Movimento dos Focolares
Papa Francisco aos Gen: Adelante!

Papa Francisco aos Gen: Adelante!

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Nelson de El Salvador cumprimenta o Papa Francisco. Foto: © Osservatore Romano

Raissa (Brasil), Leandro (Argentina), Adela (Peru) e Nelson (El Salvador) interromperam por alguns meses os seus estudos e o trabalho para se transferirem para os arredores de Roma. Colaboram, nos Centros gen, na preparação do Genfest 2018. Por ocasião do encontro de Religions for Peace (RfP), em Roma, nos dias 18 e 19 de outubro, se colocaram à disposição. Eis o que, juntos, cada um contou. «Estávamos lá para dar uma mão. Tratava-se de oferecer um café, um copo d’água ou de fazer as traduções. Para nós significava reconhecer Jesus em cada um e servi-lo. O encontro de 80 líderes de diversas religiões, provenientes de vários países, começou com a acolhida do Papa Francisco no Vaticano. Um encontro breve, mas intenso, do qual nós também participamos e que impressionou muito todos os líderes. Disseram-nos que na conclusão poderíamos saudar brevemente o Papa. Assim, nos preparamos, uma frase cada um, uma mensagem: “Santidade, lhe trazemos a saudação de todos os gen e os jovens do Movimento dos Focolares”. Ele nos disse: Adelante!”, que significa “Vão em frente!”. Nós lhe respondemos: “Obrigado pelas suas palavras”, “Rezamos sempre pelo senhor”, “Queremos lhe convidar para o Genfest 2018 em Manila, nas Filipinas”. Em resumo, foi emocionante! Tivemos a possibilidade de um relacionamento pessoal com muitas das personalidades presentes. Interessavam-se e perguntavam sobre nós. Dois deles nos contaram a respeito dos projetos que querem levar em frente. 2017-10-26-PHOTO-00000277«Com Raissa – conta Nelson – estávamos empenhados na tradução em português para um cardeal brasileiro. Alegramo-nos quando exprimiram o desejo de que também os jovens estejam presentes nos próximos encontros, em sintonia com o que disse o Papa em vista do Sínodo sobre os Jovens, em outubro de 2018.» Para nós foi bom constatar que RfP não é tanto um âmbito de confronto das diferentes crenças, mas um lugar onde cooperar em favor da paz e da salvaguarda do meio ambiente. Trabalhar pela paz significa trabalhar pelo planeta: frequentemente as guerras são causadas por desigualdades e pobreza, e produzem desastres ecológicos. No seu discurso, Maria Voce, presidente do Movimento dos Focolares, anunciou o Genfest 2018 Beyond all borders em Manila: “Reunirá 10 mil jovens de todas as latitudes, de diferentes etnias, culturas, religiões, movidos pela ideia de construir um mundo unido”. Ver estes importantes líderes religiosos juntos, nos pareceu que já participávamos como observadores de um “pequeno Genfest” no qual se trabalha pela paz e pela unidade. Fomos para desempenhar um serviço, mas não pensávamos que receberíamos um presente tão grande: saudar o Papa e receber, em nome de todos os gen e os jovens do Movimento dos Focolares, o seu encorajamento: Adelante

