Set 10, 2019 | Sem categoria
Na Áustria 61 bispos católicos amigos do Movimento dos Focolares reuniram-se para um meeting internacional. As “feridas” da Igreja e os desafios atuais das comunidades cristãsforam o centro das reflexões numa reunião enriquecida por aprofundamentos de espiritualidade e partilha de vida fraterna.
Uma espécie de tsunami atingiu a Igreja nestes últimos anos. Se já há algum tempo, em muitos países tradicionalmente cristãos, a instituição parecia estar em recessão, as notícias sobre abusos escandalosos atingiram a sua credibilidade desde a base. Masessa não éa unica chaga que aflige as comunidades cristãsem nível mundial. A urbanização, a pobreza, as situações de guerra, a corrupção na sociedade e na própria Igreja, as pressões políticas e culturais, as várias formas de intolerância e defundamentalismo religioso, a falta de oportunidades de desenvolvimentoe os riscos ambientais, tiram o respiro e a esperança de muitos. Foram apenas algumas das “feridas” que 61bispos de quatro continentes que conhecem e vivem a espiritualidade dos Focolares compartilharam, de 2 a 10 de agosto passado, perto de Graz, naÁustria. Apesar de terem se reunido para um encontro de aprofundamento espiritual para dias de convivência fraterna, os bispos puseram-se à escuta do “grito” das suas comunidades. Ao contrário, como testemunhar um Deus crucificado e ressuscitado que assumiu e respondeu a todos os males?!
Não nos devemos bloquear diante dos vários fenômenos – refletiram – nemceder ao pessimismo, masir às suas raízes. Entre estas, na Igreja, foram evidenciados o individualismo e o clericalismo, umdeficitna formação e no testemunho coerente, a necessidade de uma espiritualidade sólida e de acompanhamento, a necessidade de crescer na capacidade de escuta e diálogo. De que modo responder a estes desafios? Não a partir do alto, iludindo-se de poder impor soluções, masa partir da base, percorrendo a estrada de Jesusque se fez pequeno, aliás fez-se nada, para ser dádiva, amou ao extremo e assim gerou a fraternidade. Olhar a situação desta perspectiva permite descobrir potencialidades de bem também onde, à primeira vista,parece que existe apenas o mal. Éa estrada pela qual estes bispos querem caminhar com decisão, cientesde que se trata– como recomenda a Exortação Apostólica “Evangelii gaudium”– deiniciar processosque só com o tempo trarão resultados e frutos. Hoje não é pedido menos: com fidelidade às origens, explorar novos modos de ser Igreja. Com pistas bem precisas, entre as quais: fundamentar o anúncio e a catequese na vivência do Evangelho e na comunhão de vida; formar para a espiritualidade de comunhão e para o “nós” eclesial e social; suscitar “células vivas”; saber escutar também quem pensa diferente. “Sejam um grupo alegre”foi o augúriodo Papa Francisco para este meeting debispos amigos do Movimento dos Focolares. E assim foi. Porque, na comunhão sincera entre todos,eles fizeram experiência de Deus. E com isso tudo muda, desde a raiz. Somente do ser pode nascer umiluminadoagir.
Hubertus Blaumeiser
Set 8, 2019 | Sem categoria

Foto: Ursula Haaf
De 1 a 5 de julho, na cidadela ecumênica dos Focolares naAlemanha reuniram-se100 consagradas e religiososmembros de várias comunidades e Movimentos, pertencentes a 50 Ordens religiosas, congregações e institutos de seis países e de várias Igrejas. Conversamos sobre o significado deste encontro com a Ir. Tiziana Longhitano, sfp, e com o Padre Salvo D’Orto, OMI, que coordenam as atividades dos consagrados e das consagradas que participam do Movimento dos Focolares. P. Salvo:Consideramos este encontro uma etapa de um percurso e de uma experiênciade mais de dez anos. Desta vez,o encontro alcançou uma maturidade eclesial considerável graças ao envolvimento da Conferência dos Superiores das Ordens Alemãs, desde a preparação. Ir. Tiziana:É evidente que estamos diante de uma “mesa ideal” onde se encontram carismas antigos e novos para um enriquecimento recíproco. Existe uma troca viva e criativa onde cada um oferece a própria contribuição como sinal de uma profunda participação na vida de todos e, ao mesmotempo, fica enriquecido e nutrido espiritualmente. A participação, pelo segundo ano consecutivo, do Prefeito da Congregação Vaticana dos Institutos de Vida Consagrada e das Sociedades de Vida Apostólica, cardeal João Braz De Aviz, salienta que este intercâmbio é necessário na vida da Igreja e da humanidade. Qual foi o papel do Movimento dos Focolares neste evento? P. Salvo:O Movimento dos Focolaresfoi o promotor do encontro na multiplicidade das suas vocações, porque estiveram envolvidos, juntamente com as consagradas e os consagrados, também focolarinas, focolarinos, voluntários e voluntárias de Deus, pertencentes a Igrejas diferentes. Ir. Tiziana: O Movimento propôs um espaço de comunhão e de unidade. Existem outros organismosque permitem às religiosas e aos religiososencontrarem-se, maso Movimento dos Focolares oferece um espaço carismático, no qual cada carisma sente-se à vontade e acolhe com uma harmonia relacional, que é o pano-de-fundo para cada palavra, cada expressão verbal e não-verbal. Abriram-se novas pistas ou projetos concretos de colaboração? Como coordenadores dos consagrados e das consagradas do Movimento dos Focolares, como vocês vem o futuro depoisdeste encontro? 
