Out 6, 2019 | Sem categoria
300 conversas telefônicas de Chiara Lubich com as comunidades do Movimento dos Focolares no mundo compiladas em um volume. Falamos com Maria Caterina Atzori, membro do comitê organizador da Coleção das “Obras Completas de Chiara Lubich” no Centro Chiara Lubich em Rocca di Papa (Roma). Conversazioni (Conversas em tradução livre) é o segundo volume da Coleção das “Obras Completas de Chiara Lubich” que a editora Città Nuova, em colaboração com o Centro Chiara Lubich, lançou em 2017 com a publicação do primeiro volume sobre Palavras de Vida. Pode nos dizer melhor do que se trata?
O livro Conversazioni reúne 285 pensamentos espirituais escritos por Chiara entre 1981 e 2004 transmitidos pessoalmente por ela de tempos em tempos, por meio de conferências telefônicas a várias comunidades do Movimento dos Focolares presentes nos vários continentes. São pensamentos muito ricos que contam sobre a vida e delineiam, em suas várias etapas, o que é um verdadeiro caminho espiritual vivido à luz do carisma da unidade, é o traçado de um caminho de santidade coletiva que abre um novo percurso, uma vida marcadamente comunitária, pela qual se vai a Deus “juntamente com” o irmão. Esse caminho foi feito in primis por Chiara Lubich e, contemporaneamente, por aqueles que – conquistados pelo seu exemplo e guiados também por esses “collegamentos telefônicos” – aceitaram o convite de completar juntos aquilo que Chiara mesma, citando as palavras do Salmo 83, definiu como a “Santa Viagem” da vida. Mas pode-se dizer que Chiara Lubich tenha, de algum modo, criado um “novo gênero literário”? Com certeza, Chiara não tinha a intenção de criar um novo gênero literário. De fato, esses textos não foram escritos por ela visando a publicação de um livro. A publicação começou depois, inicialmente com pequenos livros, sempre editados por Città Nuova, muito requisitados não só pelos membros do Movimento dos Focolares, mas também por quem, em vários níveis, tinha contato com o Carisma da unidade de algum modo. Mas, no início, esses textos foram escritos um por um, antes de tudo para serem “falados”, transmitidos oralmente usando materialmente o telefone (e aqui está o novum desse “gênero literário”), algo que criou todas as vezes um diálogo imediato com os interlocutores, formou uma família estendida em todos os continentes, feita “uma” pelo empenho de percorrer juntos a “Santa Viagem” da vida. Só em um segundo momento esses mesmos textos foram reunidos visando a publicação. Nesse sentido, pode-se afirmar, portanto, que, com Conversazioni, nasce também um novo gênero literário: é um gênero que junta palavras, metodologia comunicativa e vida e que estreita um diálogo íntimo e profundo entre a autora e seus interlocutores, no sentido mais amplo entre emissor e receptor, entre escritor e leitor. Quais são as características desses textos? Na passagem do “collegamento telefônico” para a escrita, cada texto se apresenta como uma leitura que, mesmo sendo cada uma contextualizada no tempo e no espaço, quer estabelecer ainda um contato direto com novos leitores, interpelados todas as vezes com a fórmula de abertura: “Caríssimos”. São “conversas” que continuam agora não mais com o telefone, mas por meio das páginas de um livro. A linguagem que Chiara utiliza é rica de calor e cor; adapta-se aos jovens e aos não tão jovens de várias classes sociais. De tempos em tempos, ela se inseria na realidade contemporânea, relia a existência humana à luz do Carisma da unidade, contava uma experiência sua sobre o pensamento que queria transmitir, interagia com os interlocutores, propunha uma mensagem a ser vivida até o novo encontro telefônico (no volume: até a nova carta). Exprimia, portanto, o seu pensamento espiritual com imagens concretas e cotidianas, muito próximas dos interlocutores. Eram frequentes as semelhanças, metáforas, slogans vivazes e fáceis de memorizar