O que acontece na Igreja hoje? Como vocês enfrentam os desafios da transmissão da fé às novas gerações, os escândalos ocorridos em vários países, o abandono da fé no continente europeu? Como captar a vitalidade e os talentos que provêm da Ásia e da África?
São as questões basilares que animam a reflexão do grupo de especialistas no campo eclesial e do mundo da comunicação composto por sacerdotes, religiosos e leigos que atuam em vários setores (missiologia, eclesiologia, educação, nova evangelização, culturas juvenis) e em diversas partes do mundo, que reuniram-se no mês de junho em Castelgandolfo (Roma – Itália). Desafios tomados em nível universal e segundo grandes áreas geográficas, que nos diferentes contextos adquirem fisionomias variadas, mas que, em seu conjunto, podem contribuir para dar uma visão daquilo que a Igreja deve enfrentar. Não faltou a visão sociológica, que abordou as questões em nível macro e micro às quais não apenas a Igreja mas toda a sociedade deve levar em conta: a gestão da complexidade no panorama globalizado, o novo quadro das relações e a criação de coesão social. O evento de Pentecostes 2013 foi avaliado como um envolvimento dos movimentos na perspectiva indicada pelo Papa: “ir para fora”, ao encontro do homem.
Este evento, promovido pela revista de vida eclesial Gen’s, chegou à sua terceira edição dias 12 e 13 de junho passado. Este ano também a presidente do Movimento dos Focolares, Maria Voce, interveio na abertura dos trabalhos. Ela salientou que o «impulso que vem do novo Papa a essa visão mais próxima a todos os homens, mais sóbria, mais simples», para o Movimento «deve significar o compromisso sempre renovado de edificar e de apresentar aquela Igreja-comunhão que o carisma [da unidade] nos permite viver, comunhão com Deus e com toda a humanidade. É o convite constante do Papa Francisco a “ir para fora”, que também nós sentimos de modo especial. Ser Igreja-comunhão e apresentar-se como tal, inclusive fora das estruturas estritamente eclesiais». E Giancarlo Faletti, copresidente dos Focolares, recordou a «paixão pela Igreja» que sempre animou Chiara Lubich, especialmente no período logo após o Concílio Vaticano II, convidando todos a continuar a reconhecer a ação do Espírito Santo que guia o povo de Deus.
O desafio das novas gerações e, de consequência, da educação, emerge com força, e um exemplo disso é a recente Assembleia Plenária do Conselho Pontifício para a Cultura sobre as culturas jovens emergentes. Nela foram colhidos os elementos amadurecidos a partir do protagonismo dos jovens, da linguagem juvenil e do conhecimento do universo juvenil para a transmissão da fé cristã.
«Cinco palavras para a minha Igreja», foi o sugestivo título da palestra do teólogo Piero Coda, em conexão Skype do Instituto Universitário Sophia, do qual é o reitor, na Mariápolis internacional de Loppiano. As palavras «sequela, povo de Deus, espírito e ethos», são compreendidas por ele como linhas de desenvolvimento da Igreja de hoje. «O Espírito Santo é capaz de gerar novas energias para responder às questões mais urgentes da humanidade» – explicou -. «É ele que leva adiante a Igreja, e às vezes o faz com mudanças bruscas. E nós, que não somos maleáveis, temos a impressão de ter que começar tudo do começo, mas devemos observar o caminho do Espírito Santo na Igreja».
Continua.
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