Dez 12, 2013 | Focolare Worldwide
«Eu tinha o desejo de envolver meus colegas do banco onde trabalho, a Cassa Rurale, numa ação conjunta de apoio a pessoas ou situações de dificuldade». É como B. S., voluntária do Movimento dos Focolares, de Trento (Itália), conta o início de uma experiência que em seu caminho produziu uma onda de solidariedade “à distância”.
A ocasião apareceu em 1989 quando a guerra no Líbano, que já durava muitos anos, teve um período de forte endurecimento. «Chegava daquele país o pedido de assumir crianças órfãs ou em situação de extrema necessidade. Lancei a proposta aos meus colegas que aderiram com alegria, versando uma pequena contribuição cada mês». O canal escolhido foi o “apoio à distância”, com o Movimento Famílias Novas, através dos projetos da associação Ação Famílias Novas.
Natine, 12 anos, pode assim viver com mais dignidade e prosseguir os estudos até obter o diploma de professora e começar a trabalhar. Os colegas do banco, de comum acordo, decidiram prosseguir essa ação com outras cinco crianças, uma de cada continente. Aos que se encontram em maior necessidade enviam também uma soma extraordinária, no Natal, com o envolvimento inclusive do Conselho de Administração da empresa.
«Com o passar do tempo – conta com alegria B. S. – os nossos “apoios à distância” passaram a 14 crianças em diversas partes do mundo, e esse ano acrescentaram-se outras seis do Uruguai: um total de 20 crianças! E como o amor é contagioso muitos decidiram fazer também um sustento pessoal, ao qual deverão aderir outras trinta pessoas de fora do Banco, que vieram a saber da iniciativa e decidiram cumprir, ainda que um por tempo determinado, este ato de solidariedade. Hoje – conclui B. S. – as crianças sustentadas à distância pelo nosso grupo e “amigos” são 75!».
Você também gostaria de assumir um “apoio à distância”?
Escreva à sad@afnonlus.org, ou telefone para 55 06 9454 6412.
Dez 9, 2013 | Focolare Worldwide

Cochabamba, Bolívia: aqui, onde 50% da população é constituída por crianças e adolescentes, na maioria abandonados pelos pais, há algumas décadas, funciona a Associação de Voluntariado ONLUS Casa de los Niños.
“Somos um fruto do encontro com Jesus, de modo concreto, nas pessoas que cruzaram a nossa história”, escrevem-nos os responsáveis pelo projeto. “Fomos impulsionados pelos sonhos de esperança e de bem das pessoas que vivem situações de grave sofrimento ou marginalização, principalmente crianças”.
Chiara Lubich, fundadora do Movimento dos Focolares, um dia exprimiu o desejo que se pudessem fechar os orfanatos, esperando que cada um dos pequenos hóspedes pudesse gozar do calor e do amor de uma família. “Seguindo este sonho de Chiara Lubich – contam – trabalhamos onde é possível para recompor, para hospedar temporariamente e sustentar as famílias ou os familiares de crianças em extrema pobreza. Com a ajuda de muitas pessoas, conseguimos, nestes últimos 6 anos, reunir quase uma centena de famílias, oferecendo-lhes uma habitação digna”.
O caso de M.R. é um exemplo. Há 8 anos atrás, tinha-lhe sido diagnosticado o vírus HIV. Quando a Associação foi criada, ela não falava e não caminhava. Ao receber alta do setor de terapia intensiva onde tinha sido internada devido a uma infecção, foi acolhida na Casa de los Niños. “Faltam poucos meses para a M. R. completar 10 anos”, contam com alegria. “Entretanto, a mãe foi afastada da sua casa, por ter sido considerada responsável pela situação. Assim, também foi hospedada pela Associação e, deste modo, um pequeno núcleo familiar recompôs-se”.

