama a atenção especialmente ao amor concreto para cada irmão ou irmã que passa ao nosso lado. Podemos considerar isso também uma forma de “Twitteratura”, mensagens breves e sabedoria essencial, como escreveu Antonio Spadaro, num artigo da revista Civilização Católica, de julho de 2010. O Twitter, um site de relacionamento que consente enviar mensagens breves (os twetts, literalmente assobios), com não mais de 140 caracteres, tem justamente a característica da rapidez e – lembra ainda Spadaro – “é a sabedoria da reflexão religiosa que acompanhou, por séculos, o homem ocidental nessa necessidade de sabedoria essencial e extremamente concisa”. No artigo ele cita várias formas, dos haiku japoneses, às antífonas e salmos, até indicar a “Palavra de Vida, idealizada por Chiara Lubich e todas as iniciativas semelhantes, que periodicamente tomam um versículo evangélico para concentrar a atenção do cristão sobre o Evangelho inteiro, mas a partir de um determinado ponto”. O passa-palavra, um tweet ante literam? Talvez, mas certamente um sistema que se casa bem com as novas tecnologias. Esse passa-palavra mundial – são pelo menos 14 as línguas nas quais é traduzido – já navega através de sms, email e é acompanhado por milhares de pessoas. Com o novo App está disponível na versão para iPhone, iPad, iPod, em várias línguas, como multilínguas é o passa-palavra cotidiano, e está acessível – depois que a mensagem foi baixada – também quando falta a conexão. Passemos palavra!
28 Nov 2011 | Focolare Worldwide

Foto © CSC
Existe uma “grande sintonia” entre a espiritualidade do Movimento dos Focolares e a vida dos cônjuges bem-aventurados Maria e Luigi Beltrame Quattrocchi – ainda que não haja uma ligação direta – e são “muitos os pontos de contato”. “Não só porque a santidade é o grande denominador comum de todos os cristãos, a meta para a qual todos miram na Igreja, mas também porque a trajetória deles, de vida de leigos, é comum à grande maioria daqueles que fazem parte do Movimento”. Afirmou Maria Voce, presidente dos Focolares, ao falar, nos últimos dias, durante um encontro organizado no dia da memória litúrgica dos dois beatos, e no décimo aniversário de sua beatificação. O encontro realizou-se na Sala da Promoteca, no Capitólio, e teve como título: “Cristãos, cidadãos autênticos: nas pegadas de Maria e Luigi”. Foi numerosa a participação do público, proveniente de 15 cidades italianas e de vários outros países. Presentes também autoridade civis, representantes da Pastoral familiar da diocese de Roma, além de expoentes de movimentos eclesiais, que tomaram a palavra, salientando, cada um em diferentes perspectivas, aspectos da espiritualidade dos dois cônjuges. Pais de quatro filhos, Maria e Luigi Beltrame Quattrocchi são o primeiro casal a ser beatificado pela Igreja católica. Foi João Paulo II que levou a termo a causa de beatificação. “Não pode ser aceitável – disse naquela ocasião – que seja negado o justo reconhecimento à santidade silenciosa e normal de tantos pais e mães”. 
Foto © CSC
“Vi refletida na vida de Maria e Luigi – disse Maria Voce –, na autenticidade de seu testemunho de cristãos e, portanto, também de cidadãos, a vida daqueles milhões de leigos que desejam viver a espiritualidade trazida por Chiara Lubich, e que por isso procuram viver, com uma coerência por vezes heroica, cotidianamente, o próprio compromisso como cidadãos, ser – ou ao menos esforçar-se para ser – um tecido sadio no corpo social e eclesial que compõem. Trata-se de pais e mães de família, operários, profissionais, jovens, adolescentes e crianças (sem excluir sacerdotes, religiosos e bispos, mas obviamente a parte eclesiástica é a minoria), comprometidos na linha de frente em levar adiante uma silenciosa, mas incisiva, revolução de amor, em todas as cidades do mundo”. A família – salientou Maria Voce – é “a raiz sadia de suas vidas: um amor terno e jamais apagado entre os esposos, que gera cidadãos capazes de coerência. Conheço muitas famílias que comprometem-se e lutam para que o amor conjugal nunca se apague, justamente por isso encontram a força não só para não romper, mas para abrir-se a realidades maiores”. Maria Voce recordou o movimento Famílias Novas, que inspirando-se no carisma da unidade de Chiara Lubich, conta hoje com mais de 300 mil aderentes e quatro milhões de simpatizantes, nos cinco continentes. “São famílias – ela continuou – que assumiram um pressuposto educativo primordial: os filhos, mais do que de dois pais que os amem, necessitam de dois pais que se amem”.
