
Rumo ao Encontro Mundial das Famílias, em Dublin

Brenda Drumm

Brenda Drumm
Calcado sobre “o que faço na minha vida?”, um dos sete workshops que se realizaram em seguida ao Genfest, abordou o tema das escolhas para a vida, da própria “Life direction”. «A construção deste workshop – falam os organizadores, adultos junto com um grupo de jovens de várias partes do mundo – já tinha começado desde o mês de fevereiro passado com encontros via Skype: uma experiência realmente edificante, assumida por todos com seriedade, responsabilidade e criatividade». «Chegando a Tagaytay e nos conhecendo pessoalmente, percebemos o quanto era alta, em todos, a expectativa. Também os números esperados para o workshop eram altos: dos 1000 inscritos nas sete oficinas, 250 jovens escolheram Life Direction. Provenientes de vários países do mundo, se falava em 16 línguas diferentes». A condução do programa, leve e gradual na direção de conteúdos cada vez mais “profundos” e onde as experiências eram o fator principal, foi preparada e levada em frente pelos próprios jovens da cidadezinha asiática, e o fio condutor era o “slogan quotidiano”: um pensamento a ser posto em prática durante o dia.
«O primeiro dia foi aberto com “Open your heart”: um convite a abrir o coração à verdadeira felicidade, procurando remover tudo o que podia servir de impedimento para viver com intensidade o momento presente. Foram apresentadas quatro experiências de modos e situações diferentes sobre o tema da felicidade encontrada graças ao amor vivido, ou descoberta após a retomada em seguida à queda ou, ainda, em situações dolorosas e difíceis. O intercâmbio em pequenos grupos permitiu verificar o quanto tinham incidido em profundidade e quantas perguntas e expectativas cada um trazia consigo». «No segundo dia – continuam –, o slogan era “What is the call” (qual é o chamado) em que era solicitada a nossa participação de modo mais ativo em apresentar o sentido do “chamado” com uma linguagem compreensível para poder ser acolhido, associando-o a três palavras chave: entender, ouvir, escolher. Depois, a história com Deus de cinco personagens bíblicos: Samuel, o jovem rico, o filho pródigo, Maria e Pedro. Um casal, um religioso, uma empenhada no mundo profissional e uma focolarina foram entrevistados sobre as três palavras chave. «Em grupos menores, se pôde aprofundar o sentido de cada um destes chamados, interagindo também com perguntas e respostas».
«No terceiro dia se mirava alto com o slogan: “Aim high”. Deixamos a palavra a Chiara Lubich que fala sobre o seu chamado, aos jovens em Barcelona, em 2002. As perguntas, desta vez escritas, pouco a pouco encheram a caixinha posta à disposição e que foram a matéria com que se animou a tarde, com entrevistas com os nossos convidados de novo: cada um salientava a beleza da própria vocação na ótica do único chamado ao amor. Uma hora e meia que voou!» «Nestes quatro dias – escrevem os adultos – vimos jovens com a sede de um relacionamento com Deus, em profunda busca, abertura e escuta. Inclusive cheios de sofrimentos, de dúvidas e medos, tudo num clima de grande simplicidade e serenidade. Percebemos que algo novo aconteceu: uma experiência de luz que abriu uma nova estrada de diálogo com os jovens sobre o chamado a uma vocação radical». Algumas impressões dos presentes: «Era justamente aquilo de que eu precisava a esta altura da minha vida. Viver o momento presente, abrir as minhas portas, dar passos radicais para além de nós mesmos, é o que eu levo embora comigo». «Os jovens que falaram da sua escolha de seguir Jesus de modo radical me dá a coragem de fazer escolhas só por amor». «Para mim era importante entender como responder ao chamado: entender (que Deus me ama), ouvir (a voz dentro de mim) e decidir (seguir Jesus). Estou muito feliz por esta experiência. Obrigado!»
