Movimento dos Focolares

Arriscar na sua Palavra

Jun 8, 2020

O Evangelho é a Palavra de Deus em palavras humanas e, por esse motivo, é fonte de vida sempre nova, mesmo nestes tempos de pandemia. Mas para que ela possa se difundir, é necessário colocar em prática as palavras de Jesus, traduzi-las em atos concretos de fé, amor e esperança.

O Evangelho é a Palavra de Deus em palavras humanas e, por esse motivo, é fonte de vida sempre nova, mesmo nestes tempos de pandemia. Mas para que ela possa se difundir, é necessário colocar em prática as palavras de Jesus, traduzi-las em atos concretos de fé, amor e esperança. (…) «Por causa da tua Palavra lançarei as redes»[1]. Para que Pedro pudesse experimentar a potência de Deus, Jesus lhe pediu a fé: crer n’Ele, acreditar até mesmo em algo que, humanamente falando, era impossível, absurdo: pescar de dia, quando a noite tinha sido tão avarenta. Também nós, se quisermos que a vida retorne, se desejarmos uma pesca milagrosa de felicidade, devemos acreditar e enfrentar, se necessário, o risco do absurdo, que às vezes a sua Palavra implica. Nós o sabemos: a Palavra de Deus é vida, mas se chega à vida passando pela morte; é ganho, mas este se consegue perdendo; é crescimento, que, porém, só se alcança diminuindo. E então? Como solucionar o estado de cansaço espiritual no qual às vezes podemos nos encontrar? Enfrentando o desafio da sua Palavra. Muitas vezes, influenciados pela mentalidade do mundo em que vivemos, também nós passamos a acreditar, às vezes, que a felicidade consiste em possuir, em se impor, em divertir-se, em dominar os outros, em aparecer, em satisfazer os sentidos: em comer e beber…, mas não é assim. Vamos tentar enfrentar o risco de cortar todas essas coisas. Deixemos que o nosso eu corra o risco da morte completa. Vamos arriscar, vamos arriscar! Uma, duas, dez vezes por dia. O que acontecerá? À noite sentiremos brotar, suavemente no coração, o amor; reencontraremos a união com Deus que não esperávamos mais; resplandecerá a luz das suas inconfundíveis inspirações. Seremos invadidos pela sua consolação, pela sua paz, e nos sentiremos novamente sob o seu olhar de Pai. E, envolvidos desta forma pela sua proteção, renascerá em nós a força, a esperança, a confiança, a certeza de que a Santa Viagem é possível; (…) sentiremos a certeza de que o mundo pode ser de Deus. Mas é preciso correr o risco da morte, do nada, do desapego. Este é o preço! (…)

Chiara Lubich

(em uma conexão telefônica, Rocca di Papa, 17 de fevereiro de 1983) Tirado de: “Arriscar na sua Palavra”, in: Chiara Lubich, Conversazioni in collegamento telefonico, pag. 108. Città Nuova Ed., 2019. [1]    Lc 5,5.

___

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Subscrever o boletim informativo

Pensamento do dia

Artigos relacionados

A que serve a guerra?

A que serve a guerra?

Neste momento, em que o mundo está dividido por conflitos hediondos, compartilhamos um trecho do célebre livro escrito por Igino Giordani em 1953, com nova publicação em 2003: A inutilidade da guerra. «Se queres a paz, prepara a paz»: o ensinamento político oferecido por Giordani neste livro poderia ser resumido neste aforisma. A paz é o resultado de um projeto: um projeto de fraternidade entre os povos, de solidariedade com os mais frágeis, de respeito recíproco. Constrói-se, assim, um mundo mais justo; assim deixa-se de lado a guerra como prática bárbara, que pertence à fase mais obscura da história do gênero humano.

Pasquale Foresi: os anos de trabalho pela encarnação do carisma

Pasquale Foresi: os anos de trabalho pela encarnação do carisma

Há 10 anos, no dia 14 de junho de 2015, faleceu o teólogo padre Pasquale Foresi (1929-2015), que Chiara Lubich considerou como cofundador do Movimento. Foi o primeiro focolarino sacerdote e o primeiro copresidente do Movimento dos Focolares. Há alguns meses, saiu o segundo volume da biografia de Foresi, escrito por Michele Zanzucchi. Falamos com o professor Marco Luppi, pesquisador de História Contemporânea no Instituto Universitário Sophia de Loppiano (Itália).