Movimento dos Focolares
Em conexão com a família do Movimento dos Focolares na Austrália

Em conexão com a família do Movimento dos Focolares na Austrália

Chegamos à etapa australiana da viagem de Margaret Karram e Jesús Morán, Presidente e Co-presidente do Movimento dos Focolares, um continente que com extraordinárias riquezas culturais e uma família do Movimento variada e multicultural .

De Suva a Sydney

Arrivo a SidneyNesta viagem Margaret Karram e Jesús Morán percorreram grandes distâncias com ‘saltos’ radicais, basta pensar no trajeto do Japão para as Ilhas Fiji. Algo semelhante aconteceu no dia 9 de maio com o voo para a Austrália, onde as aldeias de pescadores da costa sul das Ilhas Fiji deram lugar àquela pérola resplandecente que é a cidade de Sydney. As luzes de seu célebre porto brilhavam enquanto nosso avião sobrevoava a cidade, que exibia orgulhosamente sua beleza.

Nesta metrópole multicultural, devido à diversificada comunidade local do Movimento dos Focolares, a acolhida foi feita em muitas línguas. As pessoas são provenientes da Coreia do Sul, Filipinas, China, Hong Kong, Líbano, Sudão, Iraque, Síria, Bangladesh, Brasil e, claro, Austrália. São católicos, melquitas, caldeus, anglicanos. Os focolares de Sydney também acompanham as cidades de Brisbane, a capital australiana Canberra e seus arredores.

Encontro com o arcebispo de Canberra

O contato com a Igreja local é sempre uma prioridade em cada etapa. Em um encontro profundo e descontraído, Dom Christopher Prowse, atual arcebispo de Canberra, destacou a vida de Mary MacKillop, a primeira santa da Austrália. “Se ela estivesse viva hoje, se sentiria muito à vontade com o Movimento dos Focolares”, disse o Arcebispo, ressaltando seu trabalho pelo diálogo entre as religiões. Ele nos levou ao seu túmulo e rezou para que, como aconteceu com ela, o carisma da unidade floresça como uma rosa e espalhe seu perfume por toda esta terra.

A arte, uma porta aberta para a cultura aborígine

Ad una mostra di arte aborigena contemporanea presso la Galleria d’arte del New South Wales

A arte sempre abre uma janela importante para a cultura indígena, mas para entender o que pode ser observado, a presença de um guia é fundamental. Alexandra Gaffikin, uma voluntária inglesa residente em Sydney, com vasta experiência no setor de museus e patrimônio cultural, nos acompanhou a uma exposição de arte aborígine contemporânea na Art Gallery of New South Wales.

As tradicionais pinturas em casca de árvores (bark paintings), por exemplo, retratam histórias, mas também mapas, escrituras e regulamentos. Elas podem ser tridimensionais (técnica underpaint), com camadas inferiores que representam até mesmo fontes de água subterrâneas. Na cultura aborígine, essas obras de arte, que foram originalmente pintadas no corpo humano, são coleções vivas que são transmitidas há milênios.

Uma visita a Sydney

Apesar dos muitos compromissos, Margaret Karram e Jesús Morán também conseguiram encontrar um pouco de tempo para visitar Sydney, pegando uma das muitas balsas rumo a Circular Quay e a famosa Opera House. A vista é maravilhosa!

Diferentes culturas, a novidade de caminhar juntos

Esta visita foi uma oportunidade para os focolarinos de toda a região – vindos também de Perth, Wellington na Nova Zelândia e das Ilhas Fiji – se reunirem para alguns encontros importantes. É um momento de reorganização do Movimento e, portanto, essas culturas tão diferentes (basta pensar na Coreia, no Japão e na área de língua chinesa) podem colaborar ainda mais.

“Acho que até agora não entendemos os aspectos positivos de tudo isso, mesmo que o processo não tenha sido fácil. Creio que veremos as consequências depois de alguns anos porque está nos ajudando a romper todas as barreiras… em primeiro lugar nos nossos corações, e as barreiras entre os países…

“Se queremos ter paz, devemos primeiro tê-la entre nós, focolarinos e nas comunidades. Devemos olhar para os outros países como se fossem o nosso país e descobrir que podemos ser esta “família unida (…)”.

“Não devemos dar nossa riqueza aos outros, mas ajudá-los a descobrir a deles.”

Margaret Karram

Uma presença especial, apesar dos desafios em relação à saúde

Um momento particularmente significativo foi aquele em que três focolarinas casadas gravemente doentes puderam cumprimentar a todos à distância.

“Quero apenas assegurar a vocês a minha unidade – disse uma delas.  – Eu tinha agendado e estava pronta para viajar, mas tive que mudar meus planos, porque Deus tinha reservado algo diferente para mim”.

“É maravilhoso porque sinto que estou onde Deus quer que eu esteja, mesmo que não seja onde eu quero estar”, disse outra.

“Fisicamente não consigo correr, – disse a terceira – mas dentro de mim tenho uma vontade enorme de correr, estou muito emocionada. O entusiasmo não tem idade”.

