Out 19, 2017 | Focolare Worldwide
Os confrontos continuam e renovam-se as tensões. Nos dias 22 de setembro e 1 de outubro, o exército reprimiu manifestações pacíficas, causando várias mortes e muitos feridos entre os manifestantes que pediam a independência das regiões angófonas. No mesmo dia, no Nordeste e no Sudoeste (regiões habitadas pelas minorias inglesas que são 20% da população dos Camarões), a internet foi novamente desligada. O “problema anglófono” tem raizes antigas. Em outubro de 2016, a população de línga inglesa tinha iniciado protestos organizados contra a sua progressiva marginalização. Depois de meses de tensões e de acusações de discriminação, seguiram-se duras repressões e momentos de autêntica guerrilha. De Fontem escreve-nos o P. António Mascia: «Estamos a viver um momento delicado e incerto, do ponto de vista sócio-político, e não sabemos onde tudo isto irá desenbocar. Em várias cidades, soldados do exército dispararam sobre a multidão que se manifestava pacificamente, tendo levado muitas pessoas para a prisão. Contamos muito com a vossa oração».
Out 16, 2017 | Focolare Worldwide
Também neste ano a “Festa dos Jovens”, que coincide com o início da primavera do Hemisfério Sul, deixou a sua marca. Dias 23 e 24 de setembro, mais de 1000 jovens provenientes do Uruguai, do Paraguai e de várias regiões argentinas, invadem a cidadezinha imersa nos Pampas argentinos, para viverem uma experiência de fraternidade que deixa uma marca indelével. Neste ano, porém, se olha para mais longe: para Manila, onde se realizará o Genfest 2018 com jovens de todo o mundo.
Usando o formato de um videogame, os jovens abordam aos poucos alguns temas que incidem na vida quotidiana deles: a aparência, o individualismo, as escolhas e o consumismo; são os níveis que os 4 protagonistas em cena devem atravessar para conseguir superar juntos o último nível. Os valores da aceitação de si mesmos, da solidariedade, do empenho relativo ao quanto a consciência sugere a cada um e da partilha, são as chaves que permitem superar os vários níveis. Mas, frequentemente, é preciso fazer as contas com o passado que puxa para trás e com o futuro que paralisa. Resta, portanto, uma única opção: viver o presente e, naquele momento, “assumir o controle” e dar um reset na própria história.
O inventor do jogo dirige aos protagonistas e aos participantes da Festa, uma pergunta desafiante: Resetar, sim ou não? A resposta fica aberta. O videogame acaba e se torna uma metáfora da vida, que coloca os presentes diante da exigência de atravessar as muitas situações que se apresentam no dia a dia parar crescer e atingir as próprias metas. O jogo se torna a vida real. “Resete o seu mundo, você é que tem o controle”, é o slogan do encontro que, junto com a canção composta justamente para a ocasião, constitui a mensagem que a Festa dos Jovens 2017 deixa no coração de todos os participantes. Inclusive em quem estará presente no Genfest das Filipinas representando todos.