que deixavam a mensagem limpa, envolvente, “fácil” de viver. Cada um desses textos pede, de fato, ainda hoje, que o leitor o traduza em vida. Esse livro é o segundo, depois de Parole di Vita (Palavras de Vida em tradução livre), da coleção que prevê a publicação da opera omnia da fundadora do Movimento dos Focolares. Quais são as próximas publicações previstas? Mais que uma “Opera omnia”, falamos simplesmente de “obras”. De fato, o material documentado assinado por Chiara Lubich, suscetível a posteriores aquisições, é muito consistente e precisa de um trabalho de organização e catalogação que requer muito tempo. Todavia, já agora, viu-se que é possível editar um corpus de obras que apresente de maneira sistemática o patrimônio de referência de seu pensamento, considerando tanto o já editado quanto o inédito. Essa é a intenção da coleção das “Obras Completas de Chiara Lubich”. O projeto prevê 14 volumes, organizados em três áreas temáticas: 1. A Pessoa; 2. O Caminho Espiritual (nessa segunda área estão incluídos os primeiros dois volumes da coletânea que acabaram de ser editados por Città Nuova: Parole di Vita e Conversazioni); 3. A Obra (dessa terceira área fará parte o próximo volume que já está sendo preparado e reunirá os discursos em âmbito civil e eclesial e dever ser concluído até o próximo ano). Esses textos serão publicados só em italiano ou também em outras línguas? A tradução para o inglês do volume das Palavras de Vida está sendo feita. Esperamos que o volume Conversazioni possa ser traduzido logo e em outras línguas também, considerando o fato de que cada pensamento espiritual (assim como os comentários das Palavras de Vida) foram traduzidos para várias línguas quando foram lançados por exigência imediata de comunicação com os destinatários não italianos. Portanto, esperamos ver logo nas livrarias também a tradução dos volumes da coleção das “Obras Completas de Chiara Lubich” em um amplo leque de línguas.
por Anna Lisa Innocenti
Out 4, 2019 | Sem categoria
O Movimento dos Focolares participa da alegria de Chiara Amirante e da Comunidade Novos Horizontes, fundada por ela, pela visita inesperada do Papa Francisco na “Cittadella Cielo”, nas proximidades de Frosinone (Itália). “Se eu começasse a responder às perguntas seriam palavras, palavras, palavras… Creio que contaminaria a sacralidade daquilo que vocês disseram, porque vocês não disseram palavras, vocês contaram vidas: as vossas vidas. Histórias. Caminhos. Buscas, mas buscas feitas de carne, de espírito, da pessoa inteira”. Com estas palavras o Papa Francisco dirigiu-se espontaneamente a cinco jovens da Comunidade Novos Horizontes que lhe ofereceram seus testemunhos fortes de sofrimento e de renascimento durante a visita privada que o pontífice fez à sede da Comunidade, na província de Frosinone (Itália) em 24 de setembro. “As história de vocês são histórias de olhares – continuou o Papa – e a um certo momento, vocês sentiram um olhar – um – que não era como os outros, era somente aquele: um olhar que te fixou com amor. Eu também conheço aquele olhar. Um olhar que te tomou pela mão e deixou-te caminhar, não te tirou a liberdade”. Recebido com alegria e emoção, Papa Francisco chegou às 9h30min da manhã na “Cittadella Cielo”, sede central desta Comunidade que, graças a percursos de cura e conhecimento pessoal baseados no Evangelho, permite a muitos jovens que saiam do túnel infernal do sofrimento e das dependências, tornando-se testemunhas de esperança para outros jovens em situações de grave sofrimento. No seu discurso, o Papa referiu-se precisamente à “fecundidade do testemunho”: “O testemunho de vocês também é um semear, um semear não uma ideia, o fato que Deus é amor, que Deus nos quer bem, que Deus está nos procurando em cada momento, que Deus está perto de nós, que Deus nos toma pela mão para salvar-nos (…) Nós somos homens e mulheres do Magnificat, isto é, do canto