Movimento dos Focolares
Amazônia, uma ilustre desconhecida

Amazônia, uma ilustre desconhecida

PA-Obidos2016 (4)Atualmente fala-se da Amazônia especialmente porque existe a preocupação pelo desmatamento e pela exploração das suas inúmeras reservas por parte de políticos e economistas sem escrúpulos. Mas, poucas pessoas sabem dos problemas das comunidades que vivem às margens do imenso, homônimo rio tão precioso para o nosso planeta doente. Para ter acesso a qualquer forma de assistência à saúde existem dificuldades enormes. Por exemplo, em Óbidos, com quase 50.000 habitantes, o único hospital, mantido pela Terceira Ordem Franciscana, dispõe de um só médico que atende os casos mais urgentes, enquanto que, para consultas com especialistas é necessário ir a Santarém, distante 6h de viagem de barco. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) solicitou respostas concretas também porque existe a preocupação com a escassa assistência espiritual à população, de natureza profundamente religiosa. Este apelo suscitou o interesse de centenas de pessoas dos Focolares (jovens e adultos do país inteiro), e de outras pessoas que, desde 2005 levam adiante o “Projeto Amazônia”. Uma vez por ano, durante as férias, elas vão visitar as diversas comunidades ribeirinhas da região. Alguns são profissionais do setor de saúde; outros não, mas se dispõem a ir para ouvir os problemas daquela gente, prestar assistência aos doentes, brincar com as crianças, em um tácito, mas explícito testemunho de Evangelho vivido. Neste mês de julho estão se realizando esse tipo de missões em três diferentes localidades: Óbidos (Pará), Magnificat (Maranhão) e Barreirinha (Amazonas). PA-Obidos2016 (7)Dos 22 voluntários que foram a Óbidos, quatro são médicos, um dentista, um fisioterapeuta e outro estudante de medicina. Com o apoio logístico dos habitantes e da prefeitura, durante os sete dias da incansável permanência, eles conseguiram visitar sete comunidades, ocupando-se de mais de 1000 pessoas, no total. Foram de casa em casa e, à noite, eram hóspedes da generosidade dos moradores, que não hesitaram em colaborar em tudo com os voluntários para ajudá-los, suscitando com isso uma grande fraternidade entre todos. E, no momento da despedida, se repetia sempre a mesma cena: ninguém queria acreditar que, no dia seguinte, os “missionários” iriam para outra comunidade, bem como nenhum deles podia dizer quem foi que provou maior alegria por ter vivido, juntos, aquele dia intenso. Porque, se é verdade o ditado que “Existe mais alegria em dar que receber” é igualmente verdade que – segundo os voluntários – eles receberam mais, por terem conhecido in loco uma população tão genuína, tão rica de valores, de coragem, de fé autêntica. Cada despedida foi marcada pela promessa de voltar no ano seguinte, acompanhados por novos amigos contagiados pelo próprio entusiasmo. Significativo o testemunho de um jovem voluntário, de Benevides, que agradeceu a todos por ter “crescido espiritualmente e humanamente”. E o de uma jovem de Belém que, impressionada “por aquelas pessoas extraordinárias que conhecera”, afirmou que quando chegasse a casa iria “recomendar a todos uma experiência semelhante”. Um jovem, de Belém, disse: “Vivo em uma sociedade interessada no último modelo de Smartphone, enquanto que aqui eu vi crianças felizes por terem recebido simplesmente um lápis. Eu vi pessoas permanecerem na fila sem ter a certeza se elas conseguiriam ou não ser atendidas pelo médico; enquanto que, normalmente, só o fato de esperar um pouco já começamos a reclamar. E ainda, mesmo em situações desfavoráveis, a alegria não falta naquelas pessoas. Ouvindo-as falar sobre a própria vida, me convenci de que algumas delas mereceriam o título de doutor honoris causa.” Veja também: http://projetoamazonia2016.blogspot.com.br/ Tweet: Médicos, enfermeiros e outras pessoas dos Focolares participam do Projeto Amazonas.

