Afetividade, sexualidade e relações interpessoais estão no centro deste percurso para adolescentes e famílias. Este ano, também se abre para a faixa etária das crianças. Conversamos com os cônjuges Barbara e Paolo Rovea. Sejamos honestos: construir relações que possam chamar-se como tal nunca foi fácil, ainda mais hoje, quando grande parte dos nossos relacionamentos são filtrados pela tecnologia e isso ocorre a partir da idade mais delicada. Crianças e adolescentes aprendem muito pela tela do celular, enquanto os pais de hoje estão no mínimo desorientados e continuamente buscando – de forma mais ou menos consciente – a chave para compreender e educar os próprios filhos quanto à afetividade e à sexualidade. É um desafio enorme se enfrentado sozinho, mas se torna possível se é vivido em sinergia entre famílias, animadores e especialistas. O Up2MeProject (literalmente: “depende de mim”) parte justamente da recomposição do pacto educativo. Nasce para oferecer aos adolescentes, pré-adolescentes e a suas famílias um espaço personalizado, mas também compartilhado e sobretudo qualificado, para conhecer e enfrentar as emoções, para dar vida a relacionamentos positivos na família, na escola, nos grupos; definitivamente para oferecer instrumentos para construir um projeto de vida. Nascido no âmbito dos percursos educativos do Movimento dos Focolares, o projeto cresceu e está se difundindo em diversos países. Conversamos com o casal Barbara e Paolo Rovea, ela é fisioterapeuta e ele é médico, italianos, do comitê científico de Up2Me e membros do Centro Internacional de Famílias Novas. Up2Me começou em 2016 com dois cursos pilotos na Itália e algumas experiências em diversos países do mundo. Como nasceu a ideia? O projeto almeja que nossos filhos tenham uma formação integral – afetiva, sexual, emocional e orientar as escolhas fundamentais da vida – mas, frequentemente, se encontram de frente a tudo isso e não dispõem de instrumentos adequados. Muitos pais também não se sentem suficientemente preparados para o papel de educadores e as informações recebidas na escola ou pelas mídias em muitos casos não formam o valor da pessoa por inteiro nem educam para assumir responsabilidade nas escolhas e comportamentos. Há a ideia de contribuir para formar uma “pessoa-relação” na base do projeto: do que se trata? O estar-em-relação é a essência da pessoa humana, o fundamento ontológico para favorecer um crescimento completo que veja crianças e adolescentes, segundo as características próprias da idade, protagonistas de escolhas conscientes e capazes de viver relacionamentos positivos, para o desenvolvimento harmonioso das dimensões biológica, emocional, intelectual, social, espiritual, histórico-ambiental. Para poder se tornar instrutor de Up2Me e poder iniciar cursos é preciso frequentar uma escola internacional. Quais são as próximas turmas? Para 2019, estão previstas três novas escolas: uma que será nas Filipinas, dirigida em particular ao continente asiático e à Austrália; a da Argentina será para os participantes das Américas; e a de Praga (República Tcheca) será voltada à Europa. Nessa última, será ativado pela primeira vez um curso específico para facilitadores do percurso Up2Me para crianças. Up2Me conta com três cursos para adolescentes (9-11/12-14/15-17 anos). Qual é a metodologia?
É de tipo indutivo: sob a orientação de um instrutor, o método ajuda a desenvolver nos jovens a capacidade de obter o conhecimento de forma autônoma. Por meio de vídeos, jogos de papeis, atividades em grupo, os adolescentes e pré-adolescentes aprendem princípios gerais, formam uma consciência pessoal. Além disso, Up2Me oferece aos pais que desejarem um percurso paralelo com temáticas educativas relacionadas aos assuntos abordados pelos adolescentes. Há uma troca de experiências de vida e se descobre a educação como uma “missão possível”, acompanhados por um casal que já esteja casado. No percurso para as crianças, os pais se envolvem ativamente, acompanhados de facilitadores e especialistas e, juntamente com os filhos, se deparam com temas específicos por meio de jogos. Tudo isso para construir uma pessoa capaz de conhecer as emoções (reconhece-las em si, nos outros e aprender a administra-las) e enfrentar temas como corpo, vida e morte.
Stefania Tanesini
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