Foto: Maria Kny
P. Salvo: Pela presença e o grande número de intervenções de expoentes significativos de várias Igrejas, o encontro teve um carácter decisamente ecumênico. Por isso acreditamosque a colaboração crescerá, abrindo-se, nas próximas edições, à participação de consagrados de Igrejas diferentes. Provavelmente,também abriremos à participação de leigos que compartilham os carismas dos fundadores das Ordens. A presidente da Conferência dos Superiores das Ordens Alemãs, Ir. Katharina Kluitmann, esperavatambém um envolvimento deoutros movimentos eclesiais para uma comunhão ainda mais ampla da dimensão carismática e profética das Igrejas, principalmente na Alemanha, Áustria e Suíça.O futuro que se abre depois deste encontro é de plena confiança nas potencialidades do Movimento dos Focolares em criar “espaços” de comunhão e de enriquecimento recíproco para as Ordens religiosas. Nesta linha, estamos preparando, para o próximo ano, um evento entreos que serão dedicados ao Centenário do nascimento de Chiara Lubich, sobre o relacionamento entre o Carisma da Unidade e os demais carismas: será realizado em Castelgandolfo, nos dias 8 e 9 de fevereiro de 2020. Ir. Tiziana: Este evento de fevereiro será uma etapa importante no caminho de unidade entre consagrados e leigos que se sentem chamados, no próprio estado de vida, a compartilhar os carismas dos fundadores e a participarda mesma realidade carismática dos religiosos. O Papa Francisco salienta que, deste modo, forma-se uma família ainda maior, a “família carismática”, na qual, consagrados e leigos reconhecem-se nos mesmo carisma. Em fevereiro, queremos promover uma maior unidade entre as famílias carismáticas favorecendo a comunhão entre as instituições religiosas. Parece-nos que é esta a profecia do presente e do futuro da Igreja e da humanidade no caminho em direção ao “ut omnes unum sint” (que todos sejam um; n.d.r.) que Jesus pediu ao Pai.
Editado por Anna Lisa Innocenti
Set 6, 2019 | Sem categoria
Duzentos jovens de 67 países representando todas as realidades juvenis do Movimento no mundo se reunirão pela primeira vez em Roma: jovens pertencentes a diversas Igrejas, jovens de várias religiões e culturas. Uma assembleia transversal para delinear propostas e perspectivas para os próximos seis anos. “Há uma sede renovada de radicalismo e autenticidade entre nós, jovens, em resposta aos desafios do mundo de hoje. Percebemos que sozinhos é muito difícil. Podemos fazer uma rede com muitos outros jovens que querem ser promotores de mudanças e podemos fazê-la junto com os adultos.” Essa é a resposta a pergunta sobre onde estão indo os jovens do Movimento dos Focolares dada por Nicholas, 27 anos, italiano, e Amanda, 29 anos, brasileira, dois membros da comissão preparatória da primeira Assembleia mundial dos jovens do Movimento que ocorrerá em Castel Gandolfo, Itália, de 10 a 15 de setembro de 2019. Uma ideia que nasceu em 2017 e foi desenvolvida nesses dois anos por meio de pré-Assembleias dos jovens em várias partes do mundo. Por que uma Assembleia dos jovens? Porque sentimos que “nós somos” o Movimento dos Focolares, isso está no nosso coração. Muitos jovens expressaram o desejo de se encontrar e dialogar sobre temas importantes que se referem à nossa geração. Também os adultos sentiam a exigência de saber como nós, jovens, vemos o Movimento, qual é a nossa contribuição específica hoje para nos empenhar sempre mais na direção de um mundo unido. Nós mesmos escolhemos os temas que serão abordados na Assembleia e procuramos métodos envolventes e dinâmicas para que os jovens possam se exprimir livremente e fazer juntos “uma experiência de Deus”. Quem participará da Assembleia? Serão 200 jovens representando todos os continentes (67 países): Jovens por um Mundo Unido, empenhados dos Movimentos Paroquial e Diocesano, gens (jovens seminaristas), gen-re (jovens religiosos e consagrados). Ou seja, estarão presentes representantes