Movimento dos Focolares
Evangelho vivido: Professora atrás das grades

Evangelho vivido: Professora atrás das grades

20171124-01“Fui transferida justamente para cá?”. Não sem uma certa apreensão, para Francisca se abrem as portas da prisão. Grandes portas de ferro, devendo passar por mais ou menos uma dezena delas. Alguém definiu como “entrar no inferno”. Após um curso para professores das penitenciárias, Francisca entra pela primeira vez na sala de aula. “Eu pensei que eu iria ser acompanhada por um agente, no entanto, o único de plantão devia monitorar uma dúzia de salas de aula e realizar outras tarefas simultaneamente. No segundo dia, eu disse a mim mesma: dessa forma não posso continuar! Se eu tenho medo, não posso desenvolver o trabalho que Deus me confiou. E naquele momento me senti livre para amar“. Procurando conhecer cada um dos detentos e com a consciência que em cada um deles habita Jesus, inicia para Francisca uma viagem. Não tanto de idas e vindas de um lugar sem limites a um espaço de reclusão, mas uma viagem no íntimo de cada um, penetrando no mais profundo de tantas histórias, no âmago de uma verdadeira humanidade com os seus erros, medos, angústias, mas também com um grande desejo de tomar as rédeas da própria vida. Começa um período de diálogo e respeito profundo. “Procurava preparar bem as aulas, para torná-las mais atraentes. Eu sabia que Jesus estava comigo também na prisão. Durante a aula de ciências, comecei a explicar a anatomia e a relação entre os órgãos e os sistemas do nosso corpo. Mais tarde, alguns presos começaram a diminuir o número de cigarros, eliminar o uso de tranquilizantes e estar mais ao sol aproveitando as horas livres”. “Além da dificuldade de ensinar os alunos com diferentes níveis de preparação – explica Francisca – havia outros tipos de problemas, como o contínuo rumor dos portões do presídio, a presença intermitente dos estudantes, contínuas mudanças da parte dos detentos para outros cárceres. É por isso que aqueles que estavam diante de mim naquele momento se tornavam ainda mais preciosos. Corria o risco de não revê-los nunca mais”. Ermal é um jovem albanês com uma inteligência perspicaz. Francisca dá-lhe o texto de uma entrevista com o papa Francisco sobre o seu relacionamento com os detentos. A partir desse dia, inicia um diálogo profundo sobre Deus e a oração. Em pouco tempo Ermal atinge brilhantes resultados escolares. “Professora, me desculpe, não posso fazer nada, estou cheio de problemas!” Diante do papel em branco para fazer uma tarefa em sala de aula, um jovem tunisino segurava a cabeça entre as mãos. “Tive a permissão para trazer fones de ouvidos e ver, junto com ele, no computador, alguns filmes na sua lingua. Aos poucos ele foi se tranquilizando, começou a praticar esportes, fez um recurso apelando para a redução da pena. Agora, quando ele me vê, me cumprimenta sorrindo, por trás das barras”. “No Natal – continua o relato de Francisca – fomos convidados a participar da Missa de vigília. Eu era a única, os outros professores participaram de outra liturgia. Não tínhamos nos colocado de acordo. Entre os presentes, não só os cristãos, mas também muçulmanos e outros sem crenças religiosas, alguns eram reclusos por crimes graves. Na  sua exortação o Bispo começou dizendo: ‘Vocês não são o erro que cometeram, vocês são pessoas. O crime é algo do passado, a partir de hoje olhemos o futuro com esperança’”. “Em janeiro, Ermal conseguiu a prisão domiciliar. Mas durante esse período ele foi abordado de novo pela gang que era a origem de seus problemas. Não podíamos ter contato com ele e nem mesmo saber o seu endereço. Eu o confiei todos os dias à Nossa Senhora, pedindo que ele voltasse ao menos para continuar os estudos. Depois de dois meses, por evasão domiciliar, Ermal voltou à prisão! Para nós, foi uma “boa notícia” e uma oportunidade para ele de continuar seus estudos. Em pouco tempo ele fez todas as provas e conseguiu obter o diploma. A presidente da comissão disse-lhe: “Você sabe que tem uma boa cabeça? Quais são seus planos para o futuro? ” Estudar, ele respondeu – quero ir para a Universidade”. “Após um ano de ensino, eu posso dizer que eu conheci outro mundo, quase um universo paralelo. Meu coração se alargou, meu modo de pensar mudou. Tantas coisas que “lá fora” parecem necessárias, numa vida cheia de privações tornam-se secundárias, ou se redimensionam”. Mas a mudança que Deus faz nos corações não conhece grades, barreiras ou limites.

Egito: massacre na mesquita

Pelo menos 235 pessoas foram mortas e 120 ficaram feridas num grave atentado em uma mesquita no Norte do Sinai, onde militantes islâmicos explodiram uma bomba e abriram fogo contra os fieis. O último balanço, ainda provisório, foi dado pela televisão estatal egípcia, só de notícias, Nile News. O Movimento dos Focolares, rejeitando qualquer forma de violência contra a humanidade, exprime a sua proximidade ao povo egípcio e, em especial, às famílias das vítimas.

