Movimento dos Focolares
Chile: como não amá-lo?

Chile: como não amá-lo?

20150918-01« “Perdi tudo”, lastima, entre lágrimas, um pescador de Guanaquero – uma vila marítima 450 km ao norte de Santiago. “Mas vamos nos recuperar, como nós chilenos sempre fizemos”. O cinegrafista o abraça num gesto solidário. São as reações imediatas depois da noite do terremoto. Quarta-feira, dia 16 de setembro, pouco antes das 20 horas começou a série de abalos sísmicos, o primeiro fortíssimo, de 8,4 graus Richter. As réplicas ainda superaram os sete graus. A grandeza do movimento sísmico nos fez procurar abrigo no pátio de casa. Os vizinhos também saíram para as ruas. “Como você está? Tudo bem?”. “Tudo ok! Não se preocupe.” “E você? Precisa alguma coisa?”, é o que todos se perguntam. Não existe medo nem nervosismo, até as crianças sabem o que devem fazer. No Chile é ensinado nas escolas e grandes edifícios, colégios e supermercados têm bem sinalizada a zona de segurança, que protege de eventuais desabamentos. Depois da experiência de 2010 o país está bem preparado. Estamos em La Serena, a 480 km da capital, Santiago. O epicentro do terremoto está claramente perto de nós, pela intensidade do tremor. A energia caiu e só quando encontramos um radio à pilha pudemos saber que está cerca 100 km daqui. Um triângulo de pequenas cidades, de 20-30 mil habitantes. Illapel sofreu danos significativos, mas os grandes centros, não. Após menos de uma hora a radio confirma o alerta de tsunami. No país inteiro inicia a evacuação de 6 mil quilômetros de costa, do norte desértico até o sul frio: um milhão de pessoas que devem buscar refúgio pelo menos 30 metros acima do nível do mar. As ondas chegam numa massa de água que avança elevando o nível do mar em até quatro metros. O porto de Coquimbo, 150 mil habitantes, é parcialmente coberto. Chegam também notícias das vítimas. As mais esperadas. Estamos nas vésperas das tradicionais comemorações pela independência chilena, dias 18 e 19. Este ano 12 pessoas faltarão. São cinco as desaparecidas. Dos mortos, três foram vítimas de enfarte, outros três foram arrastados pelo mar, os outros perderam a vida na queda de rochas, na montanha, ou no desmoronamento de paredes. O governo declara estado de catástrofe em algumas províncias da IV Região. A presidente, Michelle Bachelet, fala ao país: foi dada a partida para a estrutura de socorros. O pensamento está com quem perdeu tudo: vilas de pescadores, os moradores da região do epicentro. É a oitava emergência em menos de dois anos. O terremoto no norte, ano passado, e as inundações deste ano. Em março foi inundada a região mais árida do planeta: o deserto de Atacama. E depois, os vulcões: um no ano passado, e uma erupção alguns meses atrás; a tremenda seca de sul a norte; Valparaiso atacada duas vezes pelos incêndios das zonas adjacentes, e agora novamente, o terremoto e o tsunami… Terminado o terrível balanço, recordamos o velho pescador de Guanaquero: “Nós vamos nos recuperar!”. Nos seus olhos vejo um reflexo de tenacidade e perseverança… A mesma que explica como é possível que nas encostas estéreis e íngremes dos montes do norte, improvisamente aparecem grandes manchas verdes. São as plantações de abacate e as videiras. Literalmente arrancadas da terra, aproveitando cada gota de umidade para a irrigação. Só a tenacidade e a perseverança podem obter frutos de uma natureza que, aqui, não dá nada de presente. Assim foi construído esse país. Como não amá-lo?». De Alberto Barlocci, do Chile

