Abril de 2013. Um dos muitos encontros que há mais de 20 anos criam, no mundo inteiro, ocasião de diálogo entre o Movimento e os amigos de convicções não religiosas.
Uma abertura muito mais necessária hoje, em um mundo onde certas antigas distinções entre ateus, fiéis e agnósticos são sempre menos adequadas para classificar os seres humanos. Principalmente nos países em que o sentido religioso é mais desenvolvido, o ateísmo assume as características de um simples anticlericalismo.
Chiara Lubich foi uma das primeiras a intuir a importância do diálogo entre cristãos e amigos de convicções não religiosas, estabelecendo contatos delicados e fraternos, corajosamente inovadores. Ela mesma afirmou isto a um grupo reunido em Loppiano, no mês de maio de 1995: «Nós temos uma vocação universal. O nosso lema é: “Que todos sejam um”. E vocês estão englobados nesse “todos”. Não podemos fazer nada sem vocês, pois estão compreendidos no “todos”».
Multiplicam-se assim as ocasiões de encontro e de partilha. Os diálogos em todos os níveis fazem cair antigas barreiras e preconceitos. «A alma humana é maravilhosa. E isto faz parte do meu materialismo – explica Peter Fleissner, austríaco -. Por que colaboro com o Movimento dos Focolares? Porque temos uma herança em comum: o nosso mundo». E James Hall-Kenney, da Nova Zelândia, afirma que «no Movimento dos Focolares as pessoas comunicam com amor, com o coração, embora possam existir diferenças de termos».
Luan Omari, da Albânia, propõe um caminho de valores comuns: «Eu acredito nos valores anunciados por Jesus, embora não acredite, por exemplo, que Jesus seja o Filho de Deus. Mas acolho e me solidarizo com os seus valores. Esta é a base comum que nos une».
Claudio Vanni é o responsável pelos contatos externos da cooperativa Unicoop, de Florença, e fala sobre o individualismo como uma das características que acompanham o consumismo: «Se o individualismo se afirma como cultura e como conceito, é o oposto do diálogo. Desta forma cada um mantém os seus próprios interesses sem pensar nos interesses do outro, e sem diálogo não existe bem comum, não existe crescimento social mas conflito».
E Ruben Durante, da Argentina, fala de escuta: «Se mantenho a minha ideia não tenho a capacidade de escuta de que o outro precisa para doar-me a sua ideia e a experiência humana».
Um diálogo em contínua evolução, buscando definir cada vez melhor os relacionamentos e as perspectivas entre um “nós” e um “vocês”, mas que expressa a pertença a um único corpo.
Maria Voce, que esteve presente no encontro, respondendo à pergunta sobre o que esperar dos amigos de convicções não religiosas, disse: «Espero que levem para fora do âmbito do Movimento, os ideais que o Movimento possui». «E o que os nossos amigos podem esperar do Movimento? Acho que podem esperar o que cada um de nós deseja, que sintam-se acolhidos».
Aos cuidados de Franz Coriasco
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