A paz na Síria é possível

A paz na Síria é possível

Syrian artist, Tammam Azzam’s artwork for Caritas ‘Syria: Peace is Possible’ campaign

Syrian artist, Tammam Azzam’s artwork for Caritas ‘Syria: Peace is Possible’ campaign

Uma mobilização em massa, uma campanha que tem por objetivo sensibilizar o mundo inteiro. É o objetivo de #PeacePossibile4Syria, o projeto lançado pela Caritas Internacional e que envolve todos os países nos quais esta organização está presente. “Não é uma campanha contra alguma coisa, mas, a favor da paz. Ainda que se denuncie claramente a venda de armas”, explica Rosette Hechaime, libanesa, coordenadora da Cáritas no Oriente Médio. “O papa Francisco acompanha atentamente a situação da Síria e, várias vezes, quando nós o encontramos, ele mesmo nos exortou a pedir explicitamente que as armas sejam silenciadas. A Cáritas é um dos maiores entes que – nesses últimos cinco anos – dão uma resposta a esta crise humanitária. Nós recolhemos testemunhos de quem deixou a Síria e de quem permaneceu lá, para que outros sejam informados por meio das redes sociais e para que não se deixe de acreditar que a paz na Síria é possível”. No site http://syria.caritas.org/  pode-se ter acesso a todo o material para aderir à campanha e também difundi-la. “Porque a guerra na Síria já causou 4,8 milhões de refugiados em diversos países e 6,5 milhões de pessoas que foram obrigadas a mudar de cidade, no próprio país. E tudo o que é demasiado, é demasiado”, continua Rosette. Vídeo-mensagem do Papa – versão integral https://www.youtube.com/watch?v=E-Q-8rThyUY Na sua mensagem, o papa Francisco não se cansa de exortar a todos: “Unamos as forças, a todos os níveis, para fazer com que a paz na amada Síria seja possível”. Acreditam nestas palavras também as 230 pessoas que, de 5 a 10 de julho, se reuniram em Al Btar, nas montanhas do litoral sírio, provenientes de várias cidades para viver a “Mariápolis – a cidade de Maria”, “em meio a tanta violência, foi um verdadeiro presente de Deus”. Grande a alegria de reunir-se, após cinco anos, durante os quais, justamente pela instabilidade da situação, não foi possível nem mesmo reencontrar-se. O título escolhido foi “Com grande expectativa voltamos a ti”. “O programa, denso durante a manhã e mais leve à tarde e à noite, ajudou cada participante, por meio de palestras de especialistas e sacerdotes, a reencontrar a si mesmo, a refletir sobre a relação pessoal com Deus, a aprofundar a oração e o relacionamento com o outro”, escreveram dos Focolares de Damasco e de Aleppo. “Retornamos com o Paraíso na alma para levá-lo às nossas cidades e aonde ainda existe um grande inferno”, disse um dos participantes. Maria Grazia, italiana, que chegou recentemente ao focolare de Damasco, nos disse: “Para quem chega vindo de fora é mesmo um milagre. Estamos em meio a uma guerra. Fico impressionada com a integridade do povo, não só dos numerosos jovens: gente pacífica que sonha e deseja a paz. Muitos perderam a esperança e se perguntam se é uma utopia acreditar na unidade. A paz é uma utopia? E, ainda assim, não obstante tudo, continuam a acreditar em Deus tendo, no íntimo, esta profunda interrogação. Neste contexto a Mariápolis foi uma brisa suave, com muitas experiências fortes, de quem teve o irmão sequestrado, de quem perdeu tudo em um dia, de quem não recebe mais notícias dos próprios parentes, de famílias que foram separadas, sobre as consequências da constante falta de energia elétrica e água com a temperatura de 40°, e não se sabe como será o futuro, se vive na mais absoluta incerteza”. Na conclusão, os 230 participantes mandaram uma saudação que se espalhou pelo mundo inteiro, conscientes de não estarem sós e de serem membros de uma grande família. Com o impulso, como o papa exortou na sua mensagem, de encarnar esta Palavra de Deus: “Sim, eu conheço os desígnios que formei a vosso respeito – oráculo de Iahweh –, desígnios de paz e não de desgraça, para vos dar um futuro e uma esperança” (Jr 29-11). [Árabe, com legendas em italiano] https://vimeo.com/175367097 Maria Chiara De Lorenzo

“Habitandando”

“Habitandando”