Realizou-se em Loppiano, de 15 de julho a 21 de julho, um curso para agentes pastorais promovido pelos Focolares na Itália em sinergia com o CEG do Instituto universitário Sophia.«Vivemos aqui em Loppiano – escrevem os organizadores – dias especiais na primeira escola para agentes pastorais. Somos 75, provenientes de várias regiões italianas, e uma representação da América Latina e de Ruanda». Igreja local: comunhão e missão – Percursos pastorais à luz da Evangelii Gaudium, foi o título escolhido para o curso que se realizou, de 15 a 21 de julho na cidadezinha internacional de Loppiano (Itália), promovido pelo Movimento dos Focolares junto com o Centro Evangelii Gaudium (CEG), laboratório de formação, estudo e pesquisa, do Instituto universitário Sophia (IUS). «Ficamos admirados com o efeito que esta proposta causou nos participantes: seja pela partilha profunda e madura das experiências eclesiais de cada um, seja pelas respostas que a espiritualidade da unidade oferece para as suas necessidades, seja pela presença espiritual de “Jesus Mestre” que iluminou a experiência pastoral». «De qualidade e consistência – continuam – os discursos dos palestrantes, fruto de uma elaboração em comum e em sintonia uns com os outros. Os laboratórios interativos da parte da tarde, depois, nos puseram à disposição alguns métodos adequados para concretizar os conteúdos que nos foram oferecidos». A escola tinha, como objetivo, aquele de propor instrumentos teóricos e práticos a todos os que estão empenhados em tornar a espiritualidade dos Focolares “visível e experimentável” nas articulações da Igreja italiana, conscientes de que “se trata de um dom que o Espírito deu a Chiara Lubich para a Igreja inteira do nosso tempo”. Na abertura, houve uma rica introdução ao “método trinitário” do ateneu de Loppiano, confiada a Mons. Piero Coda, diretor do Instituto, e um tema programático de S.E. Card. Giuseppe Petrocchi, Presidente do CEG, com o título Protagonistas na vida da diocese e das paróquias. O comentário de um dos presentes: “Belíssima a análise do neocardeal. Cada conceito suscitava semblantes, emoções… Creio que assimilei uma certa mentalidade humana, sobretudo no que se refere ao anúncio com palavras. Com a desculpa de respeitar a liberdade dos outros, me escondo e privo os outros do grande dom recebido. O Card. Petrocchi nos falou com força e na sua análise se sentia toda a paixão pela Igreja, pela humanidade, e o segredo para contribuir para renová-la”. Outros importantes discursos foram feitos por D. Vincenzo Zani, secretário da Congregação da Educação cristã e pelo Prof. Vincenzo Buonomo, reitor magnífico da Universidade Lateranense. “A palestra de D. Zani – comenta um jovem – me iluminou muito. É preciso um projeto: a Palavra, colocar-se na escola de “Jesus Maestre”, viver relações novas, exprimir a dimensão comunitária da Igreja, a dimensão do diálogo que gera fraternidade universal”. Outros comentários: “Interessante esta escola para redescobrir o valor da Palavra encarnada e renovar as estruturas humanas da Igreja”. “O nosso caminho missionário passa através da caridade vivida e, portanto, vendo-a, outros desejem participar”. “Bela e pormenorizada a parte teórica desta escola. Hoje, terceiro dia, entrei em crise, depois de um exame de consciência por aquilo que frequentemente me propus e não consigo fazer. Portanto, crise construtiva”. “Sinto a necessidade de que todos possamos ter esta formação para que o nosso agir seja baseado neste tipo de conhecimento”. O curso prosseguirá com uma segunda parte que se realizará na primeira metade de outubro em algumas igrejas particulares, lá onde estão em andamento experiências significativas. Gustavo Clariá