de Nossa Senhora, de ir e contar que Deus olhou para mim, acareciou-me, falou-me, venceu. E está comigo. Tomou-me pela mão e tirou-me do inferno”. Depois o Papa saudou, também pessoalmente, os membros da Comunidade e os responsáveis dos Centros na Itália e no exterior que estavam reunidos para a Assembleia Central anual. Celebrou a missa, almoçou e plantou uma oliveira no jardim desta que é uma das cinco cidadelas da Comunidade fundada por Chiara Amirante. Desde menina Chiara conheceu a espiritualidade dos Focolares e também encontrou pessoalmente a fundadora Chiara Lubich. Mais tarde, na juventude, na escuta do grito dos jovens que viviam pela rua e do pedido de ajuda deles para fugirem do inferno no qual se encontravam, nasceu nela a ideia de iniciar uma comunidade de acolhimento. Esta visita do Papa Francisco aconteceu após um telefonema do pontífice e de uma mensagem-vídeo em junho passado para celebrar este ano especial no qual a Comunidade celebra 25 anos de vida. Ao saudar Papa Francisco, Chiara recordou o início da sua aventura quando, em contato com o “povo da noite”, deixou-se conduzir pela certeza de que o encontro com “Cristo Ressuscitado poderia trazer vida onde eu via somente a morte”. Deste modo, em 1994 fundou a primeira comunidade em Trigoria (Roma) e em 1997, uma comunidade de formação e acolhimento, em Piglio, na província de Frosinone. Atualmente, existem 228 centros de acolhimento, formação e orientação com muitas iniciativas de solidariedade, projetos sociais e iniciativas de promoção humana em vários países. Em 2006, Chiara lançou a proposta de tornar-se “cavaleiros da Luz”, isto é, testemunhar a alegria de Cristo Ressuscitado a quem está desesperado, experimentar viver o Evangelho ao pé da letra para renovar o mundo com a revolução do Amor. Mais de 700 mil pessoas aderiram a este compromisso. “As novas pobrezas constituem uma verdadeira emergência que continua a fazer milhões de mortes invisíveis pela inconsciência da maioria das vítimas”, explicou ainda Chiara diante do Papa Francisco, falando de uso e abuso de alcool e drogas, anorexia, bulimia, depressão, vício do jogo, internet-addiction, bulling, abusos, vício em sexo… “Sentimos mais forte do que nunca – concluiu – a urgência de fazer todo o possível para responder ao grito desconhecido de muitos”.
Anna Lisa Innocenti
Out 2, 2019 | Sem categoria
Com o Sínodo Panamazonico às portas, esta história acontece numa cidade peruana do Amazonas. Não fala sobre incêndios, nem desmatamento, nem empresas de petróleo ou sobre os mecanismos de busca de metais preciosos. É a história de Jenny e Javier que optaram por morar no Amazonas com o desejo de levar, como família, a luz do Evangelho até “os últimos”.
“Morávamos na Argentina, mas decidimos nos mudar para Lámud, a pequena cidade onde Jenny nasceu, na chamada “Ceja de Selva”[1] (meia selva, meia montanha), perto das nascentes dos grandes rios Marañón e Amazonas. Queríamos ficar perto de seus pais, já idosos e frágeis de saúde”. Javier é argentino e conheceu Jenny quando ela estudava em Rosário. Eles têm duas filhas pequenas (2 e 4 anos) e Angie (17 anos). Transferir-se de uma cidade grande como Rosário para uma pequenina cidade perdida com 2.500 habitantes e a 2.300 metros de altura, sem dúvida foi um grande salto. Eles me dizem que venderam “o pouco que tinham” e partiram para o Amazonas, a região mais pobre do Peru, a 1.600 km. de Lima e fica a 14 horas do focolare mais próximo: “Sabíamos que não teríamos uma viagem de volta”. Isso seria, especialmente para Javier, um verdadeiro desafio. Desde pequenos encontraram a espiritualidade da unidade dos Focolares e, também agora como família, decidiram colocar o Evangelho em prática. É por isso que “a maior preocupação deles”, me dizem, era chegar a um lugar onde “estaríamos sozinhos”, sem outras pessoas que pudessem compartilhar seus mesmos ideais. Decidiram, então, fazer