Boas-vindas da Austrália

Ali Golding

A cultura aborígene na Austrália é a mais antiga e ininterrupta do mundo e remonta a pelo menos 60.000 anos. O protocolo correto para qualquer evento ou reunião na Austrália começar com uma “recepção ao país” por um ancião aborígene, que é um reconhecimento formal dos guardiões das tradições desta terra.

Quando a comunidade do Movimento dos Focolares, vinda de toda a Austrália, se reuniu tivemos o privilégio da presença entre nós de Ali Golding, conhecida como “tia Ali”, que deu a todos as boas-vindas.  Ela é uma anciã do povo Biripi, criada em uma missão aborígene. Por mais de 20 anos ela viveu em um subúrbio de Sydney e, nos anos 80, Ali foi uma das primeiras assistentes educacionais aborígenes. Em 2004 obteve um diploma em Teologia.

Ela participou de vários fóruns locais, nacionais e internacionais, entre os quais o New South Wales Reconciliation Council (Conselho para a Reconciliação da Nova Gales do Sul) e os Australians for Native Title and Reconciliation. (Título Australiano de Nativo e de Reconciliação) Uma grande contribuição para a compreensão e aprofundamento da cultura e história indígena.

A presença de Ali no nosso evento certamente fortaleceu o apreço por esse “tesouro nacional” e pela rica herança aborígene. “Foi uma das boas-vindas mais sinceras que já experimentei”, disse Ali Golding. Aqui senti o espírito do Criador.”

O melhor encontro de toda a viagem (até agora)

Margaret Karram e Jesús Morán tiveram um encontro dinâmico e profundo com cerca de 30 jovens. Quando foram solicitados para falar sobre os desafios, eles não hesitaram, mas falaram abertamente sobre a indiferença que enfrentam todos os dias com os seus coetâneos. Eles não são muitos e as distâncias são enormes.

Margaret Karram contou sobre os seus primeiros anos de vida gen, com sua irmã, em Haifa e como eram poucas no início, recebiam o noticiário “Gen” pelo correio. Sentia-se orgulhosa pelo modo como elas tinham começado e igualmente orgulhosa por eles terem seguido em frente na vida gen.

Jesús Morán também incentivou os jovens, assegurando-os que é positivo compartilhar as dificuldades. “Este foi o melhor encontro de toda a viagem”, disse no final. Gostei muito.”

Uma experiência rica

Margaret Karram e Jesús Morán con i gen 2 e le gen 2

Entrevistados sobre como vivem o diálogo e a fraternidade em situações de conflito, Rita Moussallem e Antonio Salimbeni, Conselheiros do Centro Internacional para a Ásia e Oceania, recorreram à própria experiência.

“Na minha experiência de diálogo com pessoas de diferentes religiões entendi que estamos caminhando juntos em direção a Deus”, disse Antônio. E Rita: “O diálogo é um encontro. O que é realmente importante é conhecer o outro e descobrir que o amor afasta o temor.”

Como praticar “bodysurfing” (espiritualmente)

O surfe é um dos esportes nacionais na Austrália e é muito praticado na costa de Sydney, também por jovens e adultos que, com roupa de neoprene (wetsuit) e uma prancha, vão em busca de ondas. Também o Bodysurfing é muito popular, as pessoas surfam nas ondas do oceano mesmo sem prancha. Um espetáculo extraordinário!

Incontro con la comunità dei Focolari

Mas para chegar aonde estão as melhores ondas para surfar, primeiro é preciso lidar com as ondas mais fortes que estão vindo em sua direção – aquelas que você não quer surfar, aquelas para as quais você não está preparado.

“Alguém me explicou a dinâmica deste esporte e imediatamente me lembrei do nosso amor a Jesus Abandonado”, disse Margaret.

Quem pratica bodysurf mergulha tão profundamente, sob as ondas que não querem surfar, que quase tocam a areia no fundo. Desse modo, evitam ser surpreendidos pela força do oceano. Após a passagem da onda, retornam à superfície para encontrar uma onda na qual possam surfar.

“Assim como eles não combatem as ondas, da mesma forma nós não ‘lutamos contra as provações’, mas vamos ao fundo do coração, reconhecendo Jesus em cada dor e, continuando a amá-lo, voltamos à tona, tendo encontrado a luz por meio do amor”.

T. M. Hartmann

Os Focolares no Pacífico, uma única família

Os Focolares no Pacífico, uma única família

A terceira etapa da viagem à Ásia e Oceania de Margaret Karram e Jesús Morán, Presidente e Copresidente do Movimento dos Focolares foram as Ilhas Fiji. Nessa região do Pacífico, a espiritualidade da unidade se difundiu desde o final dos anos 60.

Embora tenham chegado às Ilhas Fiji no dia 3 de maio 2023, devemos dizer que a viagem de Margaret Karram e Jesús Morán à Oceania começou oficialmente apenas dois dias depois, com a cerimônia “Sevusevu”, com mais de 200 pessoas, incluindo os representantes da Igreja local. Isso admitiu a entrada deles e da delegação do Centro que os acompanha na comunidade eclesial e social fijiana.

