Movimento dos Focolares

Giordani: “Realmente a vida é bela”

Abr 18, 2018

No dia 18 de abril de 1980, aos 86 anos, Igino Giordani (Foco), escritor, homem político, cofundador do Movimento dos Focolares, deixava esta terra. Algumas das últimas páginas do seu diário são um hino à vida, “prodígio da paternidade de Deus”.

20 de abril de 1979 – Como todo cristão, o meu amor volta a cada instante ao Senhor e o contempla com amor e temor. Às vezes, porém, toma certas liberdades: não reprime a sua vocação ao gracejo. E hoje de manhã, na Missa, me veio de repente ao pensamento uma invocação: «Tu és a Onipotência». E, logo depois, a minha fraqueza versejadora procurou uma rima: «Eu sou a oni-minudência». Mas depois, de imediato, lembrei que, se sou nada, recebendo Deus em mim assumo um valor divino. 5 de novembro de 1979 – Frequentemente vem ao meu pensamento o próximo fim da vida. Mas não vem na escuridão e na tristeza. Vem como uma luz que mostra a grandeza e beleza da vida e, portanto, do seu Autor, que não podia ser pai mais benévolo, maior do que isso. Observada em certos períodos, a existência foi dura, crua, desolada: a miséria, os lutos, as guerras, as traições, as vaidades…; mas contemplada no seu conjunto se mostra a mim como um prodígio – quase uma demonstração – da paternidade de Deus: 86 anos de vida, embora com as feridas sempre presentes da guerra, e as lutas políticas, as dificuldades econômicas, as incompreensões sofridas e causadas, as fraquezas físicas, etc. No conjunto me se demonstra como uma derrota da morte, uma operação útil e alegre, em que me foi concedido fazer mais bem do que mal e onde experimentei emoções extraordinárias de sucessos, de amizades, de viagens, de elevações místicas, de lições de sabedoria e de fé. Não me canso de agradecer o generoso dispensador de tantos bens, gratuitamente doados a mim. Afinal, embora com as sombras e os lutos, a vida para mim foi bela, uma dádiva digna do Criador: e esta constatação meditada e verificada quotidianamente me demonstra a verdade da fé religiosa, da qual foi sempre iluminada e pela qual quis – e procurei – sempre vivê-la. Realmente a vida é bela e a sua beleza comprova o absurdo da política e da conduta pessoal de quem trabalhou para torná-la feia (guerras, peculatos, terror, exploração, hedonismo, avareza, luxúria) e todas as deformações e dilacerações inventadas pela estupidez, que é a inteligência do Inimigo do homem. Fonte: Igino Giordani, Diario di fuoco, Città Nuova, Roma, 2005 (1980), pp.238-240. Prospecto: na comemoração da sua morte, o Centro a ele intitulado publicou um prospecto para difundir e aprofundar o conhecimento de Igino Giordani e do seu percurso histórico e espiritual. Para informações: info@iginogiordani.info Giordani no Facebook

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