Cardeal Antonelli: “A economia de comunhão, de nenhum modo utópica” O arcebispo de Florença, cardeal Ennio Antonelli, interveio na inauguração do primeiro pólo europeu das empresas da Economia de Comunhão, construído próximo à Mariápolis internacional do Movimento dos Focolares, em Loppiano, província de Florença. Iniciou citando o Papa: “Diversas vezes Bento XVI disse que a história é guiada por minorias criativas. Nesta tarde participamos de um importante evento de uma minoria criativa”. E evidenciou as suas raízes: o amor evangélico, que “não diz respeito apenas aos indivíduos, às esmolas e ao voluntariado, mas envolve a cultura, as estruturas e o dinamismo da sociedade. É o critério de transformação do mundo”, como afirma o Concílio. E acrescentou: “Parece que hoje compreendemos melhor o que isso significa”. E definiu a idéia da Economia de Comunhão “de nenhum modo utópica”, mas que “exige grandes energias espirituais, grandes motivações, mas é tão fascinante que pode contagiar muitas outras empresas”. O presidente, Prodi: “O que hoje se inaugura tem uma função exemplar na sociedade” “Qualquer sociedade, para prosseguir, precisa de exemplos”, afirmou o presidente do Conselho italiano, que chegou de surpresa para a cerimônia de inauguração. Prodi expressou seu agradecimento por esta realização, pelo compromisso com a “transparência nos balanços, respeito às leis e livre partilha dos lucros para ativar uma rede de solidariedade”. E reafirmou: “Qualquer sociedade precisa de exemplos, porque de outra forma torna-se árida, e tudo se mantém como um standart repetitivo. Aqui está um exemplo. Aqui existe um algo a mais, ao qual nem todos são chamados, mas é o sinal de um progresso na convivência humana”. O Pólo confere visibilidade a um caminho econômico voltado a sanar as disparidades entre ricos e pobres Impressiona, de imediato, pela originalidade de sua construção, 9600 metros quadrados que não dão, porém, a impressão de um galpão industrial. Os acionistas são 5621. Participam inclusive donas de casa e estudantes: por meio da propagação de pequenos acionistas que constituem a E. di C. S/A, e sentem-se protagonistas de um projeto que possui dimensões mundiais. Não é fácil transferir a própria empresa ou criar novas filiais, como emergiu dos breves relatos das experiências desses empresários. Mas é fascinante – como foi dito – vir para o Pólo para formar uma comunidade de empresas que se abre à realidade local, que se torna visível, a fim de contribuir para a ética no mundo da economia e para o sonho de sanar as disparidades entre ricos e pobres.
O prof° Zamagni: “Para que a empresa floresça é necessário centralizar tudo na pessoa” “A finalidade destas empresas – disse Cecilia Manzo, presidente da E. di C. S/A, que edifica e gerencia o Pólo – suscita a participação dos dependentes na sua administração”. O professor Zamagni, docente de Economia Política na Universidade de Bolonha, sublinhou exatamente este aspecto: “Nesta época pós-industrial o fator estratégico não é mais a máquina, nem o capital, mas a pessoa humana. Se queremos que a empresa volte a florescer é necessário centralizar tudo na pessoa humana. É preciso investir mais nas motivações de quem trabalha do que nos incentivos”. É o que acontece nas empresas da Economia de Comunhão: os próprios dependentes compartilham a finalidade pela qual a empresa nasceu. “Uma idéia genial, que venceu por antecipação”. Chiara Lubich – Um lema: “Deus opera sempre” A fundadora do Movimento dos Focolares, a quem se deve o lançamento da Economia de Comunhão, 15 anos atrás, na mensagem enviada para a ocasião desejou que o Pólo seja “uma resposta concreta aos problemas econômicos de hoje”. E lançou um lema: “Deus opera sempre”, gravado em uma placa de cerâmica, obra do escultor Benedetto Pietrogrande, descerrada na ocasião. “E isto para nos recordar o valor que Deus dá ao trabalho, ao gênio criador que é próprio do homem”. E sublinhou ainda um outro aspecto deste projeto: ser “parte constitutiva” das Mariápolis do Movimento, chamadas a serem “uma maquete de uma sociedade nova, fundada sobre o Evangelho”.
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