Um fim de semana com Chiara Luce Badano

Um fim de semana com Chiara Luce Badano

ChiaraLuce_30Oct2017_02O que pode ter de tão especial a história de uma adolescente e por que a sua vida continua a iluminar quem quer que se depare com ela, mesmo se só por um instante? Isto é contado por um grupo vivacíssimo e internacional de jovens, presentes em Loppiano (Florença, Itália) no evento “24 horas de Luce (Luz), das 12 horas de sábado, 28 de outubro, até a mesma hora do dia seguinte. Uma experiência de fraternidade, marcada por todos pelo encontro com Deus. A mesma experiência vivida por Chiara Luce Badano. Tinha só 18 anos quando, acometida por um câncer sem esperança de cura, testemunhou até o último suspiro que só em Deus Amor se pode encontrar a plenitude da alegria, e em se doar aos outros o sentido e o sabor da vida. No dia 25 de setembro de 2010 foi proclamada Bem-aventurada. No mês dedicado à festa litúrgica que a recorda, muitos os encontros marcados no mundo inteiro para propor o exemplo da sua vida. «Um raio de luz brilhantíssimo hoje iluminou também a nósdizem os jovens presentes em Loppianoe continua a iluminar muitos. Com Chiara Luce, olhando para Jesus Crucificado e Abandonado, encontraremos a possibilidade de não tremer diante de qualquer situação. Aliás, nos tornaremos raios de luz lá onde vivemos, para guiar esta nossa humanidade rumo à fraternidade universal». ChiaraLuce_30Oct2017Um programa rico de canções, trechos recitados, danças, partilhas de experiências com o timbre da despreocupação típico da idade, e o empenho de quem está consciente de ter uma vida só. Levam a sério as palavras de Chiara Lubich, que, aos jovens, falava sempre com grande franqueza: «Viver por uma coisa mais ou menos é ‘magra’ demais para um jovem. Convém viver por algo grande. Amor, portanto, amor semeado em muitos cantos, para que se torne realidade uma invasão de amor e se realize, inclusive pela nossa contribuição, a civilização do amor que todos esperamos». Na noite do primeiro dia, enquanto do lado de fora o brilho das estrelas e as centelhas de uma fogueira parecem se tocar, do lado de dentro uma multidão de pessoas de todas as idades lota uma sala, por ocasião da sua dedicação a Chiara Luce. A imagem da bem-aventurada, ao ser tirado o véu que a cobria, estimula os presentes a se tornarem por sua vez “luz”, a formarem, também na terra, novas e diferentes constelações, feitas de pessoas que se amam reciprocamente. ChiaraLuce_30Oct2017_04Domingo de manhã, 29 de outubro, o Auditorium da cidadezinha de Loppiano está lotado de jovens. Graças a uma transmissão ao vivo via streaming a mensagem de Chiara Luce percorre milhares de quilômetros, chegando até mesmo a um grupo do Nepal. A missa conclusiva foi celebrada no santuário dedicado a Maria Teotókos que não conseguia conter a multidão em festa pela jovem bem-aventurada, proposta como testemunha para o próximo sínodo dos jovens de 2018. «O que nos resta depois destas 24 horas? Amor, plenitude, luz, segurança, confiança de que a vida pode mudar. Mas também a necessidade de um trabalho de equipe, de sacrifício, de unidade em detrimento do orgulho. Chiara Luce repetia com frequência que quem ama não é pequeno. De fato, a sua grandeza se manifestou claramente quando disse sim inclusive à dor incompreensível da doença. Naquela dor ela encontrou Jesus, alguém como ela, um homem que na cruz gritou o abandono. Olhando para o Seu exemplo poderemos nos tornar, também nós, um raio de luz, prontos a clarear a escuridão em que está imerso o mundo». Fonte: Loppiano online: http://www.loppiano.it/ Fotogallery – Flickr 2017 10 29 EVENTO CHIARA LUCE BADANO