Out 13, 2017 | Focolare Worldwide
Os incêndios, ainda descontrolados, que estão a devastar a Califórnia, alimentados por fortes ventos e por temperaturas completamente anormais para a estação, provocaram até este momento dezenas de vítimas – o balanço mais grave jamais verificado na história da Califórnia – e centenas de desaparecidos. É impressionante o número de homens e meios envolvidos: cerca de 8 mil combatentes, entre bombeiros e voluntários, 550 meios terrestres, 73 helicópteros e mais de 30 meios aéreos. Circulam por todo o mundo as imagens das chamas que estão a destruir uma superfície de quase 80 mil hectares. São inúmeras as casas totalmentes destruídas. Os condados mais atingidos são os de Sonoma, Mendocino, Yuba, Napa. Milhares de pessoas foram evacuadas, sobretudo na condado de Napa, conhecido pela produção de um excelente vinho. Uma das áreas mais atingidas pelos incêndios é o condado de Sonoma, cuja capital é Santa Rosa, com quase 200 mil habitantes. Várias zonas da cidade ficaram inteiramente reduzidas a cinzas. Desta cidade de Santa Rosa, Cindy Fitzmaurice, da comunidade dos Focolares, conseguiu, através do Facebook, enviar notícias de si e das difíceis condições em que muitos foram obrigados a abandonar as próprias casas. «Estamos prontos a escapar – escreveu, colocando uma foto tirada às 3 da manhã, onde se vê um céu cor de laranja – Tenho o coração despedaçado pelos meus amigos que perderam tudo. Estamos a aprender o que é mais importante, e não são certamente as coisas». Uma experiência muito dura vivida por Cindy e pelos seus vizinhos, em fuga, durante a noite, procurando refúgio em casa de amigos. Alguns – conta – tiveram que escapar em pijama, sem poder levar nada. Felizmente, pouco depois escrevia: «Evacuados, mas sãos e salvos. Que Deus abençoe Santa Rosa. Deixar a minha casa depois de 25 anos foi muito duro. Mas tivemos tempo de o fazer, pelo que devemos estar eternamente agradecidos. Outros não poderão dizer o mesmo. Veremos o que é que o dia de amanhã nos reserva». Depois de uma noite de medo e de oração, quarta feira passada, Cindy pôde de novo escrever aos seus amigos dando boas notícias: «Estamos eternamente gratos. Regressámos a casa esta manhã. De momento, os ventos sopram para leste, na direção de Napa. Isto é um bem para nós, mas não para os de lá. Ouvimos que hoje chegariam ventos fortes favoráveis para nós. Mas muitos amigos perderam tudo. Não posso sequer imaginar as suas perdas». Cindy agradece aos amigos que tomaram conta deles, especialmente a sua sogra já idosa. «Tudo aquilo que podemos fazer agora é estar agradecidos e ver como poderemos ajudar os outros. Agradeço-vos pelas vossas orações». A neta de Cindy, de 18 anos, trabalha numa clínica. «Todos os pacientes foram evacuados para uma outra cidade. Estou orgulhosa de como ela está tomando cuidado de todos». Muitos outros no Facebook partilharam as fotografias das suas casas devoradas pelas chamas e reduzidas a cinzas. Mas estão gratos por estarem vivos. Isto é o que agora mais conta.
Out 13, 2017 | Focolare Worldwide
Curitiba, capital do Estado do Paraná (Sul do Brasil), ficou famosa internacionalmente pelas suas inovações urbanísticas e cuidado com o meio ambiente e em ser ecologicamente sustentável. Também conta com elevada posição nos indicadores de educação, a menor taxa de analfabetismo e a melhor qualidade na educação básica entre as capitais. A Universidade Federal do Paraná é a primeira do Brasil. Nesta capital dos primados, devido a um longo e profícuo caminho ecumênico entre católicos e luteranos, a Comissão de Diálogo Bilateral Católico-Luterano, da Comissão Episcopal Pastoral para o Ecumenismo e Diálogo Inter-Religioso da CNBB e do Núcleo Ecumênico e Inter-religioso em colaboração com a Universidade Catolica do Paraná – PUCPR, escolheram a “Cidade Verde”como Sede do Simposio Mariológico ecumênico nos dia 1,2 e 3 de setembro.
Duas datas motivaram a realização do evento: A primeira foi a comemoração dos 300 anos da descoberta, nas águas do rio Paraíba do Sul, da estátua de Nossa Senhora de Aparecida.O povo brasileiro conhece bem a história de alguns pobres pescadores que, em 1717, depois de um dia de pesca mal sucedido, em vista de um grande banquete organizado durante a visita do governador do Estado de São Paulo, lançaram novamente as redes no rio. Para a surpresa deles, veio na rede uma pequena estátua de “Nossa Senhora” coberta de lama, primeiro o corpo, depois de outras tentativas rio abaixo veio a cabeça. Os pescadores que antes não tinham conseguido pescar nada, encheram suas redes com uma quantidade abundante de peixes. A segunda data é o quinto centenário da Reforma Protestante, cujas celebrações foram lançadas em conjunto com o histórico evento de Lund, em outubro de 2016, por igrejas católicas e luteranas no espírito de comunhão, diálogo e ação de graças. O Simpósio de Curitiba enquadra-se, portanto, dentro de um importante caminho ecumênico. Entre os muitos participantes, entre eles havia quatro bispos católicos, cinco pastores sinodais luteranos, especialistas em ecumenismo na Conferência Episcopal Nacional no Brasil, responsáveis pelo ecumenismo nas regiões episcopais e muitos teólogos, religiosos, sacerdotes e leigos , incluindo alguns membros do Movimento dos Focolares.
