Movimento dos Focolares

Brasil, “gigante pela própria natureza”

Fev 19, 2012

Um país de dimensões continentais, em constante crescimento. Um povo multicultural que acolhe o ideal evangélico da unidade com grande generosidade. Um primeiro efeito: a diminuição das desigualdades sociais. Nasce a Economia de Comunhão.

O Brasil é a quinta potência econômica mundial, com 8,5 milhões de km2 e quase 200 milhões de habitantes, descendentes dos colonizadores brancos, dos escravos negros e dos povos indígenas, além dos imigrantes do mundo inteiro, que falam uma única língua: o português. Um país de dimensões continentais, com diferentes condições climáticas e geográficas, grandes riquezas naturais e um forte potencial de crescimento. Um país marcado igualmente por grandes contrastes sociais que, graças aos esforços dos últimos governos, começam a diminuir. São os desafios de uma democracia jovem, de uma nação que há menos de 30 anos saiu de uma ditadura militar. Foi aqui que, em 1991, Chiara Lubich, tocada pelos graves problema sociais, lançou as bases de uma verdadeira revolução no âmbito econômico com a Economia de Comunhão (EdC), projeto conhecido atualmente no mundo inteiro. Mas a vida dos Focolares no Brasil não se desenvolveu apenas no campo da economia. Os seus reflexos encontram-se em vários campos no tecido social: educação, saúde, política, arte, promoção humana – como testemunham as experiências de Santa Teresinha e Magnificat, no nordeste; e do Bairro do Carmo e do Jardim Margarida, em São Paulo – assim como em várias disciplinas. Um exemplo é o grupo de pesquisa sobre “Direito e fraternidade”, ativo desde 2009 no Centro de Ciências jurídicas da Universidade Federal de Santa Catarina. São várias as atividades do Movimento, em todos os estados: a escola de formação política Civitas, em João Pessoa; as ações de solidariedade dos Jovens por um Mundo Unido e os encontros para famílias no estado de Alagoas; as olimpíadas para adolescentes em Rio Grande do Sul; o projeto Unicidade, na Mariápolis Ginetta – que este ano celebra o seu 40º aniversário – apenas para citar algumas. Mas de onde nasceu esta vida? Voltemos brevemente o olhar ao passado. Era o ano de 1958. Em Recife chegam três focolarinos vindos da Itália: Marco Tecilla, Lia Brunet e Ada Ungaro. Comunicam a sua experiência em escolas, universidades, paróquias, associações, hospitais, famílias. Passado um mês prosseguem a viagem: Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, e depois Uruguai, Argentina e Chile. No retorno à Itália o avião deve fazer um pouso de emergência em Recife, por causa de uma pane grave, e lá permanece por quatro dias. Tempo utilizado pelos três para uma infinidade de contatos. Nasce assim a comunidade do Movimento dos Focolares no nordeste brasileiro. Será a primeira de uma longa série. Com a vinda definitiva de outros focolarinos, em 1959, abrem-se em Recife os primeiros centros do Movimento. Acontece uma grande difusão do Ideal da unidade nas metrópoles e nos vilarejos, entre jovens e adultos, brancos e negros, ricos e pobres… com uma característica: a harmonia social. Surgem muitas obras sociais como efeito de uma vida enraizada no Evangelho. Em 1962 abre-se um centro em São Paulo. Nascem a Editora Cidade Nova e a revista Cidade Nova. Surgem outros centros: Belém, 1965; Porto Alegre, 1973; Brasília, 1978. Hoje existem centros em quase todas as 27 capitais dos estados e em muitas outras cidades. Em 1965, nos arredores de Recife, nasce a primeira Mariápolis permanente, pequena cidade de testemunho do Movimento, com o nome de Santa Maria, salientando o amor deste povo por Maria. Dois anos depois surge em São Paulo a Mariápolis Araceli, hoje Ginetta, para recordar uma das primeiras focolarinas, que teve uma função proeminente na difusão e no crescimento do Movimento no Brasil. Em seguida a de Belém, Glória, e em Porto Alegre o Centro Mariápolis Arnold, com um timbre ecumênico; e a Mariápolis permanente de Brasília, dedicada a Maria, Mãe da Luz. Chiara Lubich sempre demonstrou um grande amor pelo Brasil e o seu povo, “um povo que assemelha-se muito àquele que escutava Jesus: magnífico, magnânimo, bom, pobre, que doa tudo: coração e bens”. A sua primeira visita aconteceu em 1961, em Recife. Retornou mais cinco vezes. Recebeu vários reconhecimentos públicos e doutorados honoris causa. Em 1998, em sua última visita, inaugurou o Polo Spartaco, primeiro conjunto empresarial da EdC no mundo. Nesta ocasião, um dos pais do Brasil democrático, o prof. Franco Montoro, dirigindo-se a ela durante um discurso proferido na Universidade de São Paulo (USP), reconheceu no pensamento e na obra do Movimento, não apenas no Brasil, um “testemunho coerente que arrastou milhões de pessoas. Salvou os direitos do homem no tempo das ditaduras e, no boom da ciência, demonstrou qual ética deve guiar-nos. Promoveu o amor, a fraternidade universal”. Valores estes que os membros do Movimento comprometem-se em viver, juntamente com muitas outras pessoas, num momento histórico que vê o Brasil emergir no panorama mundial, e ser protagonista de eventos como a Jornada Mundial da Juventude, em 2013, e o Copa do Mundo de Futebol, em 2014. O Brasil no Worldwide!

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