Sophia: Início de atividades da Cátedra Ecumênica Patriarca Atenágoras-Chiara Lubich

O Instituto Universitário Sophia tem o prazer de convidá-los para a Preleção de início de atividades da Cátedra Ecumênica Patriarca Atenágoras-Chiara Lubich que será ministrada por Sua Eminência Gennadios Zervos, Arcebispo Ortodoxo da Itália e Malta, com o título: O Patriarca Atenágoras e Chiara Lubich, protagonistas da unidade. Maria Stella Giannetti: Comunicação – Relações Externas   Instituto Universitario Sophia Via san Vito 28, Loppiano – 50064 Figline e Incisa Valdarno (FIorencia – Italia) Tel. +39.055.9051521 – Cell. +39.349 62 72 045

Papa Francisco em Myanmar e Bangladesh

Papa Francisco em Myanmar e Bangladesh

PopeFrancisMyanmar-01De 26 de novembro a 2 de dezembro, o Papa Francisco realizará uma viagem apostólica à Ásia. Seu primeiro compromisso será uma visita a Myanmar, nos dias 27 a 30 de novembro, e depois prosseguirá para  Bangladesh, de 30 de novembro a 2 de dezembro. 2017-11-27-PHOTO-00000313Será a primeira visita de um Pontífice a Myanmar, enquanto que, em 1986, o Papa João Paulo II visitou Bangladesh, uma das áreas mais densamente povoadas e mais pobres do mundo. O papa Francisco também viajará para a cidade de Dhaka. Durante a sua estadia ele se reunirá com as mais altas autoridades políticas e civis, bem como com jovens e líderes religiosos muçulmanos e hindus, para enfrentar grandes questões como a mudança climática, os fluxos migratórios, o destino dos refugiados, o futuro dos jovens, na perspectiva da esperança. O Movimento dos Focolares acompanha com a oração esta intensa semana asiática em nome da harmonia e da paz.

Maria Voce: «O Genfest é nosso!»

Maria Voce: «O Genfest é nosso!»

YFUW_PaoloBalduzziAtrás dele estão 180 jovens do Movimento dos Focolares que representam os seus coetâneos do mundo inteiro. Rostos, cores e traços somáticos muito diferentes. Na primeira fila – e se apresentam – três jovens da Síria. Ao lado deles está Michel, é do Mali e tem olhos muito expressivos. Ele conheceu o Movimento no seu país e diz que desde então a sua vida mudou. Frantisek, da República Tcheca e Maria, de Portugal, explicam: «Somos de mais de 40 países. Estamos aqui, de todos os continentes para entender quem somos nós jovens, agora, e quais são os nossos desafios para construir uma cultura de fraternidade». Atrás estão sentados Amin, da Argélia, muçulmano, e ao seu lado Kioko, budista. Todos estão trabalhando para construir, com uma contribuição realmente “mundial”, o próximo Genfest de Manila (Filipinas) (6-8 de julho de 2018), o primeiro, na longa história destas manifestações, a ser realizado fora da Europa. Por que na Ásia, em Manila? Responde Giuseppe, italiano: «Na Ásia estão 60% dos jovens do mundo, por isso para nós significa mirar no futuro, na direção da fraternidade universal. O título, “Beyonde all borders”, além das fronteiras, é um dos maiores desafios que devemos enfrentar», a partir dos limites pessoais: preconceitos, diversidades sociais e culturais. Um grande desafio, num país atingido por uma onde de violência endêmica, pela exclusão social de muitas faixas da população e por uma crise política sem precedentes. «Queremos tornar estes conflitos não um modo para nos dividirmos, mas uma ocasião para unir-nos». genfest_beyondallbordersÉ a grande ideia lançada por Chiara Lubich em 1987 e deixada em herança às novas gerações. A fundadora dos Focolares, diante de uma plateia de jovens, explica o motivo do nascimento do Genfest: «Uma explosão de fogos, não de artifício, mas reais, do amor de Deus. O objetivo do “ut omnes” (“Pai, que todos sejam um” Jo 17, 20-23) aproxima-se. Jesus conquista e arrasta, deixa para trás tudo o que não serve, como um riacho fresco que deixa nas margens tudo o que não pode ser carregado pela sua limpidez». E continua: «Vocês verão milagres da graça de Deus, porque Deus está com vocês, Deus está no meio de vocês. Ele é o único onipotente». Entre os jovens está também Maria Voce, a atual presidente dos Focolares. «Gostaria de dizer um grande obrigado aos jovens». O deles – afirma – é um grande ato de coragem, «que me parece a resposta de hoje ao apelo que Chiara lançou desde os anos 1960, “jovens de todo o mundo, uni-vos”. Este apelo ressoa ainda agora, não só para vocês mas para todos. O objetivo do mundo unido não foi ainda alcançado. A primeira geração sozinha não conseguiu, não podia conseguir. Sozinha, talvez nem a segunda, porque o objetivo é grande demais. A ideia do mundo unido deve ser transmitida de uma geração a outra e estas, todas unidas, podem buscar levá-la à realização». 20171123-01E acrescentou: «O Genfest não é algo que diz respeito apenas aos jovens, mas a todos. Por isso eu quero ir e espero que sejamos muitos». Cada um pode fazer alguma coisa: «Alguém pode dizer: mas eu estou doente, não consigo… ofereça o seu sofrimento! Entremos todos em ação. É possível ajudar na acolhida, ajudar os jovens a prepararem o programa deles, se pode dar uma ajuda econômica para os jovens que poderiam participar. Façamos toda a nossa parte, tudo o que for necessário. O Genfest é meu, é nosso!» Antes de fechar a conexão, uma jovem das Filipinas deixa a todos uma tríplice tarefa: «Primeira: organizar um Genfest local; segunda: fazer uma ação concreta, para ajudar ao menos um jovem a ir a Manila, e terceira: comprar a camiseta com a nossa logo». Todos os detalhes no site dos Jovens por um Mundo Unido, uma sigla que agora todos devem saber de cor: Y4UW