Movimento dos Focolares
Klaus Hemmerle: O sacerdote hoje/2

Klaus Hemmerle: O sacerdote hoje/2

Chia-Lubich-Klaus-Hemmerle«Os jovens são sempre, no hoje, a vanguarda do amanhã. Pelas perguntas e pelos desejos muitas vezes impetuosos dos jovens, pelas suas próprias opiniões e exigências, muitas vezes impacientes e excessivas, pode-se apreender algo do que passa na consciência dos homens de uma determinada época. Quem tem contato com os jovens de hoje, encontra duas tendências que parecem contraditórias: por um lado, os jovens querem a aproximação, a igualdade, a prontidão e quem está longe deles ou num plano alto demais não é aceito nem compreendido. Os jovens desejam que, quem tem alguma coisa a dizer, não seja muito diferente deles, mas que conheça profundamente a sua situação. No fundo, querem que essa pessoa não se sinta melhor do que as outras e que não dê respostas com ares de superioridade. Ao mesmo tempo, porém – e esta é a outra tendência – descobrimos nos jovens uma grande fome de originalidade, a exigência de ter um modelo diante de si, de seguir um Ideal de vida convincente. Os jovens querem permear a própria vida com uma profundidade que eles mesmos não são capazes de atingir, extraída de uma fonte, da qual se sentem excluídos. Procuram alguém que esteja muito perto deles e que, ao mesmo tempo, “venha da terra das nascentes longínquas”, para lhes dar de beber esta água. Procuram alguém que seja como eles e ao mesmo tempo completamente diferente. Procuram alguém que seja pequeno e que possua também aquela grandeza, sem a qual a vida se torna insípida, frívola e vazia. Num sentido mais amplo do que o especificamente religioso e cristão, podemos dizer: a juventude, ou melhor, a humanidade de hoje se sente atraída pela prática e pela mística; proximidade e autoridade; fraternidade e mandato. Não terá, porventura, saudade de Jesus Cristo? Saudade do Filho de Deus que vem ao nosso encontro como Filho de Maria. Saudade do Messias que pertence à família do carpinteiro? Sim. E esta saudade de Jesus Cristo é, ao mesmo tempo, saudade também do sacerdote. Porém, daquele sacerdote que dá credibilidade à sua mensagem com a sua vida pessoal e a testemunha com a própria experiência, com o que diz e o que possui, embora a última legitimação venha do próprio Jesus Cristo. O sacerdote em si é um homem como os outros. Não se coloca acima deles, julgando-se superior ou melhor. Contudo, é verdade que Jesus Cristo se imprimiu nele. Escolheu-o e enviou-o para que aproximasse, testemunhasse e transmitisse a sua mensagem e a sua vida. No sacerdote há algo de diverso, mas tal diversidade pode justificar-se unicamente em virtude de Jesus Cristo e por Ele. Portanto, é preciso ter coragem: coragem para se separar dos homens e coragem para estar ao lado deles; coragem para viver em contemplação e coragem para servir com simplicidade e humildade; coragem para subir ao Monte Tabor e coragem para lavar os pés do próximo. É esta a figura do sacerdote hoje. E esta figura corresponde às aspirações do nosso tempo, à saudade do Jesus Cristo que procede do Pai, que está nos Céus, e ao mesmo tempo vive o dia a dia das pessoas simples. Viver Cristo, viver a sua missão, viver a sua autoridade tendo como pano de fundo, Maria, a Serva do Senhor, isso significa ser sacerdote hoje […]». (Continua) Klaus Hemmerle: O sacerdote hoje/1 Próximo evento para o mondo sacerdotal: Loppiano – “Networking “ 19 a 22 de agosto de 2014 Encontro com jovens sacerdotes e diáconos, seminaristas e jovens orientados ao sacerdócio, promovido pelo Movimento dos Focolares.