“O nosso Centro – prosseguem – agora é um ponto de referência na cidade para todas as instituições públicas que trabalham com portadores do vírus do HIV. 20% das famílias de Cochabamba portadoras do vírus vivem aqui. Também 30% das crianças nestas condições são hóspedes da nossa Cittadella Arcobaleno, onde vivem juntamente com outras 200 crianças com histórias diferentes”.
A ação concreta, embora fundamental e necessária, não pode ser separada daquilo que dá sentido e valor a cada gesto: “A arte do encontro marcou a nossa vida – contam os operadores – e aquilo que vemos florescer ao nosso redor é fruto do relacionamento com pessoas extraordinárias, com as quais partilhamos a vida e as aspirações mais profundas. Isto permite-nos abraçar o sofrimento inocente, aquele das crianças que sofrem a injustiça mais absurda, de uma vida que não escolheram e que as obriga a lutar contra a correnteza desde o primeiro instante. Nós estamos aqui com elas, com a tenacidade dos miseráveis e a fé dos fracos. Acreditamos simplesmente que, apesar das derrotas quotidianas, o bem triunfa sempre”.
Dez 6, 2013 | Focolare Worldwide
Colômbia, ao lado de tantas riquezas naturais é também um país com graves chagas sociais, entre estas a forte desigualdade entre poucos ricos e muitos pobres, numerosas famílias obrigadas a deixar suas casas e cidades por causa da violência, milhares de casos de abuso de menores…
A fundação Mundo Melhor, organização sem fins lucrativos, surgiu em Medelín, em 1996, de um grupo de pessoas do Movimento dos Focolares que encontraram no carisma da unidade a força para enfrentar as emergências sociais que viam ao seu redor. Não podiam ficar indiferentes diante dessas realidades, ao contrário, procurando viver a espiritualidade de Chiara Lubich nasceram respostas concretas: diversos projetos sociais que integram ação e reflexão.

O programa de assistência à infância, por exemplo, oferece educação integral a crianças de 2 a 5 anos em condições de vulnerabilidade.
O programa de integração social dá assistência aos indígenas procurando construir alternativas e projetos que permitam inseri-los no tecido social e no mundo do trabalho. Nessa mesma direção vai o programa de inserção no mundo do trabalho, com a oferta de uma formação profissional e de assistência nas localidades de proveniência.
O programa sobre direitos humanos desenvolve estratégias para reforçar o exercício dos principais direitos das crianças e suas famílias.
Atualmente a Fundação tem 155 empregados, entre nutricionistas, psicólogos, professores e pessoal administrativo, auxiliando cerca de 2 mil crianças e 400 moradores de rua.
Steve Carty e sua esposa, Sandra – peruanos, com dois filhos – dedicam-se em tempo integral a este trabalho educativo e social. “O nosso desafio transcende o ativismo – afirma Steve – porque compreendemos que a primeira grande revolução social nasce no coração de cada pessoa”.
Hoje a Fundação Mundo Melhor é uma instituição reconhecida como um válido interlocutor pelo mundo político, artístico, social e esportivo; é parceira de outras organizações que a escolheram pela sua transparência e atenção ao outro, no espírito da fraternidade. Recebeu reconhecimentos importantes da prefeitura de Medelín, das autoridades regionais e do Senado da República da Colômbia. Recentemente assinou um acordo com o Clube UNESCO Heritage, com sede em Valencia, na Espanha.
Dez 5, 2013 | Focolare Worldwide

«A revolução social, no início de uma nova era, começou por uma menina de 15 anos. Mas uma revolução integral, isto é, que compreendesse não somente o corpo, mas também o espírito, não só o tempo, mas também a eternidade. Essa menina chamava-se Maria. Uma hebreia, de um vilarejo desqualificado de onde todos acreditavam que não poderia sair nada de bom: Nazaré.
No início da grande mudança houve, portanto, uma mulher. Vivia num barraco, conhecia a miséria das famílias amontoadas em grutas, em grande sacrifício. Participava da profunda e impetuosa sede de justiça social do seu povo.