de tudo para testemunhar e proclamar o Evangelho com suas vidas, para que, também naquela cidadezinha amazônica, pudesse nascer uma semente da espiritualidade da unidade. Eles decidiram viver o mandamento do amor recíproco, para que Jesus estivesse sempre espiritualmente presente em sua família, de acordo com a promessa de que “onde dois ou três estão reunidos em meu nome, eu estou no meio deles (Mt 18,20). Com essa convicção e acreditando na afirmação de Chiara Lubich de que “um dos frutos de ter Jesus no meio é que nasce a comunidade”, eles partiram determinados para o Peru. Alguns dias depois de chegar, o bispo visitou a pequena cidade de Lámud e eles se apresentaram como uma “família focolare”. O bispo abençoou-os e incentivou-os a seguir em frente em seu compromisso. Eles começaram a percorrer a periferia da cidade visitando “os mais pobres dos pobres, os últimos”. Foram às casas (por assim dizer), onde encontraram anciãos que “nem tinham uma cama decente, nem para morrer. Era tal a pobreza!”, dizem eles. Conheceram muitas famílias cuja única expectativa era ter um prato de comida por dia para si mesmos e para seus filhos. “Tentávamos acariciá-los, olhá-los nos olhos, dar-lhes uma palavra de incentivo, trazer-lhes algo para comer. Às vezes, e quando podíamos, ficávamos 2 ou 3 dias com eles compartilhando a sua dor, a sua pobreza, as suas breves alegrias e esperanças”.
Com o desejo de gerar uma pequena comunidade, eles começaram a organizar reuniões da “Palavra da Vida”, sem sucesso. Mudaram de tática várias vezes. “Nós nunca ficamos desanimados, porque sabíamos que Jesus tem seu tempo e o importante era estar ao Seu jogo”. Eles insistiram em convidar os vizinhos a reunirem-se entorno à Palavra de Deus e, pouco a pouco, algumas pessoas se juntaram a eles, incluindo algumas mães de crianças que frequentam o jardim de infância com suas filhas. Eles também prepararam momentos para os menores. Foi o começo, uma pequena chama. Enquanto isso, o pároco pediu que eles assumissem a catequese familiar da cidade e outras dez cidades próximas, algumas localizadas a duas horas de distância. Recentemente, eles tiveram a primeira visita de um grupo da comunidade dos Focolares na cidade de Talara, a 650 km de Lámud (12 horas de carro). Uma visita que marcou, segundo eles, “um antes e um depois na vida de nossa comunidade”. Jenny e Javier afirmaram com alegria que encontraram seu lugar no mundo: “Somos pequenos, mas algo nasceu! Não queremos exagerar nas expectativas, mas acreditamos que Jesus tem uma caída pela Amazônia, pelos mais pobres. Talvez porque Ele também nasceu entre os pobres … y entre eles, ficou. Não sabemos por quais caminhos Ele quer nos conduzir, mas esses são os únicos que queremos seguir! Queremos, como Ele, dar vida ao nosso povo. ”
Gustavo E. Clariá
[1] Trad. de Ceja de Selva ao português, Sobrancelha de Selva
Set 29, 2019 | Sem categoria
Também este ano, no mundo inteiro, o Movimento dos Focolares convidou homens e mulheres, pequenos e grandes, pessoas de todas as proveniências a fazer nas Mariápolis a experiência de uma cidade, baseada na lei da fraternidade.
Os modos são diferentes, a experiência é a mesma: a Mariápolis é a expressão típica dos Focolares. Durante alguns dias os participantes destes encontros – geralmente no verão – são convidados a realizar uma utopia: a de uma sociedade baseada no amor recíproco do Evangelho. Com a grande Mariápolis Europeia, realizada em quatro etapas, de uma semana cada uma, no lugar do seu nascimento, em Fiera de Primiero, esta experiência celebrou neste verão europeu de 2019 os seus setenta anos de vida. Mas também em muitas outras partes do mundo atraiu pessoas de todas as proveniências. 235 foram as Mariápolis de 2019 com uma participação de cerca de 46.000 pessoas. À nossa redação chegaram cartas e narrações de Gales, Vietnam, Peru, Canadá, Finlândia, Itália, Bulgária e Brasil.