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Jovens que redescobrem a política

universita-sophia-loppiano-studenti--324x230Este ano a especialização que se destacou nas colações de grau de três e quatro de julho, no Instituto Universitário Sophia (Florença -Itália) foi a dos Estudos Políticos: Ramy Boulos do Egito, com a tese “Monitoring and Evaluation Systems: Rethinking, Recovering and Reconciling of Current Practices” (sobre sistemas de avaliação das políticas para o desenvolvimento); Vanessa Breidy do Líbano, com “Pluralisme et Conflits Culturels Au Liban. Entre Communitarisme Et Consociativisme Perspectives Pour le Futur”, (sobre as perspectivas de reforma institucional no seu país); Melchior Nsavyimana do Burundi, com “Le Soudan du Sud e la Communaute est Africane” (sobre o processo de integração que envolve o Sudão do Sul, no Leste da África); Vilmar Dal Bò Maccari do Brasil, com “O conceito de social segundo o paradigma fraterno a partir do pensamento de Giuseppe Maria Zanghì” (sobre socialidade e fraternidade, com referência especial ao pensamento de G. Zanghì). Dirigimos três perguntas a Vanessa Breidy, libanesa, já formada em Direito, que obteve a especialização com um estudo particularmente atual, centralizado sobre os conflitos culturais e institucionais no Líbano, entre comunitarismo e sociativismo. Escolher o tema da tese é sempre desafiador. Que percurso você seguiu? «Há tempos eu me colocava uma grande questão: o que define a identidade de um povo? Por que a identidade continua a ser um fator de contraste insanável? Que relação existe entre identidade e democracia? O Oriente Médio está ainda no centro de uma fase muito crítica, que determinará a longo prazo a sua fisionomia. Há apenas três anos muitos falavam de uma “primavera árabe”, enquanto agora se é muito mais prudentes em utilizar esse termo. O limiar entre “primavera árabe” e “guerras dos Países árabes” não é claro, ainda mais quando assistimos ao retorno de alguns regimes militares não democráticos. Opressão prolongada das minorias, perseguição de quem tem um pensamento diferente, rigidez e integralismos, vicissitudes que afundam suas raízes na história… o que emerge de um conjunto de fatores confuso e ao mesmo tempo dramático, parece-me ser, sobretudo, uma dolorosa incapacidade de “com-preender” as diversidades culturais, étnicas, políticas, religiosas, dentro dos vários países. A teoria da democracia está às presas com estes interrogativos não resolvidos, creio que devemos reconhecer que existe ainda um longo caminho a ser feito». Qual a mensagem que chega do seu país, o Líbano? «Foi João Paulo II que falou do Líbano como um “país-mensagem”. Contudo, até agora os libaneses não conseguiram garantir uma coexistência harmoniosa às etnias, às expressões religiosas, aos diferentes semblantes do nosso povo. A busca continua, entre desafios e desilusões. A democracia do Líbano tem algumas especificidades interessantes, que não devem ser subvalorizadas, mas uma análise crítica nos deve permitir identificar o que falta, para que sejam evidenciados os valores sobre os quais edificar o nosso modelo de convivência». Por onde é possível começar? Recebi muito da alta visão da política que aprofundei no IUS. Compreendi que é preciso optar sempre pelo diálogo, aceitando os nossos temores e as nossas ambições, mas mirando a verdade. Cada um de nós, na sua identidade profunda, é constituído pelo Outro: pelas identidades dos outros. Na política, o diálogo torna-se uma vera e própria arte a ser aprendida. Nesta perspectiva, coloquei o acento sobre a exigência de Bem, mais do que a de Justiça, uma exigência que parece abrir caminho com força em todo o Oriente Médio: porque não seguir esta trilha, depois que, por tempo demais, o questionamento sobre o que é justo demonstrou-se estéril? Estou convencida que, por este caminho, também os libaneses reencontrarão o significado e a fecundidade da própria “mensagem”, a coexistência de culturas e religiões diferentes, mas principalmente o encontro e o diálogo entre elas, para um novo florescimento, à serviço não apenas do Oriente Médio».

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Um lamento de Gaza: «Rezem por nós»