Sevusevu: o dom do acolhimento

Isole Fiji_cerimonia del “Sevusevu”

Com a cerimônia “Sevusevu” – que significa “dom” –, quem chega ao arquipélago é acolhido e a partir desse momento já não é visitante, mas parte da comunidade e membro, com todos os direitos e privilégios de caminhar em solo fijiano. A Presidente e o Copresidente do Movimento dos Focolares receberam guirlandas preciosas e a raiz de Kava, um derivado da planta de pimenta, com um significado ancestral. Os dois “candidatos” foram apresentados à comunidade pelos “arautos”, que falaram em seu nome. Em seguida, tomaram a bebida feita de Kava num único gole e receberam a “Tabua”, um dente de baleia com um significado sagrado: é o objeto mais precioso da cultura fijiana, oferecido a eles como sinal da mais alta estima e honra.

As tradições no Pacífico: raízes do presente e do futuro dos povos

Compreende-se imediatamente que, no Pacífico, as tradições são elementos vitais e atuais; não estão relegadas a um passado que nada tem a ver com o quotidiano das pessoas, mas constituem o fundamento do seu estilo de vida. Respeito, acolhimento, reciprocidade, solidariedade social, um vínculo muito profundo e antigo com a natureza, são os valores que as tradições continuam a transmitir.

“Margaret Karram, Jesús Morán e a delegação do Movimento dos Focolares chegaram em um momento particular da vida das Ilhas Fiji” – explica Peter Emberson, fijiano, consultor multilateral e analista político do governo de Fiji e das Nações Unidas, que cresceu no Movimento desde muito jovem –. “O atual governo é mais aberto e democrático, e vejo a visita de Margaret Karram e Jesús Morán como parte desse processo de renovação social e política. Há duas perguntas que sempre fazemos a uma delegação oficial que chega às costas de nossas ilhas aqui no Pacífico: ‘De onde você é?’ e ‘Por que você veio?’. No ‘Sevusevu’, diante do povo, Margaret Karram expressou o seu compromisso e o do Movimento dos Focolares de construir a unidade também aqui. É uma resposta identitária, que diz muito sobre a contribuição que o Movimento pode dar ao nosso país. E isso gera confiança”.

Uma região ainda muito pouco conhecida

Isole Fiji

A Oceania é um continente pouco conhecido e, embora territorialmente seja o maior do globo, em termos de massa de terra é o menor. Além da Austrália e da Nova Zelândia, inclui a região do Pacífico, composta por 26 estados e territórios nacionais. Os principais grupos étnicos são os melanésios, os micronésios e os polinésios. No total, a área do Pacífico tem uma população de 16 milhões de pessoas, e nos últimos 100 anos as Ilhas Fiji (quase um milhão de habitantes) se tornaram o coração político e econômico da região, com um panorama religioso variado. O cristianismo é a fé mais praticada, seguida pelo hinduísmo e pelo islamismo. O catolicismo chegou no século XIX, e hoje os fiéis são pouco mais de 82 mil.

O padre Soane Fotutata, secretário da Conferência Episcopal do Pacífico (CEPAC), durante um jantar no focolare, esclareceu os desafios sociais, mas também eclesiais desse vasto território no qual a Igreja Católica está presente com 14 dioceses. Ele explicou que a crise ecológica é uma ameaça existencial para as pessoas e comunidades. Manifesta-se no aumento do nível do mar, acidificação dos oceanos, secas, inundações e eventos climáticos extremos, que se tornaram mais frequentes. Depois, existem feridas sociais como a emigração econômica e climática, que está despovoando muitas ilhas; prostituição, alcoolismo, pobreza a que também a Igreja local tenta responder.

2022: a chegada dos focolares em Suva

É nesse contexto eclesial que há um ano foram inaugurados os focolares femininos e masculinos em Suva, capital das Ilhas Fiji. A presença deles, de fato, está ligada também a um projeto apoiado pela Missio Escócia e Missio Austrália, para colaborar na pastoral diocesana dos jovens crismandos e pós-crismandos com um programa que visa a apoiar a transmissão das riquezas culturais entre as gerações. “Quando chegamos” – contam Lourdes Rank, do Brasil, e Stephen Hall, da Nova Zelândia – “o Arcebispo nos pediu para estarmos antes de tudo a serviço da Igreja e para participarmos de suas atividades e projetos. Atuamos na catequese, com os jovens e estamos envolvidos na vida das nossas paróquias. Uma abordagem que se revelou muito positiva: agora estamos verdadeiramente inseridos na vida eclesial e começamos a construir relações com vários sacerdotes, religiosos e leigos”.

A esse respeito, o vigário geral da arquidiocese de Suva, dom Sulio Turagakacivi, agradeceu o serviço que os focolares prestam à Igreja local. Agradecendo-lhe, Margaret disse: “Podemos aprender da Igreja aqui como viver o processo sinodal e como manter o frescor do encontro do Evangelho com a cultura e a sociedade locais”.