de todas as expressões juvenis do Movimento dos Focolares, e isso é uma bela novidade dessa Assembleia. É uma colaboração que começou desde a preparação: em novembro de 2018, formou-se uma comissão preparatória de 15 pessoas de diversas realidades dos jovens de várias partes do mundo, a maioria com menos de 30 anos e também havia alguns adultos. Quais serão os temas abordados na Assembleia? Um questionário nos pareceu o melhor caminho para recolher os pensamentos e desejos dos jovens do mundo. Como comissão, elaboramos quatro perguntas. Pedimos para que descrevessem dois aspectos que caracterizam a identidade de um jovem do Movimento dos Focolares, indicar dois pontos fortes e duas coisas que gostaríamos de mudar, explicando o porquê e convidamos todos a refletir sobre como dar mais voz aos jovens dentro do Movimento e quais prioridades devemos mirar nos próximos seis anos. Chegaram 7300 respostas! Recolhemos e preparamos tudo: sentíamos uma grande responsabilidade ao manejar o material recebido! Esse foi o nosso instrumento de trabalho durante as pré-assembleias nas quais cada área do mundo escolheu seus representantes. Aprofundando os temas que surgiram, nasceu um breve istrumentum laboris com perspectivas, orientações e propostas segundo quatro temas que estarão ao centro dos trabalhos da Assembleia Mundial: formação e acompanhamento; sair; identidade do jovem do Movimento dos Focolares; papel e protagonismo dos jovens do Movimento. E agora… queremos nos deixar surpreender pela nossa assembleia! Certamente haverá um forte novo impulso que nos ajudará a realizar o sonho de Jesus: “Que todos sejam um” (Jo 17,21) para dar a nossa contribuição para a construção de um mundo unido.
Anna Lisa Innocenti
Set 4, 2019 | Sem categoria
A Palavra de Vida que procuraremos colocar em prática este mês é retirada da carta aos Tessalonicenses: “Confortai-vos e edificai-vos uns aos outros” (1Ts 5,11). É uma palavra simples, que todos podemos compreender e colocar em prática, mas que pode revolucionar os nossos relacionamentos pessoais e sociais. No ônibus Entrando no ônibus para voltar à cidade aonde estudo, percebo que ao meu lado está sentada uma senhora com um menino coberto de feridas. Sinto vontade de mudar de lugar, mas procuro vencer a sensação de repugnância. A viagem é longa e começamos a conversar. A senhora me conta que está indo para o mesmo lugar que eu, para buscar tratamento para seu filho. Mas não tem dinheiro, e nem um lugar para se alojar. Tem apenas o nome de uma pessoa que a aguarda, e muita esperança. Chegamos à noite, mas não consigo deixá-la sozinha na rua, então a convido para ir ao meu quarto, que divido com outra estudante. Chegando ao prédio vejo que ela cumprimenta alguém. Era justamente a pessoa que a estava esperando. (M. F. – Brasil) Reconciliação Já há muitos anos, incompreensões que aos poucos tornaram-se como gigantes, levantaram um muro entre nós e alguns parentes. Inúteis as explicações e tentativas de conciliação, inclusive por parte de pessoas externas. Mesmo assim, um dia, conscientes de que alguém entre eles pensava a mesma coisa, meu marido e eu começamos uma corrente de orações, envolvendo até pessoas amigas, para obter de Deus o dom da reconciliação. Pois bem, o que por tantos anos a razão não havia obtido, a graça obteve: em poucos emocionantes minutos, de ambas as partes decidimos colocar uma pedra sobre o passado, com uma anistia completa do coração. (Giovanna e Franco – Itália) Fora das minhas quatro paredes Ainda jovem, junto com outros amigos, eu havia descoberto a atualidade do Evangelho, e desde então os nossos dias tinham adquirido outro sabor. Mas agora, que sou esposa e mãe, sentia-me de certo modo “bem acomodada”. Compreendi que a opção de colocar Deus em primeiro lugar na minha vida devia ser refeita a cada instante. Então os momentos com meu marido começaram a ser mais preciosos, os gestos cotidianos com as crianças, mais construtivos, inclusive fazer as compras ou escutar a vizinha tornaram-se ocasiões de encontro e não uma perda de tempo. O desejo de comprometer-me não de um modo ocasional me impulsionou a inserir-me nas instituições escolares e solicitar junto aos órgãos competentes do nosso bairro outras ações úteis à comunidade. Voltar a atenção para quem está perto de mim me faz sair dos limites apertados das minhas quatro paredes. (Nucia – Itália)