«Meu Deus, me lembro daqueles momentos, quando era mais jovem, em que te escrevia cartas. Eram cartas cheias de perguntas, para as quais queria respostas imediatas. Eu tinha 12 anos quando comecei a ver o mundo de um modo diferente. Nasci numa bela família, como as que se veem nos filmes. Tinha uma mãe dedicada que acordava cedo para preparar o café da manhã, um pai amável e duas adoráveis irmãzinhas mais jovens, sempre felizes com as pequenas alegrias da vida. Mas exatamente como nos filmes, um dia tudo isto desmoronou. Assim que acordei, vi que a minha mãe não estava lá. Lembro claramente, o domingo era o dia da panqueca, o meu pai prepararia as panquecas e a minha mãe cozinharia ovos e bacon. Mas naquele dia, vi que o meu pai tomava o café, sozinho. Nenhuma panqueca. Nada de ovos e bacon. E a mamãe não estava lá. O papai me explicou que ela tinha nos deixado. As minhas irmãs tinham 8 e 6 anos. Eu as abracei, prometendo ao céu que daria o melhor de mim para cuidar delas. Na cidade, estávamos nos lábios de todos. Os pais, os professores, as crianças, todos fofocavam sobre nós. Em muitos momentos eu só gostaria de ir ao contra-ataque, para proteger as minhas irmãs, ou simplesmente chorar e me lamentar contigo. “Por quê? Por que aconteceu justamente a nós? Sou jovem demais para enfrentar tudo isto. Deus, onde estás?” O meu pai, a melhor pessoa do mundo, não merecia isto. Nós nos mudamos para a casa dos avós. Um dia, enquanto eu estava na escola, prestes a comer com os colegas, as minhas irmãs se precipitaram sobre mim para me dizer que a mamãe estava lá. Impossível, pensei. Eu a vi andando na nossa direção. Tinha uma bolsa cheia de presentes para mim e para as minhas irmãs. Eu não sabia o que experimentar. Eu a ignorei. “Por que agora? Por que você voltou? Depois de ter deixado a sua família? Pensa que pode voltar atrás assim? E que perdoemos você e acolhamos de braços abertos? Pensando que os presentes possam substituir todos os momentos em que você não estava presente? Não”. Assim eu te pedi, ó Deus, que me mandasses os teus anjos como mensageiros. Não sei como nem quando, mas sentia no meu coração que estavas me ouvindo. Lembro de ter escrito também a Maria. Eu lhe disse que precisava de uma mãe. E tu me respondeste de verdade. Aconteceu naquele dia, quando conversei com a vovó. Ela me ajudou a entender que devia ir além da dor que a mamãe tinha nos causado. Jesus estava dentro dela. E apesar de todas as coisas censuráveis que podemos fazer na vida, o Seu amor por nós nunca mudará. Mesmo se caímos e fazemos erros, Ele nos amará sempre, imensamente. Não foi fácil, tive que libertar o meu coração e deixá-la entrar, pouco a pouco. Começamos a reconstruir um relacionamento e agora a minha mãe é de novo parte da minha vida. O amor que tenho pela minha família é tão grande que haverá sempre espaço para os erros e a aceitação. Posso não ter uma família como a dos filmes, mas tenho uma história que é real e é melhor, graças a ti, meu Deus, que a conduziste. E a escreveste. A vida não para aqui, ainda tenho muitas batalhas a serem superadas, existem ainda muitos desafios, mas uma coisa é certa, tenho confiança nos teus planos para mim. Eu poderia não entender logo, mas tenho esta fé no meu coração: estarás aqui sempre para mim, não importa como».
Está em andamento em Seggau, Áustria (de 24 de julho a 1º de agosto), o encontro dos bispos membros do Movimento dos Focolares. São 64 bispos (entre os quais cardeais da Cúria Romana e núncios apostólicos), de 31 países e quatro continentes, que viverão “alguns dias de experiência de Igreja universal entre bispos em Stiria”, como se lê num comunicado publicado no site da diocese austríaca. Anfitrião do encontro é o bispo Wilhelm Krautwaschl. “A tradição destes encontros episcopais teve início há algumas dezenas de anos, quando a fundadora do Movimento dos Focolares, Chiara Lubich (1920-2008), convidava alguns bispos ligados ao Movimento, durante o verão, para passar alguns dias na Suíça”, lê-se ainda na nota. Foi o falecido bispo de Aachen, D. Klaus Hemmerle, a dar início e moderar esses encontros que tem “um caráter deliberadamente privado” e se realizam anualmente, mas em lugares diferentes. Objetivo do encontro é “aprofundar o carisma da unidade, cultivar o intercâmbio entre bispos em nível mundial e transcorrer alguns dias em comunhão fraterna”. Sábado, 28 de julho, o bispo Krautwaschl celebrará, juntamente com os irmãos no episcopado, uma missa na Basílica de Seckau “à qual são convidados todos aqueles que desejarem participar”. Na Áustria o Movimento conta com 1300 membros e mais de 20 mil simpatizantes. Fonte: AgenSir