Em Futuna, a primeira semente da Espiritualidade da Unidade

Mas a primeira semente da Espiritualidade da Unidade no Pacífico foi plantada na ilha de Futuna, no final dos anos 1960, pela Ir. Anna Scarpone, uma missionária marista. O primeiro focolare do Pacífico foi aberto em Numea (Nova Caledônia), de 1992 a 2008, acompanhando o nascimento e o crescimento de uma viva comunidade local. Hoje os focolares das Ilhas Fiji são “casa” para todas as comunidades do Movimento na região do Pacífico, que estão presentes – assim como na Nova Caledônia e em Fiji – em Kiribati, Wallis e Futuna, com algumas pessoas que conhecem a espiritualidade também em Papua Nova Guiné, Samoa e Vanuatu.

Juntos pela primeira vez

Isole Fiji-Margaret Karram e Jesús Morán con alcuni membri della comunità dei Focolari

Isole Fiji-Margaret Karram e Jesús Morán con alcuni membri della comunità dei Focolari

Por ocasião da visita de Margaret Karram e Jesús Morán as comunidades se reuniram em Suva por alguns dias. É o primeiro encontro deles em um dos países do Pacífico. Muitos gestos, como o acolhimento e a estima recíproca, demostram a consciência de todos sobre a preciosidade desses dias. Para esses povos, reunir-se como família do Movimento dos Focolares não significa apenas fazer comunhão espiritual, mas colaborar na vida quotidiana – que inclui cozinhar, preparar a liturgia da missa, cantar e dançar –, cada um oferecendo o seu “dom” natural e cultural que se une ao dom do outro.

Também aqui Margaret Karram e Jesús Morán encontraram os focolarinos e as focolarinas em uma manhã de profunda comunhão e puderam viver vários momentos com a comunidade, como a missa, as refeições e muitos momentos espontâneos de diálogo. A partilha de experiências permitiu-lhes conhecer os desafios e o compromisso do Movimento no Pacífico. Na Nova Caledônia, a comunidade está comprometida no serviço à Igreja e, na esfera social, a criar espaços de unidade entre os diversos componentes étnicos da população. Em Futuna e Kiribati, a Palavra de Vida é central, gerando experiências de perdão e reconciliação em famílias e projetos sociais a serviço das mulheres e dos mais necessitados. Em Fiji, a comunidade cresce e compartilha com os focolarinos o compromisso de serviço à Igreja.

Run4Unity nas Ilhas Fiji: caminhar juntos

O dia 6 de maio foi dedicado a Run4Unity, e Margaret Karram deu início ao revezamento mundial no Pacífico, onde surge o primeiro nascer do sol do mundo. Com a presença dos adolescentes do Movimento Juvenil pela Unidade e com Jesús, ela plantou duas árvores típicas das Ilhas Fiji: “o sândalo, árvore nativa, e o citrus que, para crescer, precisam um do outro”, explicou. “O sândalo é perfumado, e o citrus, que é cítrico, fornece ao sândalo todos os nutrientes de que ele precisa. É um exemplo maravilhoso na natureza de cuidado mútuo. É isso que os habitantes das Ilhas do Pacífico querem dizer a todos nós: a única maneira de oferecer o nosso dom precioso, a unidade, é caminharmos juntos, cuidando uns dos outros. Dessa forma, podemos transformar o nosso mundo”.

Uma mensagem que evoca aquela que é talvez a principal característica destas ilhas: a vida comunitária, como ficou evidente na tarde e na noite de 7 de maio no encontro de Margaret e Jesús Morán com a comunidade dos Focolares. “Vim aqui para estar perto de vocês e compartilhar suas vidas pelo menos por alguns dias” – disse Margaret a todos –. “O que encontrei aqui está muito vivo no meu coração e expressa a cultura de onde venho, que incentiva o respeito pelas outras pessoas e pela língua, além do sentido de família. Vocês também são poucos, mas não se preocupem: o que importa é viver o Evangelho e levar a unidade a quem encontrarmos. O que vocês compartilharam nestes dias me impressionou muito: com o amor, a hospitalidade e a acolhida, vocês nos doaram Jesus. Mas, ouvindo-os, compreendi que a pérola mais preciosa que possuímos é Jesus Abandonado, por quem deixamos tudo, e que é o segredo para amar a todos”.

“As experiências de perdão que vocês relataram me tocaram profundamente” – continuou Jesús – “e demonstram que vocês vivem o Evangelho, porque o perdão é a maior novidade que ele contém. O perdão não é algo humano, só Jesus em nós pode perdoar, e vocês expressaram isso com uma pureza única”.

Quando lhe perguntaram sobre o que ela espera para o futuro do Movimento na Oceania, Margaret disse o que deseja para todo o Movimento no mundo, ou seja, que se torne cada vez mais uma família não fechada em si mesma, mas aberta, que dialoga para realizar a oração de Jesus ao Pai, como Chiara Lubich sonhou.