No ventre dessa menina germinou o artífice da revolução social. O filho de Deus estava para nascer homem, como filho de Maria. A pureza perfeita estava se encarnando com o sangue puro daquela mesma pureza; na pessoa dela tudo era digno, e nela não podia existir sombra da culpa original.
Ora, essa menina, que em si mesma já significava a mais avassaladora revolução, sendo a mais humilde das criaturas tinha sido escolhida para a mais alta das funções, e sendo a mais desconhecida das mulheres devia tornar-se a mulher mais invocada das gerações.
Serva humilde e ao mesmo tempo coração forte. Apoia-se à potência de Deus. É a mulher perfeita: a mulher completa. Sem mancha e sem medo. Pronta ao sacrifício, mas segura da justiça, completamente amor e, por isso, totalmente liberdade.
A sua beleza envolveu a mulher numa nova luz, que revelou-se no seu rastro. Nos séculos, Nossa Senhora elevou a mulher, colocou numa luz divinizadora a função da mãe. A sua doce maternidade é tão universal que em todos os tempos os povos a chamaram Nossa Senhora. Depois que o Pai colocou a Mãe entre nós a convivência passou a ter uma atmosfera de casa, e estar nela é uma festa.
Já que a degeneração da humanidade começou com uma mulher, quando o Criador quis purificar os homens escolheu ainda uma mulher, e a partir dela recomeçou. Escolheu Maria de Nazaré, uma mulher sem mancha».
Igino Giordani in: Le Feste, Sociedade Editora Internacional, 1954.
Dez 5, 2013 | Focolare Worldwide
Levar à própria diocese e à própria Igreja a riqueza da experiência feita: esta a intenção dos 33 bispos ortodoxos, de antigas Igrejas orientais, anglicanos, metodistas, luteranos e católicos de diferentes ritos, na conclusão do 32º Congresso ecumênico promovido pelo Movimento dos Focolares e realizado em Jerusalém de 18 a 22 de novembro. Aprofundamentos teológicos e espirituais, mas também um fraterno e sincero intercâmbio de experiências entre os bispos, contribuíram para aprofundar o tema do Congresso, “A reciprocidade do amor entre os discípulos de Cristo”.
Um momento central foi o pacto estabelecido entre eles de buscar constantemente viver relações baseadas no Mandamento Novo: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”, porque “disso todos saberão que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns pelos outros” (Jo 13,31-35). Foi escolhido um local muito significativo, a capela do “Gallicantu”, localizada no caminho que leva do Cenáculo à torrente do Cedron, lugar que, segundo a tradição, Jesus percorreu depois da última ceia. Lugar, portanto, ligado ao Seu mandamento do amor e à oração ao Pai pela unidade entre os seus.
O Patriarca latino S. B. Faoud Twal recebeu um grupo de bispos durante a preparação do Congresso. Relevante também o encontro com o Patriarca grego-ortodoxo de Jerusalém, Theophilos III. Ele considerou como uma benção a vinda dos bispos a Jerusalém. “Para os cristãos da Terra Santa – salientou – é um encorajamento encontrar bispos unidos, ainda que de diferentes Igrejas. É também um forte apoio para nós, porque sinal evidente de que não fomos esquecidos. Vocês não apenas falam de diálogo, mas são um diálogo vivo”.
Foram aprofundados dois recentes documentos de teor ecumênico: “A Igreja rumo a uma visão comum”, da Comissão de Fé e Constituição do Conselho ecumênico de Igrejas, e o documento da comissão conjunta das Igrejas luterana e católica: “Do conflito à comunhão”, em vista do jubileu dos 500 anos da Reforma.
Os bispos foram também informados sobre a experiência de comunhão e colaboração de “Juntos pela Europa”, que reúne cerca de 300 movimentos e comunidades cristãs de várias Igrejas em atividades comuns, no respeito das respectivas peculiaridades. O projeto “Juntos pela Europa” é considerado por especialistas como uma real esperança, porque expressão do assim chamado ecumenismo da vida, que o Concílio considerou como base de qualquer outro tipo de ecumenismo.