O bispo Dom Biasin, presidente da Comissão Ecumênica, convidou como um dos relatores o teologo focolarino Hubertus Blaumeiser, docente da Universidade Gregoriana de Roma, especialista na teologia de Lutero. O tema principal que fundamentou as conferências do Simpósio foi o comentário de Martinho Lutero sobre o Magnificat. Publicado recentemente em co-edição luterana e católica. Minha tarefa – escreveu Blaumeiser – foi realizar duas palestras introdutórias sobre Lutero, um estímulo para conhecê-lo e estudá-lo mais profundamente. A palestra de Blaumeiser foi muito apreciada, pois ele, vindo de Roma, sendo católico, perito em Lutero e fazendo parte do Movimento dos Focolares, expôs de maneira clara e atraente pontos do pensamento de Lutero que são atuais e renovadores, como também fez uma síntese sobre o ponto atual do diálogo entre católicos e luteranos, evidenciando o maravilhoso caminho que tem se desenvolvido ultimamente Como se verificou, espera-se de poder promover entre as duas igrejas uma declaração comum, prevista para o fim das celebrações do centenário. Blaumeiser foi então recebido como hóspede na cidadela do Movimento dos Focolares – Mariápolis Ginetta, onde pode relatar sua experiência vivida em Curitiba, com transmissão ao vivo em mais de 650 pontos nas regiões sul e sudeste do Brasil. Entre os presentes, estavam os bispos metodistas Nelson Leite e Adriel de Souza, o prefeito de Vargem Grande Paulista e membros de várias igrejas. A transmissão também foi muito apreciada pelos jovens, afascinados por essa visão do ecumenismo como uma oportunidade para descobrir os tesouros que várias tradições cristãs preservam. Como um dom para todos.
Out 11, 2017 | Focolare Worldwide
“Passamos três dias com os refugiados Karen, em Mae Sot, na fronteira com Mianmar. Uma experiência muito intensa, como todas as experiências quando se entra e contato com o sofrimento das pessoas.” A narrativa é de Luigi Butori. Ele vive há muitos anos no sudeste asiático, em um dos focolares daquela região. “Nós carregamos em uma Van mais de 30 caixas grandes recebidas da Itália e, com Glauco e Num, um gen budista, empreendemos a viagem. Já se tornou um hábito: a cada três ou quatro meses fazemos esta viagem de quase 500 km.” Mae Sot é uma cidade da Tailândia, nas proximidades da fronteira com Mianmar. É um importante ponto de ligação com o país limítrofe, lugar de abrigo para muitos refugiados e imigrantes, que ali vivem em péssimas condições econômicas e sociais. “Este é o nosso povo”, escreveu Luigi. Entre eles, quem tem um trabalho nas empresas agrícolas ou nas indústrias da região, às vezes, é também vítima da exploração e recebem salários de fome. Mas, na condição de clandestinos, não podem reclamar pelo direito à segurança e nem a um salário digno. Uma multidão de refugiados encontra abrigo nos campos montados por numerosas organizações internacionais que atuam na área de fronteira, no território tailandês. Entre as dezenas de etnias perseguidas encontram-se muitas pessoas do povo Karen. A história deles não é muito conhecida: história de um povo, simples, agricultores e que são obrigados a fugir. Este é um dos muitos conflitos étnicos ignorados pelos meios de comunicação que o classifica como “Conflito de Baixa Intensidade.”
