Como se pode ter a certeza de ter, realmente, escolhido Deus e ser coerente com esta escolha nas atitudes cotidianas? Chiara: (…) Podemos ter certeza somente daquilo que vivemos no presente: agora eu quero esta vontade de Deus, quero me encontrar com estes sacerdotes, que Maria ama tanto, que Deus ama tanto. Eu quero estar aqui? Sim, quero, com todo o coração! Mas, se neste momento me dissessem: “Chiara, você pode também escolher: morrer e ir imediatamente para o Paraíso com Jesus e Maria, com todos os membros do Movimento que estão na Mariápolis celeste, com todos os santos, com todos os anjos. Porém, esta não seria a vontade de Deus, seria uma vontade sua. O que você escolheria?” Eu escolho estar aqui com os senhores, porque escolho a vontade de Deus. (…) Desde que comecei a viver assim, naturalmente recomeço a cada momento. Porque eu entendi que a frase: “o justo peca sete vezes”, quer dizer uma infinidade de vezes, porque estamos sempre fora da vontade de Deus; mas, é preciso fazer sempre a vontade de Deus. Outra experiência que fiz vivendo assim, é que todo ato, o menor deles, como por exemplo, lavar-se, vestir-se, pegar um papel, arrumar uma coisa, encontrar uma pessoa… Tudo se torna solene. É maravilhoso, porque esta é uma estrada feita para todos; e realmente deve ter sido sugerida por Maria, porque Maria é mãe de todos: dos sacerdotes, dos leigos, das mulheres, dos homens, das crianças, dos idosos, de todos. Ela é a mãe de todos nós, porque é a mãe da Igreja; por isso ela nos indicou um caminho feito para todos. (…) Ora, este caminho tão simples, que pode ser vivido por todas as crianças, pelos sacerdotes, pelas jovens, pelos homens, pelas pessoas casadas. É possível oferecer a todos este caminho para a santidade… Basta que o desejem, porque não são mais eles que vivem, é Deus que vive neles. Sinto uma imensa alegria por ter recebido de Maria o segredo da santidade, de uma santidade popular, de uma santidade universal para todo o povo de Deus. Encontramos aqui o caminho que o Concílio deseja, ou seja, que a santidade deve ser para todos e não se limitar apenas aos conventos, a certas categorias de pessoas. E isso é algo extraordinário. Uma coisa é dizer: “Você pode se santificar num estado de perfeição”; tudo bem, vai, torne-se um frade, torne-se uma freira, e assim por diante. Mas, poder dizer a todos: existe um caminho no qual você pode se santificar; você, que talvez não possa ir à igreja porque as circunstâncias realmente lhe impedem; você, que está além da Cortina de Ferro, onde não pode ter contato com os sacerdotes; você, que está preso, pode se santificar vivendo bem a vontade de Deus, perdendo tudo: a liberdade, se alguém estiver numa cadeia; o contato com a Igreja, se alguém vive além da Cortina… Você pode santificar-se. Isso é algo realmente extraordinário. Somente Maria poderia inventar algo deste gênero. Somente uma mãe que ama a todos e a cada um pessoalmente. Somente ela. Eu não consigo explicar isso de outra forma. É extraordinário. (…) Também porque a simplicidade é uma das coisas mais difíceis de ser entendida. Porque é a unidade, é misteriosa. Portanto, como é possível? Primeiramente é preciso escolher Deus; e depois colocar-se neste caminho (…)”. Chiara Lubich Texto completo Fonte: Centro Chiara Lubich
Ser “próximo”
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