Retomando a palavra, ela acrescentou: “Gostaria de dizer novamente que, para contribuir para a realização da unidade, cada país, cultura ou continente não deve perder a própria identidade. Temos que ser nós mesmos. Esta seria uma grande dádiva para todo o Movimento e para o mundo: sermos nós mesmos, com nossas riquezas e contradições, e viver o Carisma da Unidade sem eliminar quem somos”. Os aplausos que se seguiram expressaram a gratidão das pessoas por se sentirem compreendidas.

Iniciada com a cerimônia “Sevusevu”, esta visita só poderia terminar com a mesma solenidade. A cerimônia de despedida, “I-Tatau”, parece fechar o círculo: na língua fijiana, os arautos que falam em nome de Margaret e Jesús agradecem à comunidade e pedem, em nome deles, permissão para se despedir, enquanto o orador que fala em nome da comunidade fijiana permite que eles saiam e deseja uma boa viagem na esperança de se encontrarem novamente.

O espetáculo que as comunidades do Pacífico prepararam é uma “exposição” extraordinária das expressões artísticas dos povos ali presentes, em que as danças e os cantos expressam a sua profunda ligação com a terra e com a natureza, o orgulho das suas tradições e o desejo de compartilhá-las.

Mas o que ficará impresso em todos, acreditamos, é a saudação que as comunidades da Nova Caledônia e Fiji trocaram: sentados, um diante do outro, cada um entoou a própria canção de despedida, acenou adeus olhando-se nos olhos, como quem se despede de um irmão de sangue.

“Garantimos que seremos uma só família” – dizem a Margaret – “e, apesar de nossas fragilidades, faremos de tudo para manter a presença de Jesus no meio na Oceania”.

Stefania Tanesini

O Movimento dos Focolares publica os resultados de uma investigação independente sobre casos de abuso por um ex-membro consagrado em França

Margaret Karram: “Comprometo-me, em nome do Movimento dos Focolares, a responder com ações, com escuta, acolhimento e medidas de prevenção, às recomendações finais enunciadas pela investigação independente”.

O Movimento dos Focolares anuncia os resultados da investigação realizada por um organismo externo e independente sobre os casos de abuso sexual que envolveram JMM, um ex-membro consagrado do Movimento dos Focolares na França.

Em 23 de dezembro de 2020, a investigação foi confiada pelo Movimento dos Focolares à empresa britânica GCPS Consulting, uma entidade independente, cuja missão foi sempre ajudar as instituições a melhorar os seus sistemas de prevenção e de denúncia dos abusos. Para assegurar a integridade, qualidade e fiabilidade do processo de investigação e dos seus resultados, o Movimento dos Focolares nomeou também Alain Christnacht, um antigo alto funcionário francês, como supervisor independente, sem qualquer ligação com o Movimento.

A pedido das vítimas, o Movimento dos Focolares confiou a investigação a uma comissão independente seguindo o mesmo espírito da Conferência Episcopal Francesa, que, em Fevereiro de 2019, tinha encarregado a CIASE de proceder a uma averiguação sobre toda a Igreja Católica Francesa com o objetivo exclusivo de colocar as vítimas no centro das prioridades e do trabalho da investigação.

O organismo independente recebeu testemunhos que cobrem o período entre 1958 e 2020 e mostram claramente que JMM foi responsável por abusos de diversos níveis a pelo menos 26 vítimas.

A GCPS Consulting resume da seguinte forma o trabalho feito para a investigação:

“Escutar as vítimas foi uma das principais tarefas, bem como uma parte desafiante do processo, tanto para as vítimas como para a equipa de inquérito, mas é o elemento mais importante.

O relatório descreve acontecimentos ao longo de cinco décadas em que JMM abusou ou tentou abusar sexualmente das suas vítimas, principalmente rapazes adolescentes, descrevendo o seu modus operandi e também o contexto em que os abusos ocorreram.

A investigação ouviu outras vítimas de abuso, alguns sexuais e outras formas de abuso, de um número significativo de vítimas e testemunhas.

O facto de o abuso ter sido prolongado e não ter sido contrastado, mesmo quando foi denunciado aos responsáveis e às pessoas com cargos de responsabilidade, é também objeto do relatório. Foi solicitado à Investigação que examinasse o grau de conhecimento dos responsáveis naquela época e dos responsáveis sucessivos, e que se avaliasse como estes acontecimentos foram tratados. O relatório detalha como as denúncias não tiveram uma resposta apropriada, as vítimas não foram ouvidas, não foram tratadas adequadamente, e como se perderam as oportunidades de contrariar os abusos de JMM e de prevenir incidentes subsequentes.

Finalmente, o relatório descreve detalhadamente como o Movimento dos Focolares implementou mais recentemente medidas de proteção e faz uma série de recomendações para reforçar o ambiente de salvaguarda, incluindo as relacionadas com mudanças fundamentais a nível cultural e de liderança”.