201607Habitandando2Quinhentos quilômetros. Três estudantes de arquitetura colombianos, uma lista de lugares, pessoas da Itália e de Malta, paisagens e experiências para serem conhecidas, privilegiando os locais menos populares. «Estes os ingredientes de um tour, inspirado  nos  Gran Tour, que levavam os estudantes recém formados na Itália, para aprender in loco, para tocar, fazer a experiência direta», explicam os arquitetos italianos Iole Parisi e Mario Tancredi, coordenadores do projeto. E revelam a origem do nome “Habitandando: a viagem como método, o território como sala de aula”, projeto que se realizou de 29 de junho a 16 de julho: «Habitar, que significa, de algum modo, possuir, e andar, que representa a fugacidade, a busca. O território a ser possuído para poder compreendê-lo, e a viagem como método de aprendizagem». A viagem foi realizada porDiálogos em Arquitetura”, em parceria com o workshop itinerante da Universidade de La Salle, de Bogotá, com a qual, há anos, existe uma frutuosa colaboração, e tinha uma componente acadêmica e outra mais experiencial. As etapas aconteceram em Catânia, Itália, onde um grupo de arquitetos e engenheiros está trabalhando num grande projeto – guiado por Paolo Mungiovino – para a recuperação de um antigo edifício histórico, o ex-Convento dos Cruzados, no coração do centro histórico, que será transformado em Museu Egípcio, graças ao acordo com o museu de Turim. 201607Habitandando3Em Chiaramonte Gulfi (Ragusa, Sicília), após uma calorosa recepção, com a presença do vice-prefeito e parte da Câmara de vereadores, foi apresentada a experiência da Cooperativa Fo. Co., atuante diante dos desafios atuais, para a Sicília e não só, com a chegada dos migrantes e refugiados. «Com eles aprendemos como se possa conciliar o amor pela própria terra com os desafios da integração, feita de um modo capilar, atento. Uma verdadeira aula de diálogo», comentaram ainda Mario e Iole. Na Calábria, o grupo foi guiado por Maria Elena Lo Schiavo, vice-prefeita de Marina di Gioiosa Ionica: «Com a sua simplicidade, mostrou-nos a conhecida determinação do povo desta terra, que diz “não” às gangs, e muitos “sim”: ao compromisso, à positividade, à criatividade. Anna Cundari, arquiteta de Cosenza, levou-nos ao Parque Nacional de Pollino, entre aldeias que arriscam o abandono, fazendo-nos conhecer pessoas que, por amor à própria terra, dizem ainda outros “sim”, com força e generosidade, restaurando e colocando de pé, às vezes com as próprias mãos, casas e capelas, dando um novo espírito a esse território». Em Pescara, os estudantes da Universidade d’Annunzio, inspirados na forte veia social da Universidade de Bogotá, estão comprometidos num caminho difícil, em um dos grandes bairros carentes da cidade, habitado por ciganos e imigrantes, e no projeto envolvem escolas e associações. «A lista dos contatos, nestes 15 dias de viagem – concluem os organizadores – seria ainda longa, mas, sintetizando, parece-nos ter saboreado uma “beleza” que, bem distante de apreciações estéticas, mostra-se nos relacionamentos entre pessoas e entre estas e os territórios. De forma que a beleza das paisagens e aldeias e cidades se “acendeu”, graças aos relacionamentos, ao diálogo, ao evidenciar as boas práticas que muitos, ainda, sem muito barulho, são capazes de colocar em ação». Maria Chiara De Lorenzo

Comincia à JMJ

Comincia à JMJ

PLAKAT WYDARZENIA FOCOLARE ANGIELSKI_enPrograma Info «A notícia de que a próxima Jornada Mundial da Juventude se ia realizar em Cracóvia deu-nos, a nós polacos, uma grande alegria. Nos três anos de preparação, com os Jovens do Movimento dos Focolares, interrogámo-nos sobre como poderíamos contribuir para a realização deste evento. Parecia-nos natural inserir-nos no programa de modo ativo e comunitário. Assim, pouco a pouco, foi determinado o nosso papel no Festival da Juventude: um programa religioso e artístico-cultural, que se realiza durante a JMJ e compreende iniciativas artísticas, de tipo religioso e espiritual. Vai haver concertos, exposições, workshops, competições desportivas, teatro, etc… Todos os jovens da JMJ que estiverem interessados são convidados a participar gratuitamente. Foi-nos confiada a preparação de um destes eventos, que terá lugar no dia 27 de julho e, neste momento, estamos concentrados nos preparativos! Estamos a trabalhar para este encontro que pensamos que vai ter duas partes: integração e reflexão. A primeira será um tempo com jogos, danças e canções, uma ocasião para conhecer os outros. Sabemos que os participantes vêm de várias partes do mundo, por isso esperamos que a língua não seja um obstáculo para a unidade. Tendo presente que o tema da JMJ faz alusão às palavras “Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia” (Mt 5, 7), escolhemos, como lema para o nosso encontro, a rede da misericórdia, que queremos tecer entre nós, e para a qual queremos convidar o irmão que está ao nosso lado. O nosso desejo é também convidar os jovens para uma oração internacional. Na segunda parte, vamos organizar também uma vigília de reflexão, em que, através de coreografias, música e testemunhos, nos vamos concentrar nas obras de misericórdia espirituais e corporais. Durante a adoração ao Santíssimo Sacramento, a reflexão será acompanhada por textos de Chiara Lubich e canções do Gen Rosso. Também estaremos presentes no Centro das Vocações, onde os jovens poderão conhecer as iniciativas de ordens religiosas, escolas e universidades católicas, casas editoras religiosas, organizações missionárias, movimentos e comunidades nacionais e internacionais. Aqui, como Movimento dos Focolares, estaremos à disposição de todos os que quiserem saber mais sobre a nossa comunidade. Desejamos que esta JMJ possa ser, para nós, um tempo de unidade com Deus e com os outros, e que todos os que participarem no nosso evento possam viver uma experiência de unidade, para partilhar com outros e para pôr em prática nos ambientes em que vivem». Fonte: Noticiário Mariapolis, julho de 2016