Na Turquia a Mariápolis se realizou em Şile, um pequeno lugarejo às margens do Mar Negro nos arredores de Istambul, uma locação que deu um toque de férias apreciadíssimo por todos. Os 70 participantes vinham de Ankara, Iskenderun, Esmirna e também do exterior. O tema central, a santidade pessoal e comunitária, foi abordado, entre outras coisas, através da apresentação de alguns dos santos destas terras: São João Crisóstomo, Santo Efrem, Santa Helena e Santa Tecla, cuja história ofereceu um olhar de gratidão à Igreja dos primeiros tempos. Em Kerrville, no Texas (EUA), se aprofundou o tema que este ano conduziu a vida dos Focolares no mundo inteiro: o Espírito Santo e a Igreja. Dentre as 350 pessoas presentes, 100 participavam pela primeira vez de uma Mariápolis, talvez também pelo fato de que o aprofundamento sobre a Igreja, numa situação caracterizada por muitos escândalos e sofrimentos, era de particular interesse. O mesmo assunto, mas aprofundado com um viés ecumênico, esteve no centro da Mariápolis da Suécia, realizada em Marielund-Estocolmo com a participação de luteranos e católicos. Estavam presentes na Mariápolis também duas pessoas de religião budista e alguns não crentes. Os participantes chegavam de várias cidades da Suécia com uma boa representação da Noruega.
Apesar desta diversidade, foi possível aprofundar “o Espírito Santo como aquele que é a energia vital da Igreja – escrevem – e que dá a cada um uma graça particular para realizar o próprio chamado em função da unidade de todos os membros do corpo místico de Cristo”. A participação das novas gerações no programa deu um toque alegre à Mariápolis de Leópolis, Ucrânia. Aos jovens, aos adolescentes e às crianças foi confiada a preparação e a condução de um dia inteiro. Realizaram isto de modo vivaz e envolvente. E no início de cada dia foram justamente as crianças que “ensinaram” aos adultos, contando como tinham vivido no dia anterior as palavras do Evangelho. Já a Mariápolis organizada em Penang, na Malásia, foi caracterizada por diversidades de línguas, culturas, proveniências étnicas e também por grandes distâncias. Os participantes que chegaram de Singapura, por exemplo, enfrentaram uma viagem de 700 km. “O esforço de manter vivo entre nós o amor recíproco – escrevem – e assim dar espaço à presença de Jesus no nosso meio, o empenho de enfrentar e superar as dificuldades e a disponibilidade de renunciar às próprias ideias, tornou possível esta empresa”.
Na Mariápolis de Boconó, no oeste da Venezuela, o encontro queria oferecer aos participantes a possibilidade de descansar, vistas as dificuldades de uma vida quotidiana cansativa por causa dos prolongados períodos sem eletricidade, das filas intermináveis para a gasolina e pelas restrições econômicas. A esta oferta – inclusive economicamente – atraente, aderiram mais do que o dobro das pessoas previstas. Porém, na primeira noite, um furacão com granizo, chuva, árvores arrancadas e vento fortíssimo provocou um blackout elétrico que durou até o fim da Mariápolis. A consequência foi o colapso total: banheiros sem água, impossibilidade de cozinhar e problemas para conservar os alimentos. Depois, através dos aprofundamentos de espiritualidade, o amor invencível de Deus se tornou experiência existencial: se encontrou um modo para cozinhar à lenha, um vizinho ofereceu um gerador, a atenção de todos pelas necessidades dos outros cresceu. “Deus não se deixa vencer em generosidade”, escrevem como conclusão desta experiência maravilhosa.
Joachim Schwind
Set 27, 2019 | Sem categoria
Doze faixas que marcaram a história desse grupo viraram uma coletânea, levada na turnê mundial “Life” que continuará pelos próximos meses. No futuro do Gen Rosso, também estão incluídos cursos, projetos educativos, coproduções e a terceira edição do “Gen Rosso Music and Arts Village”.