20140731Gaza3 «Jerusalém, 30 de julho de 2014. A situação em Gaza está se deteriorando dramaticamente. Depois da total destruição da central elétrica, que já funcionava só parcialmente, o povo não tem mais eletricidade. Ontem, G., uma cristã, disse-nos que começa também a escassez de água. Há duas horas ela telefonou dizendo que em breve tempo não haveria mais a linha telefônica e que desejava garantir-nos que todos ainda estão vivos. Estão refugiadas com ela três famílias que tiveram suas casas destruídas ou em perigo. Disseram que o amor entre eles os une fortemente e desejam ficar juntos, mesmo no caso de ter que morrer. A casa de H., já muito danificada na semana passada, esta noite foi totalmente destruída por quatro mísseis. Agradeçamos a Deus terem conseguido salvar a vida, porque estavam ainda nas escadas quando o primeiro míssil caiu. No último telefonema eles pediram: “Rezem por nós, mas não pouco, muito!”. 20140731Gaza4O apartamento de N., foi bombardeado cinco dias atrás. Estão vivendo nas escadarias, que acreditam ser o lugar mais protegido. Gostariam de consertar o gerador, para ter ao menos algumas horas de eletricidade, mas não conseguem. N. disse que lhe parece viver num constante terremoto e que sofre muito. Porém, no momento em que nos falamos por telefone estava muito agradecida porque a partir das 15 horas havia sido declarado um cessar fogo de quatro horas. Em Gaza há cerca de 50 pessoas que vivem a espiritualidade da unidade. Todos contam com as orações da família dos Focolares do mundo inteiro. Em Jerusalém fomos visitar quinze feridos de Gaza que foram transferidos a um hospital da cidade. Assim conhecemos uma menina de quatro anos que perdeu toda a família, Yazan de cinco anos, Abdul Karim de 13, Musleh, de 20. Um deles perdeu um rim, outro teve amputados uma perna e um braço… tivemos vontade de ajoelhar-nos diante de cada um e pedir perdão. Continuamos a rezar para que se dissolva o ódio, a desconfiança e o medo, e retorne a Paz». Corres Kwak e Claudio Maina – Movimento dos Focolares na Terra Santa

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Um abraço planetário para Roberto

2014_07_roberto“Sempre para cima” e “sempre avante”, com o polegar e o indicador da mão. Este foi o último gesto de Roberto, quase símbolo da aventura, a última da sua vida nesta terra, antes de abandonar-se serenamente nos braços do Pai, quinta-feira, 24 de julho. Terça-feira, dia 6 de maio. Roberto e sua esposa, Federica, já compraram as passagens para uma viagem à Paris. Mas precisam correr ao Pronto Socorro, depois que algumas dores tornam-se mais fortes. Nada levava a pensar em algo mais grave. Mas no sábado, dia 10 de maio, o resultado dos exames fala de uma doença sem nenhuma esperança de cura. Há algum tempo Roberto compartilha uma experiência de fé, unidade e amor mútuo com os voluntários do Movimento dos Focolares, pessoas que livremente escolhem Deus, e comprometem-se a viver o Evangelho no social. O Ideal da unidade fez reluzir ainda mais aquilo que ele já era: um homem livre de amar, meticuloso, criativo, generoso. Peppe, seu amigo, também voluntário, estava com eles naquele dia. Foi quem recebeu do médico os resultados. Há duas maneiras de jogar esta partida: desesperar-se ou conseguir vê-la como um sinal do Amor do Pai. Recordando o que Chiara Lubich contava de Santa Teresinha – que quando começou a cuspir sangue não disse que era a tuberculose, mas que era o Esposo que chegava -, ele disse a Roberto: “Robi, chegou Jesus! Começa uma partida somente entre você e Ele!”. Roberto sabe bem o que uma doença comporta, especialmente esta. Conhece o sofrimento e a consumação, porque a viveu em família. Na volta para casa, consciente da situação, ele tem um momento de revolta que dura poucos minutos. Federica o encontra sereno, luminoso. Roberto diz a ela: “Sabe, eu estou pronto”. Embora no sofrimento, a adesão incondicional aos planos de Deus, por vezes misterioso, gera na casa deles uma realidade profunda, até mesmo alegre. Quem chega com a intenção de consolar sai de lá consolado. Tudo se transforma. Os planos, que humanamente “foram pelos ares”, e entre esses especialmente o de assumir a guarda de dois irmãos, transformam-se em incenso, oração e oferta. Durante a primeira sessão de quimioterapia, para dar coragem a Roberto, Federica cria um grupo no Whatsapp, e depois no Facebook, o grupo “Abraço planetário”, uma família de pessoas que além do apoio a Roberto, compartilha pequenos ou grandes fatos da vida cotidiana. Do Brasil, da África, da Suécia… são os amigos conhecidos durante as numerosas viagens que Roberto e Federica haviam feito para saciar uma sede de conhecimento, com espírito de verdadeira fraternidade. “Obrigado! Quanto sou amado por Deus, por vocês, e muitas outras pessoas! Não imaginava que pudesse acontecer essa explosão de unidade!”, Roberto exclama um dia. Nas últimas semanas começa o trecho mais difícil do caminho, como a subida de uma montanha. Os seus olhos são como uma nesga de céu e revelam o encanto e o abandono aos planos de Deus. Roberto exprime saúde, não a do corpo certamente, que ia se agravando, mas a do espírito que se elevava. Havia muita fadiga, sofrimento agudo, mas nunca a escuridão. Na noite da quarta-feira Roberto diz a Federica: “Esteja serena, porque eu estou sereno”. Um testemunho dado no funeral: “As suas últimas horas foram de uma extraordinária normalidade. Ao redor da sua cama, com Federica, rezamos, cantamos, escutamos os Nomades, e comemos um prato de massa. Chegaram os adolescentes do Movimento Juvenil pela Unidade, por quem Roberto tem um afeto especial. Vieram para agradecê-lo. A sua respiração torna-se mais lenta e, mesmo com o profundo sofrimento da separação, percebemos que a sua alma está para alçar o voo, e vemos com os nossos olhos que a morte é apenas uma passagem, da vida aqui à Vida que não termina mais. Viver “sempre para cima e sempre avante” agora é o nosso modo de dizer-lhe: obrigado”.