Evangelho vivido: querer o bem uns dos outros

Evangelho vivido: querer o bem uns dos outros

Dependente-jogo Gambling_AlejandroLopez«Sou sacerdote. Um dos meus colegas de seminário, que não continuou os estudos de teologia envolveu-se com jogos de azar, tornando-se uma vítima deles. Ele era um jovem muito inteligente. A sua mulher o deixou por causa dos débitos que ele contraia e, da mesma forma, os familiares dele não o aceitaram mais. E a sua renda não era suficiente para cobrir os juros bancários. Quando ele me procurou, pedindo ajuda, eu o escutei por muito tempo. Mas, a preocupação dele era somente a de saldar as dívidas e não queria falar sobre outra coisa. Eu o apresentei a dois amigos: um médico e o outro, advogado e o caso resultou muito claro: dependência. Então, eu procurei um centro que pudesse oferecer-lhe tratamento e, mais, o advogado se dispôs a ocupar-se da questão gratuitamente. Hoje ele está em um centro especializado e encontra-se bem no processo de recuperação. Um dia, enquanto eu estava rezando por ele, me dei conta de que a caridade, para ser verdadeira, necessita do coração, da mente e das forças.» (B. D. – Itália) A nossa vizinha Pianto_Milada-Vigerova«Uma nossa vizinha encontrava-se em dificuldades: era visível pelo modo como se vestia e pela sua tristeza. Um dia, eu a convidei a ir à minha casa e ela fez uma confidência. O marido estava doente, o tratamento havia consumido todas as economias deles e a pensão que recebiam era insuficiente. Diante disso, meu marido e eu decidimos oferecer-lhes uma parte das nossas economias. Ela não queria aceitar porque não teria como nos devolver o dinheiro. Mas nós insistimos, com a certeza de que a Providência nos teria ajudado se houvesse necessidade. Depois de pouco tempo a nossa filha começou a trabalhar e precisava de um carro, mas, não tínhamos a quantia suficiente para comprá-lo. Quando um parente da nossa vizinha soube desta nossa necessidade nos deu de presente um carro, em ótimo estado, que ele não usava mais. A motivação dessa atitude: “Eu soube do que fizeram pelos meus tios. É o mínimo que posso fazer para agradecer-lhes!”» (R. F. – França) Suco de beterraba JuiceFruitRevacFilm's&Photography«Cristina, viúva há anos, não parou diante das dificuldades que surgiram após a morte do seu marido, antes, continua com maior empenho a interessar-se também pelo próximo. Ela tem uma colega de trabalho, que é também viúva e, pelo seu modo de agir tonara-se antipática a todos. Um dia, vendo-a muito pálida, Cristina a perguntou se havia algum problema. Aquela colega respondeu vagamente que não estava passando bem e fazia uso de muita medicação. Então, Cristina começou a preparar para a colega, toda semana, algumas garrafas de suco de beterraba ou de cenoura. Diante dessa atitude de cortesia e atenção, a colega confidenciou-se com Cristina: “Creio que a sua força de ir ao encontro dos outros seja um dom que Deus lhe deu. Eu, ao invés, depois da morte do meu marido, me nutri somente de rancor e de sofrimento. Esta é a minha verdadeira doença”». (C. K. – Hungria) Fonte: O Evangelho do dia, Editora Città Nuova, Julho de 2016.