https://www.youtube.com/watch?v=1XbJVCElU_o&feature=youtu.be

Sengsoury Francesca Cheangsavang

Sengsoury Francesca Cheangsavang

Sengsoury Francesca CheangsavangUma história emocionante. Inicia quando os seus pais, muito jovens, atravessam nadando o rio Mekong, abandonando o regime do próprio país, o Laos, para chegar à Tailândia. De lá, depois de vicissitudes indescritíveis, chegam à Itália, acolhidos por uma família que eles conheciam e que mora em Loppiano, a mariápolis permanente dos Focolares. E é justamente na casa de Raffaella e Roberto Cardinali que Sengsoury (raio de sol, na língua lao) e a irmã gêmea, Sourinia nascem, no dia 12 de setembro de 1979. Desde pequena Senny manifesta uma forte atração pelo espírito evangélico de unidade e de amor vivido em Loppiano e, aos nove anos de idade, pede para ser batizada escolhendo o nome Francesca. Dedicou-se com entusiasmo ao Movimento Gen e, quando adolescente esteve à frente, com Sourinia, na preparação do Supercongresso 1997. Aos 23 anos houve ela realizou um sonho: passou um ano na Mariápolis Lia, a cidadezinha dos Focolares na Argentina, meta de muitos jovens de vários países. Foi uma experiência que a conduzirá a uma escolha ainda mais decisiva de Deus e a um amor sempre mais concreto e refinado às pessoas que encontra. Sengsoury gosta de escrever poesias e compor canções que, junto à irmã canta com uma bela voz, acompanhada do violão. Ela frequentou o curso de esteticista em Florença. As pessoas a definem uma jovem que fascina pela sua particular sensibilidade e natural elegância, com os olhos luminosos. Mas, também, uma pessoa que, pela sua determinação a seguir Jesus, sempre surpreende. Com Marco, seu namorado, faziam planos para o futuro. Em 2004, aos 25 anos de idade, uma grave e fulminante doença autoimune transforma a sua existência. Quatro anos mais tarde dita uma carta, escrita por uma amiga, endereçada a Chiara Lubich, na qual descreve a própria situação: “Tenho uma doença rara que me causa dificuldades motoras para falar e sinto dores muito agudas – às vezes dilacerantes – nos ossos e nos músculos. Nesses últimos anos, graças ao apoio dos meus ‘avós’, Raffaella e Roberto, dos jovens do focolare e de muitas pessoas do Movimento, eu procurei transformar os momentos de dor em ‘gotas’ de amor por Jesus: os longos períodos de internação, os tratamentos, os exames. Passei o período do Natal em uma clínica de reabilitação, próximo a Florença. Mas, uma broncopneumonia causada por resíduos alimentares me obrigou a outra internação. Sofri muito, não só fisicamente. Eu me perguntava por que justamente eu estava naquela situação. Eu sou a mais jovem naquele setor, devo ser alimentada por meio de sonda e usar a máscara de oxigênio. Vi desmoronar muitos sonhos: o matrimônio, o trabalho, o desejo de viajar, tocar violão e cantar. Às vezes eu sinto que Jesus está distante; dirijo-me a Maria; mas, ela também não está próxima a mim. Contudo, eu sempre obtenho uma resposta: por meio de uma reflexão, um escrito espiritual, uma palavra dita por aqueles que vêm me visitar. Retorna a paz e, com ela, a força de dizer: ‘por ti, Jesus’, em toda situação, como passar a noite acordada e sentindo fortes dores. Eu não quero desistir. Peço a Jesus que me ajude a seguir em frente e a realizar o desígnio que Deus tem para mim. Eu gostaria muito de tornar-me santa!Sengsoury Francesca Cheangsavang-01A comunidade do Movimento se faz presente de diversas maneiras: com ajuda econômica e moral aos pais, alternando-se para estar ao lado de Senny também em momentos festivos ou de partilha dos próprios sentimentos; enquanto que, da sua cama, ela difunde um amor incomparável. Ela confidencia a uma gen: “Existe somente o momento presente!” e, com um fio de voz, começa a cantar para Jesus: “O’ sole mio”. E é sempre mais determinada a oferecer-lhe cada sofrimento e de transformá-lo, como gostava de dizer, em “pepitas de ouro.No dia 16 de setembro foi levada para a UTI. Nos dias que precederam a sua morte, 24 de setembro, torna-se mais que nunca, “raio de sol” que dissipa toda treva, repetindo muitos “sim” a Jesus. Quem está ao seu lado percebe isso pelo olhar, por um aceno ou um aperto de mão. Para eles, para os funcionários daquele setor e para todos os jovens do Movimento, mesmo aqueles distantes, que a acompanham com a oração, Sengsoury é, realmente, o significado do seu nome: um verdadeiro “raio de sol”, um exemplo luminoso, autêntica testemunha do Evangelho transformado em vida.

Hemmerle: caminhos de santidade

Hemmerle: caminhos de santidade

585399_1280-aA santidade dos grandes quase sempre nasceu de um movimento na direção de Deus e na direção dos pequenos e dos pobres, acontecido de maneira não convencional. Eles deixaram o próprio lugar. Foram na direção dos pobres, não dando esmolas, mas compartilhando a vida deles, para acolhê-los no íntimo das suas vidas, de tal modo que, por causa disso, as suas vidas resultavam radicalmente mudadas. A decisão radical por Deus somente é, na maior parte dos casos da história da salvação, uma decisão pelos pobres, uma decisão pelos pequenos, uma decisão pelos impotentes. É uma decisão que não pretende somente melhorar a sua situação, que não quer somente distribuir algumas esmolas, nem viver uma ínfima parte da vida deles de quando em quando, para depois poder voltar para a própria condição: procede sempre de uma metanóia, de uma íntima reviravolta da mentalidade, da sensibilidade, do ser: eu pertenço a eles, eu sou como eles, exatamente como eles diante de Deus, eu não sou melhor do que eles. Não, sou do mesmo nível deles e, de fato, o único Santo desceu àquele nível. (de um sermão, 1.11.93)   Klaus Hemmerle, “La Luce dentro le cose”, Ed. Città Nuova, Roma, 1998, pág. 340.