Depois de ter examinado o relatório, Margaret Karram, Presidente do Movimento dos Focolares, declarou:

Não há palavras adequadas para expressar o choque e a dor que sinto pelo mal que foi feito às crianças e aos adolescentes pelo JMM e – devo dizer isto com grande sofrimento – não apenas provocado por ele, como emerge das conclusões da investigação”.

Ao dirigir-se às vítimas, acrescentou: “Neste momento, os meus pensamentos e as minhas palavras dirigem-se a vós que sofrestes um crime muito grave que, em muitos casos, arruinou a vossa vida.

A TODAS E A TODOS E A CADA UMA E A CADA UM DE VÓS PESSOALMENTE, JUNTAMENTE COM O CO-PRESIDENTE JESÚS MORÁN, E EM NOME DO MOVIMENTO DOS FOCOLARES, PEÇO HUMILDEMENTE PERDÃO

Temos de reconhecer que apesar do bem que o Movimento tem feito ao longo da sua história, nesta área não conseguimos estar vigilantes, escutar e acolher o grito de muitos a pedir ajuda. Isto não pode acontecer daqui para a frente e está em total contradição com os valores que o Movimento dos Focolares com a sua espiritualidade cristã é chamado a viver.

Comprometo-me, em nome do Movimento dos Focolares, a responder com ações, com escuta e acolhimento, com medidas de prevenção às recomendações finais enunciadas pela investigação independente”.

Mais do que nunca, o Movimento dos Focolares está decidido a garantir que as suas comunidades em todo o mundo sejam ambientes seguros e de enriquecimento mútuo. Como o inquérito do GCPS evidencia, em 2011 o Movimento iniciou uma avaliação profunda das medidas para prevenir os abusos e proteger as pessoas. Essas medidas foram revistas em 2014, em 2020, e serão ulteriormente atualizadas após o estudo aprofundado dos resultados deste inquérito.

O Movimento dos Focolares informou a Conferência Episcopal Francesa e o Dicastério dos Leigos, da Família e da Vida sobre a publicação do relatório.

A principal preocupação do Movimento é contribuir o melhor possível para o processo de recuperação das vítimas, incluindo uma indemnização financeira se necessária e solicitada.

É por isso que, por recomendação da Igreja em França, o Movimento dos Focolares pediu à “Commission indépendante de reconnaissance et de réparation” (CRR) – um organismo multidisciplinar composto por peritos da sociedade civil e criado pela CORREF (Conférence des Religieux et Religieuses de France) – para acompanhar as vítimas que assim o desejem no seu percurso de recuperação. As vítimas podem desde já contactar esse organismo.

E-mail : victimes@crr.contact – Tel: 09 73 88 25 71 Website: https://www.reconnaissancereparation.org

A fim de cumprir o seu compromisso para com as vítimas de JMM, o Movimento tinha iniciado há alguns meses um procedimento de apoio psicológico coordenado pelo Dr. Alexis Vancappel. Este procedimento será mantido para as vítimas que já usufruem deste serviço.

O Movimento dos Focolares informa que nas próximas semanas dará a conhecer as ações e as medidas que pretende implementar para responder às recomendações expressas no relatório.

Os resultados do inquérito são publicados na íntegra e acessíveis a todos no site do GCPS Consulting e nas páginas francesas e internacionais do Movimento dos Focolares. Neste momento o inquérito está disponível em inglês, francês e italiano, e mais tarde em alemão, espanhol e português.

Stefania Tanesini

Investigação independente (texto integral)

Relatório do supervisor Alain Christnacht

Carta da Presidente e do Co-Presidente do Movimento dos Focolares aos membros do Movimento dos Focolares em França

Margaret Karram: Que cesse o fogo da guerra  e vença o diálogo “na procura de caminhos de paz”

Margaret Karram: Que cesse o fogo da guerra e vença o diálogo “na procura de caminhos de paz”

A “oração pela paz universal”, pronunciada hoje pela presidente do Movimento dos Focolares em Assis, diante do túmulo de São Francisco, ecoa as palavras do Papa Francisco. A versão completa está em anexo.

Nós Te pedimos com a fé que remove montanhas, que ‘cesse o fogo’ da guerra e que vença o diálogo ‘na busca de caminhos de paz’ entre a Rússia e a Ucrânia. Pedimos a graça de cessar todos os conflitos em curso, especialmente os mais esquecidos.”

Esta ardente invocação está no cerne da “oração pela paz universal”, pronunciada esta manhã em Assis por Margaret Karram, presidente do Movimento dos Focolares. Na cripta de São Francisco, na Basílica Inferior, ela estava acompanhada pelo Conselho Geral do Movimento, reunido na “cidade da paz” para alguns dias de retiro.

Representando todos os membros do Movimento – cristãos de diferentes Igrejas, adeptos de várias religiões, pessoas que se reconhecem irmãos e irmãs na única família humana.

Assumimos o grito e o desespero dos povos que atualmente sofrem por causa da violência, dos conflitos armados e das guerras”, prosseguiu Margaret Karram.