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Angiolino Lucchetti e os seus pobres

2014_07_Angiolino_1Angiolino, o “descentralizado”: penso que esta seria a definição mais apropriada para ele. Alguém que encontra o seu “centro” não no próprio eu, mas no outro. “Viver descentralizado”, tornou-se para Angiolino Lucchetti o impulso da sua vida. Foram 75 anos transcorridos em vários lugares da Itália, depois na Bélgica e na Argentina, e agora, há alguns anos, em Roma. «No início aqui em Roma não me sentia muito à vontade: conhecia pouca gente. Ao mesmo tempo, sentia a necessidade de fazer alguma coisa pelos outros, que muitas vezes pareciam cansados, stressados, insatisfeitos, mergulhados nos seus problemas. Com simplicidade comecei a fazer amizade com quem encontrava, começando pelos negociantes, o florista, o garçom do bar, o jornaleiro… Mas, principalmente, com os pobres que pedem esmola. Muitas vezes, quando vou à igreja, vejo-os virem ao meu encontro até quatro ou cinco ao mesmo tempo. Um pede dinheiro, outro, um par de calças ou alguma roupa. Mas também quando não tenho nada para dar, converso com eles e sentem-se acolhidos. De vez em quando, vou visitar um romeno que, por causa de um acidente, tem uma perna imóvel: é casado, tem uma filha e considera-me como seu pai. Quando alguém me diz que não comeu nada naquele dia, convido-o para ir ao bar ou vou comprar alguma coisa para ele. Hasamed de Bangladesh sustenta a família limpando os vidros dos carros. Quando insiste para pagar-me um cappuccino, deixo que o faça por respeito à sua dignidade. Se alguma necessidade supera as minhas possibilidades, peço ao Pai Eterno; e muitas vezes a resposta chega. Uma vez, quando não sabia mais como ajudar uma senhora romena, que passava grandes necessidades, dei-lhe a minha corrente de ouro. Às vezes, sem ligar para quem olha para mim (há muito tempo, perdi o respeito humano), sento com eles para ouvi-los… Não resolvo os seus problemas, mas pelo menos sentem que alguém os quer bem. Este meu comportamento não é sempre bem visto. Uma vez, fui até ameaçado: «Você dá muita confiança para aquelas pessoas, depois elas aproveitam-se e vem roubar. Se continuar assim, vou denunciá-lo à polícia!». Quanto a mim, vou em frente do mesmo modo, porque estou convencido de que o exemplo arrasta. Como aconteceu-me uma vez: chovia e vi chegar um sem-abrigo idoso, que subia dos Museus Vaticanos, todo molhado, mal conseguia manter-se de pé, tinha os sapatos rasgados. Cheirava a vinho e isto acontecia com frequência! Tinha acabado de receber algum dinheiro a mais da pensão. “Vem que vou comprar-te um par de sapatos”. Enquanto entrava na loja um senhor disse-me: «Quero contribuir com dez euros». Também descobri que tenho um certo talento para palhaço usando para as minhas brincadeiras um metro de madeira dobrável. Aquilo que angario nos “espetáculos” serve para ajudar alguns seminaristas estrangeiros que ficaram sem dinheiro, porque o bispo, que os ajudava, faleceu, ou outros, no Congo, que não poderiam continuar os estudos. Também ajudei um casal que não sabia como pagar o custo do parto cesariana e agora têm uma filhinha. De vez em quando, conto estas coisas a outras pessoas. Por duas vezes, o meu barbeiro não aceitou o pagamento e disse-me: «Manda este dinheiro para o Congo». Viver assim é um investimento. Por exemplo, às vezes, saio de casa sentindo-me um pouco pesado por causa de algum problema pessoal, mas quando vejo algum dos meus amigos pobres digo a mim mesmo: coragem, Angiolino, deixa isso de lado e dá um sorriso… Assim, esquecendo-me de mim mesmo, sinto-me feliz e livre novamente. Fonte: Città Nuova online