“Tínhamos planejado esta viagem com o padre Joachim, um sacerdote birmanês que mora em Mae Sot. Jim, outro focolarino de Bangcoc, juntou-se a nós, chegando de manhã depois de uma viagem de 10h de ônibus, passando por muitas barreiras e postos de controles durante a noite. Todas as vezes que chegamos a Mae Sot parece-nos entrar em outro mundo: ali os valores são outros. No lugar do consumismo e das comodidades, encontramos pessoas que não possuem nada, mas, que são felizes pelas poucas coisas que doamos; coisas que recebemos de muitos amigos, próximos e distantes. Em Mae Sot as pessoas sabem que vamos ali motivados somente pelo amor fraterno. Mais de uma vez eles nos disseram: “Este amor que vocês trazem é o que nos dá sentido para continuar a viver e ter esperança.” Fizemos refeições juntos e comemos a mesma comida deles e só este fato já é um grande testemunho. Uma tarde passamos em meio a plantações de milho, um lugar que eu poderia definir em meio “ao nada”, havia muito barro e a nossa Van quase atolou. Tudo isto para buscar uma família católica e, em seguida, retomar o caminho para outro lugar onde estavam reunidos 40 católicos para a Santa Missa. Estava escuro, chovia e o lugar estava cheio de pernilongos: estávamos abrigados sob uma grande lona e havia só uma lanterna. Espontaneamente eu pensei nas belas catedrais de Roma, onde eu morei por cinco anos. Pensei nos quadros, nos órgãos e nos belos lustres. E aquele local apenas coberto, com muitos pernilongos, com aquela luzinha fraca e todos nós sentados no chão me pareceu, nos pareceu uma basílica romana. Porque Jesus estava espiritualmente conosco, estava entre aquelas pessoas que nada têm.”
Há alguns anos Luigi tornou-se o ponto de referência da atividade que liga as crianças Karen, de Mae Sot, às crianças de Latina e a grupos de amigos de Lucca, (Itália) e de Poschiavo, (Suíça). Com os fundos e materiais arrecadados foi possível construir e iniciar o funcionamento de uma pequena escola, chamada “Gota a Gota”. Alguns alunos do ensino fundamental, da Escola Carlo Goldoni, de Latina, escreveram: “Nós, do quarto ano encontramos Luigi e ficamos felizes ao revê-lo, mas, estávamos também ansiosos para ter notícias dos nossos amigos Karen e da escola deles. Luigi nos trouxe fotografias e informações sobre o andamento das coisas em Mae Sot. Ficamos surpresos com uma coisa: o que para nós é muito normal, como um banheiro ou uma ponte de madeira, para eles é fundamental para melhorar a vida cotidiana. Graças ao Projeto “Gota a Gota” podemos construir uma ponte de solidariedade com os nossos amigos que estão distantes.”
Out 10, 2017 | Focolare Worldwide
Diante da situação que se criou na Catalunha, o Movimento dos Focolares na Espanha lança um comunicado no qual se compromete a viver a cultura do diálogo, “potente instrumento que torna possível o interesse pelo outro, entrando na realidade em que vive, para conhecê-la, acolhê-la e, na medida do possível, compreendê-la. Consideramos a pluralidade como um desafio positivo e uma enorme riqueza”. Muitas as iniciativas em andamento para solicitar o diálogo, em especial com a classe política. “Nós as promovemos com força porque as consideramos sinais de uma sociedade democrática e madura que aposta na reconciliação”. Ao mesmo tempo, o Movimento dos Focolares na Espanha propõe um abaixo-assinado, ao qual se pode aderir do mundo inteiro, com o objetivo de encontrar uma solução de convivência serena na diversidade e o reconhecimento da dignidade de todas as pessoas e instituições que as representam. Uma campanha de sensibilização e compromisso nas redes sociais, sob o hashtag #SoyDiálogo, convida todos a se tornarem promotores ativos de escuta, respeito, diálogo e ações pacíficas.