Aos cuidados de Chiara Favotti
Set 2, 2019 | Sem categoria
Confiança, abertura, gratidão são as palavras com que a presidente do Movimento dos Focolares Maria Voce e o co-presidente Jesús Morán resumem o encontro com o Papa Francisco durante a audiência privada de 2 de setembro de 2019. “Levem adiante as profecias de Clara” foi o encorajamento do Papa. https://vimeo.com/357332500 Maria Voce: Acabamos de sair da audiência com o Papa. Foi um encontro belíssimo, de uma cordialidade extraordinária. Levamos de presente para ele o libro de Chiara sobre os Collegamentos, que ele apreciou, olhou com atenção, e também um ícone de Nossa Senhora que se chama “Alegria de todos os aflitos”. E ele gostou muito do título e também do ícone, porque disse que nunca tinha ouvido falar dele, e que ver estas pessoas – que se via que sofriam, que se dirigiam a Nossa Senhora – fez com que ele se lembrasse da última página de Manzoni sobre o lazareto, onde todos os leprosos rezam para Nossa Senhora, invocam Nossa Senhora nesta sua aflição. Mas todo o encontro foi caracterizado por uma grande confiança, por uma grande abertura, ele continuava dizendo: “Vão em frente, vão em frente”. Deve ter repetido umas mil vezes. Agradeceu pelo bem que fazemos e se sentia que estava realmente contente por nos ver. E: “Rezem por mim”. Então lhe garantimos que rezamos. A um certo ponto eu lhe disse: “Mas hoje, todos rezam, porque todo o Movimento sabe que estamos aqui com o senhor e todos rezam por este encontro, não só os católicos, mas todos”. E ele abriu os braços como que para envolver todos os que rezavam, inclusive os outros. Foi muito belo. Jesús Morán: Muito belo. Creio que tenha sido marcado pelo amor recíproco, porque ele continuava a nos dizer: “Eu lhes agradeço pelo que fazem, vão em frente”, e nós continuávamos a lhe dizer: “Nós apoiamos aquilo que o senhor faz; nós defendemos o seu pensamento”. Eu pensei logo naquela experiência de Chiara quando foi se encontrar com Paulo VI, que Paulo VI lhe disse: “Aqui tudo é possível”. Realmente lá tudo é possível. Depois é preciso ver concretamente, porém ele nos disse: “Vão em frente, levem em frente as profecias de Chiara”. Porque depois falamos de muitas coisas, inclusive concretas.
Maria Voce: Ele nos exprimiu mais uma vez o seu desgosto em ver que existem nacionalismos, que existem obstáculos para a paz, que existem conflitos inclusive entre os nossos. Ele disse: “Também no seio da Igreja (existem) alguns que pensam de modo diferente. Mas será possível que não aprendemos nada da história? Eu chorei – disse –, eu choro ao ouvir certas afirmações contra a paz e contra a compreensão recíproca”. Depois nos disse uma coisa que nos pareceu muito bela. Disse que certas vezes é melhor pedir perdão do que pedir permissão, que é preciso talvez errar para depois pedir perdão; muitas vezes é melhor fazer isto. Jesús Morán: Estava muito pesaroso porque certas contraposições continuam a provocar mortes. Diz: “Mas será possível que não aprendemos depois das guerras sangrentas que vivemos”? Falando da Europa, o vimos preocupado. Apresentamos para ele a Mariápolis Europeia. Como primeira coisa, falamos do Centenário de Chiara, e ele apreciou, sentiu que não é que o fazemos como uma comemoração, mas porque sentimos que o Carisma de Chiara é realmente atual. Maria Voce: Uma coisa que sentimos é que ele se preocupa muito pelos sacerdotes, pelos religiosos e pelos bispos, justamente no sentido de dizer: nos ajudem nestes campos.