Mais de cinquenta anos de vida e uma proposta artística capaz de se renovar continuamente, mas mantendo a bússola em alguns pontos cardeais: uma vida vivida com a insígnia da fraternidade; uma produção, fruto da colaboração entre artistas de várias nacionalidades, que fala de unidade entre homens e povos; uma mensagem que, atenta aos desafios do nosso planeta, propõe uma cultura do dar e do compartilhar. Esse é o conjunto internacional Gen Rosso, formado por músicos e técnicos de diversas vocações provenientes da Europa, Ásia e América Latina. Recentemente, a turnê “Life” virou um álbum com dezoito faixas escolhidas entre as canções que construíram a história do Gen Rosso. Falamos com um dos seus integrantes, Michele Sole. – No dia 01 de julho, foi lançado o álbum ao vivo da turnê “Life”. Como nasceu esse novo trabalho e quais são as suas características? Desde o outono de 2018 até hoje, fizemos apresentações belíssimas em toda a Itália com o nosso show “LIFE” e dali nasceu o desejo de colocar em um CD esse trabalho “ao vivo” que deixou o público muito entusiasmado e nós também. Depois de copiar as gravações feitas no palco, nós as mixamos procurando manter toda a energia e a emoção que respiramos nos nossos shows. Dá para ouvir o público cantando conosco, com seus aplausos e vozes que dão aos ouvintes a sensação de estar bem ali conosco no palco. Enfim, é realmente um disco ao vivo!
– Recentemente, vocês deram vida, na cidadela internacional de Loppiano onde fica a sede do conjunto, ao “Gen Rosso Music and Village”. Do que se trata e quais são os objetivos? O “Gen Rosso Music and Arts Village” chega nesse ano (27 de dezembro de 2019 a 05 de janeiro de 2020) à sua terceira edição e é uma experiência de aprofundamento artístico e de compartilhamento de valores à luz do carisma da unidade. Inclui jovens profissionais e estudantes maiores de 18 anos de diversas disciplinas como música, dança, canto e teatro. A metodologia didática foi projetada por tutores do Gen Rosso juntamente com docentes de capacidade reconhecida e com experiência artística. O programa prevê o aprofundamento de temas específicos do mundo da arte, a troca de experiências, espaços criativos e laboratórios práticos que convergirão em uma performance final. É possível se inscrever pelo email village@genrosso.com. O programa começará no dia 27 de dezembro de 2019 e se concluirá no dia 05 de janeiro de 2020.
– Em suas viagens, vocês participam de encontros que promovem a paz, a amizade entre os povos e a fraternidade universal. Há algum recente de que se lembram em particular e por quê? Sim, na primavera, tivemos a alegria de estar na Jordânia, graças à “Caritas Jordan”, para realizar o projeto “Be the change” juntamente a centenas de estudantes de diversas classes sociais, de diversas religiões e diversas nacionalidades para promover o diálogo e uma cultura de paz e amizade, sendo eles mesmos os promotores de uma troca em suas vidas e cidades por um futuro melhor. – Quais são os projetos e encontros futuros de vocês? Antes de tudo, retomaremos as turnês pelo mundo com o show “Life” acompanhado por projetos educativos e participação no palco de jovens preparados em vários workshops. Serão primeiro na Itália (28 de setembro em Venosa; 12 de outubro em Placência; 23 e 24 de outubro em Acerra; 26 de outubro em Prato, 01 de novembro em Teano), depois faremos uma turnê asiática na Indonésia por quase todo o mês de novembro de 2019.
Enquanto isso, continuaremos com os cursos na cidadela de Loppiano com trocas de experiências, formação e arte. De 15 a 17 de outubro, aprofundaremos o light design, destinado a pessoas interessadas a ampliar os próprios conhecimentos no campo de estudo da luz e das cores. Além disso, para sustentar jovens artistas emergentes, começamos as coproduções. A primeira é Stabat in Silentium, a obra teatral do jovem escritor Francesco Bertolini, que nasceu de uma profunda experiência de solidariedade feita depois do terremoto em Amatrice (Itália). “Como pode-se continuar acreditando em Deus depois de um terremoto?” é a pergunta “incômoda” de que parte essa obra em que os protagonistas são as jovens vítimas, mas também os voluntários que deixaram sua tranquila realidade para ir até onde a tragédia ocorreu.
Anna Lisa Innocenti