Dá-nos a graça de acolhermo-nos uns aos outros, de nos perdoarmos, de vivermos como uma única família humana.

Dá-nos de amar a pátria do outro como a nossa! Deus de misericórdia, de concórdia, faz de nós “instrumentos da Tua paz”.

A uma semana (25 de março) da consagração da Rússia e da Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria pelo Papa Francisco, esta súplica é parte da oração coral pela paz que se eleva no mundo e acompanha a grande rede de solidariedade à qual integram também os membros do Movimento. As comunidades do Focolare estão presentes em mais de 180 países, incluindo muitos lugares onde ainda há conflitos e guerras.

Stefania Tanesini

O texto completo da “oração universal pela paz”.

Concílio Vaticano II e carisma à serviço da unidade

Concluiu-se, em Florença, na belíssima moldura do Palazzo Vecchio, após o primeiro dia realizado na Faculdade Teológica da Itália Central, a conferência “O Concílio Vaticano II e o carisma da unidade de Chiara Lubich”. Um evento inserido em um debate de grande atualidade, da sinodalidade ao compromisso pela paz e o diálogo entre os homens e os povos. O grande tempo dos novos movimentos eclesiais, que viu o seu ápice durante o pontificado de João Paulo II, certamente teve a sua origem no período pré-conciliar. Encontrou a sua razão de ser, mais tarde, na assembleia vaticana, em especial na valorização do laicato católico e na redefinição da presença da Igreja no mundo (Lumen gentium), além de que na centralidade da Palavra compartilhada em comunhão (Dei verbum). O período pós-conciliar permitiu, em seguida, a explosão numérica e qualitativa desses movimentos, que Paulo VI valorizou e desenvolveu, e que o magistério de João Paulo II aplaudiu e apoiou. Um enredo de unidade e distinção, particularmente na Igreja da segunda metade do século XX, que encontrou no carisma de Chiara Lubich, um carisma ao serviço da unidade da Igreja e da humanidade, a sua expressão mais madura. O evento esteve inserido no grande movimento de solidariedade com as vítimas da guerra na Ucrânia, e com todos os homens e mulheres de paz que atuam na Ucrânia e na Rússia, na Europa e na Ásia, em todos os lugares. Testemunhou assim a competência do carisma da unidade ao serviço da unidade, na complexa e às vezes turbulenta atualidade. Como notou o vereador Alessandro Martini, num dia em que, na cidade de Florença, foi realizda uma manifestação pela paz de nível internacional. Por estes motivos, dado que o Movimento dos Focolares aparece como o primeiro e o mais difundido movimento eclesial da era conciliar, por ocasião do centésimo aniversário do nascimento da sua fundadora – adiado duas vezes por causa da pandemia – o Instituto Universitário Sophia e o Centro Chiara Lubich organizaram um encontro internacional intitulado: “O Concílio Vaticano II e o carisma da unidade de Chiara Lubich: Dei Verbum e Lumen Gentium”. Sede: Florença (Itália). Data: 11 de março na Faculdade Teológica da Itália Central e 12 de março no Palazzo Vecchio, Sala dei Cinquecento. Patrocinado pela Prefeitura de Florença, o evento teve a participação da Associação Teológica Italiana, da Faculdade Teológica da Itália Central, do Instituto Paulo VI, do Centro Internacional de Estudantes Giorgio La Pira, da Editora Città Nuova, da Escola Abbà e, obviamente, do Movimento dos Focolares. O comitê científico era composto por Alessandro Clemenzia (FTIC), Piero Coda (IUS) e, pelo Centro Chiara Lubich, Florence Gillet, João Manoel Motta e Alba Sgariglia. Em novembro de 1965, no encerramento da plenária vaticana, Chiara Lubich sintetizou, em uma significativa oração, a peculiaridade talvez mais evidente do Concílio, a Igreja que nasce da presença de Jesus entre nós: “Ó Espírito Santo, faz que nos tornemos Igreja viva, por meio daquilo que sugeriste ao Concílio: este é o nosso único anseio e todo o resto serve a isso”. Foi com este espírito que a Conferência assumiu o objetivo de iniciar uma profunda análise com dois propósitos: perceber se e como a mensagem do Concílio tenha encontrado, na experiência suscitada pelo carisma, ao serviço da unidade, um espaço fecundo de interpretação e desenvolvimento; perceber se e como o horizonte descortinado pelo Vaticano II tenha tornado possível e propiciado o florescimento de vida eclesial promovido pelo carisma da unidade.                              