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Primeiros diplomados com a “Promessa Genovesi”

11201db4-c1f4-42a4-a639-751da0fe5e43_0Um evento único no seu gênero, que assinala uma novidade para os novos diplomados em Economia na Itália e na Europa. Na faculdade romana LUMSA, dias 21 e 22 de julho passado, cerca de 50 jovens pronunciaram e assinaram um código ético comprometedor. Dessa foram tornaram-se os primeiros laureados em economia a entrarem no mundo do trabalho e das profissões tendo firmado solenemente o juramento ético: a “Promessa Genovesi”. A inciativa tomou o nome do primeiro catedrático de Economia na história, Antonio Genovesi, que ainda em 1754 fazia-se porta-voz, em Nápoles, de valores como confiança, felicidade pública e assistência mútua. “É um pequeno pergaminho – explica o professor Luigino Bruni, idealizador da iniciativa e docente de economia no departamento de Ciências Econômicas da LUMSA – mas terá a sua força na dimensão simbólica e ‘ritual’ que a acompanha. Ler e assinar publicamente a Promessa Genovesi, num momento tão significativo como é a colação de grau – como aconteceu nesta faculdade e agora acontecerá em todas as próximas sessões de formatura – não é, para os estudantes, retórica ou folclore, mas compromisso ético”. LumsaA Promessa representa um desafio substancial no tempo da crise e da precariedade existencial e de valores. “Esta economia mata”, afirma o Papa Francisco na Evangelli Gaudium. E o prof. Luigino Bruni acrescenta: “Hoje não se morre só por motivos ligados à medicina, mas também por omissões ou erros cometidos por economistas, financistas, empresários; e o vemos de forma dramática  depois de decisões não éticas de bancos e empresas. Por isso o compromisso ético de um diplomado em economia, o juramento de conservar determinados valores e comportamentos, não é menos relevante do que é pedido a outras profissões eticamente sensíveis, e pode contribuir a desencadear um processo virtuoso de mudança do agir econômico e social”. Uma transformação importante para a formação europeia de alto grau, porque hoje – como sustenta o reitor da LUMSA, prof. Giuseppe Dalla Torre – “é preciso prestar atenção à economia civil, ao seu perfil ético e à superação da concepção individualista que atualmente a caracteriza”. Este é o texto da Promessa Genovesi: “Ao receber hoje o Diploma em Economia prometo que me comprometerei em: 1) Olhar ao mercado com um conjunto de oportunidades de mútua vantagem, sem discriminações de língua, sexo, credo, cor da pele, e não como uma luta nem uma competição onde alguém vence a custo de outros; 2) Jamais tratar os trabalhadores apenas como um custo, nem somente como um capital ou um recurso da empresa; 3) Reconhecer, na minha prática profissional, que trabalhadores, sócios, colegas, fornecedores e clientes são, antes de tudo, pessoas, e com esta dignidade desejarei respeitá-las, valorizá-las, honrá-las; 4) Relacionar-me com os meus interlocutores com benevolência, confiança, retidão, justiça, magnanimidade, moralidade e respeito por cada pessoa, convencido/a que a ética da pessoa é o melhor caminho para uma economia boa e sustentável; 5) Viver o meu trabalho como espaço de realização pessoal e como contribuição ao Bem Comum”.