27 Nov 2011 | Sem categoria
Talvez nada a possa explicar melhor as origens do Movimento dos Focolares do que as palavras dos discípulos de Jesus depois do encontro com Ele ressuscitado, em Emaús: «Não ardia o nosso coração enquanto ele conversava conosco pelo caminho?» (Lc 24,32).
Esta experiência é essencial para todos os que se referem à espiritualidade da unidade. Porque no Movimento nada tem valor se não se busca repetidamente a presença prometida por Jesus aos seus – «onde dois ou três estão reunidos em meu nome eu estou no meio deles» (Mt 18,20) -, uma presença que vivifica, alarga os horizontes, consola, estimula à caridade e à verdade. E quando alguém a experimenta pode dizer, com uma saudade infinita: «Fica conosco, Senhor, porque anoitece» (Lc 27,29). Escreveu Chiara Lubich: «Tendo colocado o amor recíproco em ação, percebemos mais segurança na nossa vida, a vontade mais decidida, uma vida plena. Por quê? Foi logo evidente: por este amor concretizavam-se entre nós as palavras de Jesus: “Onde dois ou três estão reunidos em meu nome (ou seja, no meu amor) eu estou no meio deles” (Mt 18,20). Silenciosamente, como irmão invisível, Jesus se havia introduzido no nosso grupo. E agora a fonte do amor e da luz estava lá, em meio a nós, e não queríamos mais perdê-la. E compreendíamos melhor o que era a sua presença quando, por uma falta nossa, ela desaparecia. Como um náufrago se agarra a qualquer coisa para poder salvar a vida, assim nós procurávamos qualquer método sugerido pelo Evangelho para poder recompor a unidade rompida. E como dois pedaços de lenha cruzados alimentam o fogo, consumando-se, se desejávamos viver com Jesus constantemente presente entre nós, era preciso viver momento por momento todas aquelas virtudes (paciência, prudência, mansidão, pobreza, pureza…) exigidas para que a unidade sobrenatural com os irmãos nunca diminua. Entendíamos que Jesus em meio a nós não é um estado conquistado de uma vez por todas, porque Jesus é vida, é dinamismo (…). “Onde dois ou mais”. Estas palavras divinas e muitas vezes misteriosas na sua atuação pareceram-nos maravilhosas. Onde dois ou mais… e Jesus não especifica quem, Ele deixa o anonimato. Onde dois ou mais… quem quer que sejam: dois ou mais pecadores arrependidos que se unem em seu nome; dois ou mais jovens, como nós éramos; dois, sendo um adulto e uma criança… “Onde dois ou mais”, e vivendo-as vimos desmoronarem barreiras de todos os tipos. Dois ou mais de pátrias diferentes: e caiam os nacionalismos. Dois ou mais, inclusive entre pessoas que sempre foram pensadas como opostas, por cultura, classe, idade… todos podiam, ou melhor, deviam unir-se no nome de Cristo. Jesus em meio a nós foi uma experiência formidável. A sua presença premiava de modo superabundante todo sacrifício feito, justificava todos os passos dados neste caminho, dava um sentido correto às coisas, às circunstâncias, confortava os sofrimentos, temperava a alegria excessiva. E quem, sem sutilezas e raciocínios, acreditava nas suas palavras com o encanto de uma criança, e as colocava em prática, gozava deste paraíso antecipado, que é o reino de Deus entre os homens unidos no seu nome».