No dia 21 de novembro os bispos expuseram a sua experiência de comunhão, já decenal, a 120 pessoas, entre as quais personalidades religiosas, representantes de movimentos e comunidades de várias Igrejas presentes na Terra Santa. Conheceram também, por sua vez, iniciativas construtivas promovidas muitas vezes por leigos, para melhorar os relacionamentos entre as Igrejas e com as comunidades não cristãs de seu país.
As visitas de cada dia a algum dos lugares sagrados tornaram presente a vida de Jesus. De modo especial em Belém, onde estava reunida a comunidade local do Movimento dos Focolares, que fez experimentar a todos a luminosa presença de Jesus no mundo de hoje.
Video: http://www.fmc-terrasanta.org/pt/ecumenismo.html?vid=5291
Dez 3, 2013 | Focolare Worldwide
Um impulso considerável para o movimento ecumênico. Foi a impressão do secretário-geral do CEI, pastor Rev. Olav Fykse Tveit, na conclusão dos trabalhos da 10ª Assembleia Geral do Conselho Ecumênico das Igrejas, que se realiza de 7 anos em 7 anos.
Foram 2.760 os participantes inscritos (delegados de Igrejas, conselheiros, organizações partners, visitantes, jornalistas e hóspedes), mas cerca de 5.000, muitos da Coreia, participaram nesta experiência ecumênica única. Estiveram presentes, entre outros, Karekin II, Patriarca e Catholicos supremo de todos os armênios e o arcebispo de Canterbury, Welby. O Patriarca ecumênico Bartolomeu I mandou uma mensagem audiovisual.
A Igreja católica, mesmo não sendo membro do Conselho ecumênico das Igrejas, colaborou ativamente através de uma delegação do Pontifício Conselho para a unidade dos cristãos, que esteve em Busan. O cardeal Kurt Koch leu a mensagem do Papa Francisco.
Representaram o Movimento dos Focolares – convidado como consultor juntamente com outros movimentos, grupos e realidades ecumênicas – Joan Back, do Centro Uno, secretaria internacional para o diálogo ecumênico dos Focolares, e Peter Dettwiler, pastor reformado suíço, encarregado pelo ecumenismo da Igreja reformada no cantão de Zurique.
A colaboração dos Focolares com o CEI começou em 1967. Chiara Lubich foi convidada três vezes a ir à sede de Genebra para partilhar a espiritualidade da unidade, que ainda hoje é reconhecida pela sua importante contribuição, como afirmou o Rev. Tveit, ao agradecer à presidente dos Focolares, Maria Voce, pela mensagem enviada.

Joan Back e Peter Dettwiler (no centro) com um grupo de participantes
“Uma formidável atmosfera de fraternidade entre as Igrejas – salientou Joan Back. Mesmo se não partilhamos posições idênticas em matéria de eclesiologia ou moral, podemos encontrar-nos, rezar e também trabalhar juntos”. Foi apresentado um documento de grande importância: “A Igreja: rumo a uma visão comum” elaborado pelo Departamento Fé e Constituição, um texto de confluência redigido por teólogos de Igrejas com eclesiologias muito diferentes.
Os desafios para o ecumenismo evidenciados são: migração, novas gerações, mundo multirreligioso e crescimento da realidade pentecostal. Nas declarações oficiais da Assembleia alguns destes temas são abordados. A mensagem conclusiva indicou a prioridade para os próximos 7 anos: “caminhar juntos numa peregrinação pela justiça e pela paz”. A mensagem reflete o espírito do evento e os compromissos assumidos que “compreendem sempre as três tarefas: serviço, testemunho missionário e reflexão teológica”, explicou Walter Altmann, pastor luterano no Brasil e moderador cessante do Comitê Central.
Na conclusão, os 150 componentes do Comitê Central há pouco estabelecido, elegeram por unanimidade a anglicana Agnes Abuom, de Nairobi (Quénia), como moderadora.