Do conflito à comunhão

Do conflito à comunhão

2017-08-24-Erfurt cella del monastero di Lutero (66)31 de outubro de 1517. Cinco séculos atrás, o monge agostiniano Martin Lutero, professor de teologia na Universidade de Wittemberg (Alemanha), dirigia ao arcebispo de Brandenburgo, e depois a um certo número de colegas teólogos, uma carta de apresentação das suas 95 Teses, a fim de que se tornassem objeto de uma discussão acadêmica. Escrevia: «Por amor e desejo de elucidar a verdade, as seguintes teses serão discutidas em Wittemberg, sob a presidência do R. P. Martin Lutero». No dia 31 de outubro de um ano atrás, a oração comum pronunciada em Lund, na Suécia, na presença do Papa Francisco e do bispo Younan, então presidente da Federação Luterana Mundial, abria o ano de comemoração em comum da Reforma protestante. «Enquanto superamos aqueles episódios da história que pesam sobre nós – lê-se na declaração – comprometemo-nos a testemunhar juntos a graça misericordiosa de Deus e a crescer ulteriormente na comunhão enraizada no batismo, procurando remover os obstáculos remanescentes que nos impedem de alcançar a plena unidade. Cristo deseja que sejamos um, para que o mundo possa crer (cfr. Jo 17,2)». Conclui com um apelo, dirigido a todos, a progredir na comunhão rumo à plena e visível unidade: «Convidamos os nossos companheiros de viagem no caminho ecumênico a recordar-nos de nossos empenhos e encorajar-nos. Pedimos a eles que continuem a rezar por nós, a caminhar conosco». O Movimento dos Focolares não podia deixar de sentir como seu este apelo. Com a Declaração de Ottmaring, que traz o nome da Mariápolis permanente ecumênica aonde foi assinada, Maria Voce e Jesùs Morán, em nome de todo o Movimento, reafirmaram a plena adesão ao convite de Lund. 2017-08-23-WittenbergDurante todo o ano, muitos encontros, congressos, jornadas ecumênicas e momentos de oração em comum, realizados em vários locais e contextos, e promovidos quase sempre junto as igreja locais, foram uma ocasião para aprofundar os tesouros das diferentes tradições cristãs, não apenas católica e luterana, numa atmosfera de verdadeira família. Em maio, durante a Semana EcumênicaCaminhando juntos”, realizada no Centro Mariápolis de Castelgandolfo (Roma), com a presença de quase 700 pessoas, provenientes de 42 países e de 69 diferentes igrejas, Maria Voce individuou nos “cinco imperativos” do documento católico-luterano “Do conflito à comunhão”, a base de qualquer empenho ecumênico frutuoso. Foram várias as apresentações da biografia “Lutero. Homem da Revolução”, escrita por Mario Dal Bello, da editora Città Nuova. Na Itália, em Turim e Bra, a comunidade dos Focolares organizou duas noites, com palestras de Hubertus Blaumeiser, especialista católico em Lutero, e do professor Paolo Ricca, valdês. 2017-giornata OlandaNa Holanda, os líderes das principais igrejas cristãs realizaram, em março, a jornada “Unidade em caminho”. No Brasil, após um simpósio promovido pela comissão ecumênica nacional, sobre o Comentário de Lutero ao Magnificat, uma noite sobre este tema, na Mariápolis Ginetta, foi acompanhada, em streaming, inclusive por muitos jovens, em 650 pontos de escuta. Na Venezuela houve vários encontros e momentos de oração promovidos pelos Focolares. Na Mariápolis Fiore, na Polônia, em setembro, o dia de comemoração pelos 500 anos foi uma ocasião de um testemunho muito especial, o dos 15 anos de peregrinação ecumênica entre o povo polaco e alemão. Na Irlanda, por iniciativa do Movimento dos Focolares e da Igreja Luterana, foram realizados estudos, conferências e uma Semana Ecumênica da Bíblia, que envolveu também as igrejas anglicana e presbiteriana. Não faltaram viagens aos locais significativos da Reforma e da vida de Lutero. No mês de agosto, um seminário sobre Lutero em Zwochau (Alemanha central), com cerca de 50 católicos, luteranos, valdeses e uma pessoa copta-ortodoxa, provenientes de vários países europeus, mas também do Egito e da Argentina. No programa esteve a visita ao castelo Wartburg e às cidades de Wittemberg, Erfurt (aonde o jovem Lutero entrou no mosteiro dos agostinianos) e Leipzig, aonde a sua herança encontrou-se com o gênio musical de J. S. Bach. Um grupo italiano foi até outro local significativo, a cidade de Augusta, para conhecer a Mariápolis ecumênica de Ottmaring. Uma peregrinação semelhante aconteceu em julho, promovida pela comissão ecumênica de Hong Kong, com o acompanhamento de alguns focolarinos. Na Suécia, a comunidade dos Focolares assinou solenemente “os imperativos” e entregou as assinaturas ao arcebispo luterano. A banda Gen Verde, com o espetáculo On the other side, contribuiu para a celebração do ano de comemorações em Stadthagen (Alemanha). São alguns passos em um caminho ainda longo, que se acrescentam a tantos outros, mas que já mostram a direção do caminho rumo à busca comum de verdade e salvação, com um olhar de abertura dirigido a todas as igrejas. Início de uma nova página de história.