Na primeira etapa a atenção foi concentrada nas Constituições Dei Verbum e Lumen Gentium, a fim de evidenciar os pontos de convergência e as contribuições da doutrina conciliar e da inspiração do carisma da unidade, em torno do nexo crucial para o qual a Igreja nasce e cresce como encarnação histórica, no sopro do Espírito, da Palavra que “se fez carne” (Jo 1,14). O programa do encontro foi muito denso, como acontece com frequência, quando é o resultado de um trabalho sério de idealização e preparação. Muitas palavras que, aos poucos, adquiriam um sentido completo, pela contribuição diversificada dos estudiosos. No primeiro dia houve a palestra de Piero Coda, ex-diretor do Instituto Universitário Sophia (“Uma coincidência cronológica e kairológica: um concílio e um carisma. Para um discernimento teológico da correlação entre Vaticano II e carisma da unidade”); de Paolo Siniscalco, da Universidade Sapienza de Roma (“Chiara Lubich na época do Vaticano II”); e do teólogo Severino Dianich (“O evento do Concílio Vaticano II: sacramento… da unidade de todo o gênero humano”). Coda salientou como o carisma, ao serviço da unidade, deu uma contribuição decisiva para a história da Igreja, no caminho da comunhão edificada em Cristo crucificado, abandonado e ressuscitado. Siniscalco traçou, com sabedoria e precisão histórica, os vários passos da aventura existencial de Chiara Lubich, antes, durante e depois do Concílio Vaticano II. E Dianich, com sua conhecida clareza e franqueza, deu uma interpretação do Vaticano II como berço de uma reinterpretação mais leiga e mais comunitária do Evangelho. Sábado, 12, o encontro transferiu-se para um ambiente civil, após a primeira sessão realizada em um ambiente eclesial, como para reiterar o duplo valor operacional do carisma ao serviço da unidade. No prestigioso Palazzo Vecchio, na Sala dei Cinquecento – que, desde 1964, foi sede de vários encontros do Movimento dos Focolares, e onde a própria Chiara Lubich recebeu, no ano 2000, a cidadania honorária de Florença – os trabalhos foram abertos pela atual presidente do Movimento dos Focolares, Margaret Karram, salientando a importância da sede de Florença, na memória de Giorgio La Pira, o prefeito santo, homem de paz e de “Igreja viva”. Ainda em 1974, juntamente com o cardeal Benelli, a Lubich fundou o Centro Internacional de Estudantes Giorgio La Pira, ligando, dessa forma e de movo incancelável, o seu nome à cidade. Florença como cidade da paz, com ligações privilegiadas com o Oriente Médio de onde provém Margaret Karram, palestina de passaporte israelense. “Trabalhamos para tecer, em toda parte, relações de paz, o bem mais precioso que a humanidade possa possuir”, disse a presidente dos Focolares. Afirmação reiterada pelo cardeal Giuseppe Betori, ausente por motivos de saúde, em sua mensagem: “A experiência do diálogo em todos os níveis, que caracterizou a vida de Chiara Lubich, tinha o fundamento em uma intuição evangélica a respeito da relação entre interioridade e exterioridade, onde a relação com o outro era a prolongação, como causa e efeito, da união íntima com Deus”. Dando prosseguimento à conferência, no Palazzo Vecchio, falando da Dei Verbum com um timbre eminentemente teológico, Vincenzo di Pilato (FTP) abordou o tema: “O alfabeto para conhecer Cristo. A Palavra de Deus, evento permanente de salvação na Dei Verbum”. E Florence Gillet, do Centro Chiara Lubich enfrentou um tema na fronteira entre história e eclesiologia: “A Palavra de Deus em Chiara Lubich: presença viva de Cristo que gera a Igreja”. Em seguida, uma mesa-redonda com Giovanna Porrino (IUS) sobre “A Palavra na vida da Igreja”, Declan O’Byrne (IUS). “A Palavra e o Espírito”, Angelo Maffeis (FTIS) sobre “A Palavra de Deus como princípio de unidade”, e com o teólogo evangélico Stefan Tobler (USBL), sobre “Uma mística da Palavra como via ao ecumenismo”. A terceira e última sessão do encontro, dedicada à Lumem Gentium, teve a aguardada palestra de D. Brendan Leahy (Bispo de Limerick, na Irlanda), sobre “A Igreja e o princípio mariano”. A mesa-redonda que se seguiu contou com as intervenções de Alessandro Clemenzia (FTIC/IUS), “A Igreja da Trindade”; de Assunta Steccanella (FTV/TV), “O povo messiânico”; de Erio Castellucci, bispo de Modena-Nonantola e vice-presidente da CEI, “Colegialidade episcopal e sinodalidade na Igreja”; e de Cristiana Dobner (carmelita descalça), “Os carismas na missão da Igreja”. Para terminar, a palavra da teóloga Yvonne Dohna Schlobitten, da Pontifícia Universidade Gregoriana, sobre o tema “Um ícone da eclesiologia do Vaticano II”. A Sala dei Cinquecento, que embora cheia de símbolos de guerra propostos nas grandes pinturas penduradas nas paredes, ouviu as palavras de paz de La Pira, Bargellini, e Lubich, recebeu assim, dias 11 e 12 de março de 2022, um evento que mostrou como a Igreja e a sociedade civil podem ser um testemunho de comunhão e diálogo, estimulando a política a tomar a paz e a sua construção como seu horizonte.

Michele Zanzucchi