Bertin, a força de uma escolha

Bertin, a força de uma escolha

BertinLumbudi«Morei mais de 30 anos fora do meu país. Todas as vezes que voltava sempre encontrava um dos meus irmãos ou irmãs que naquele período havia casado, o nascimento de um sobrinho… os nossos elos familiares e principalmente a fé da nossa mãe, uma mulher simples e corajosa como muitas mulheres africanas, foi a força que me sustentou nas opções que fiz. Desde menino tinha sido tocado por um tio meu, frade franciscano, que quando vinha nos visitar cuidava de todas as crianças do bairro, e não só de seus sobrinhos; isso marcou o meu coração de menino e deixou o desejo de, quando crescer, ser como ele. Durante a adolescência – Mandela estava ainda na prisão – o massacre dos jovens de Soweto me revoltou, e explodi de raiva contra Padre Paulo, um jesuíta belga. Eu disse a ele: “Se dependesse de mim todos os brancos deviam voltar para casa”. Com calma ele me respondeu: “Sabe, pode-se combater a discriminação racial com uma outra arma”. Alguns meses depois ele me convidou para conhecer o grupo da Palavra de Vida da minha cidade. Cinco anos depois eu estava em Fontem, nos Camarões, a primeira Mariápolis permanente do Movimento dos Focolares em terra africana, lado a lado com jovens italianos, franceses, irlandeses, belgas, e de várias nações africanas: Burundi, Uganda, Quênia, Camarões; com eles descobri que éramos irmãos, apesar das diferenças. Foi assim que nasceu no meu coração um grande desejo de gritar essa fraternidade ‘de cima dos telhados’, mas, mais do que tudo, de testemunhá-la no cotidiano. Em 1986 cheguei a Man, na Costa do Marfim, onde fiquei por oito anos. Junto com todos os que queriam viver o mesmo ideal de fraternidade, experimentamos o amor mútuo entre nós, que nos impulsiona a promover iniciativas concretas em favor de quem mais precisa, e até através da música afirmamos que um mundo unido não é uma utopia. Aos 40 anos cheguei ao Brasil, a São Paulo, tendo que aprender uma nova língua. Encontrei um povo que eu gosto de chamar de “povo feito de povos”: índios, brasileiros originários e os descendentes alemães, italianos, ucraínos, japoneses, chineses, afro-brasileiros e muitos outros, mas todos brasileiros! Criativos, generosos, de uma alegria contagiosa, que na África conhecemos bem. Logo eu me senti um deles, um brasileiro. Bertin_02Durante 15 anos trabalhei na Mariápolis Ginetta como designer gráfico e na produção de livros e revistas para a Editora Cidade Nova, construindo relacionamentos sinceros dentro da editora e com os fornecedores, tipógrafos, e até com os seguranças, que nos faziam abrir o bagageiro para o controle de rotina. Coordenei também, junto com outros, as atividades dos adolescentes do Movimento dos Focolares: os gen 3 e o Movimento Juvenil pela Unidade, uma experiência que considero uma das mais importantes desses anos, porque com eles aprendi a ser “adolescente”, embora adulto. Pelo amor que vivenciamos entre nós e com todos, descobri que eles são capazes de grandes sacrifícios, porque têm energia e entusiasmo para vender! E entendi também porque os pais começam a ter cabelos brancos quando tem um adolescente na família. E agora estou novamente na Costa do Marfim: voltei para continuar a construir esse caminho iniciado muitos anos atrás com os jovens. Sempre me impressionou que os focolarinos que estavam na Mariápolis Victoria, durante a guerra, mesmo se podiam deixar aquela região decidiram ficar. Eles tinham selado um pacto, assim como Chiara Lubich e suas primeiras companheiras, de estar prontos a dar a vida uns pelos outros. Esse testemunho permanece muito próximo do meu coração, e gostaria, com a graça de Deus, de viver nessa mesma medida com todo o nosso povo. Não sei se viveremos coisas extraordinárias, mas quero viver cada instante como se fosse o último da minha vida». Fonte: Nouvelle Cité Afrique, julho 2015

Evangelho vivido: ir ao encontro dos outros

Evangelho vivido: ir ao encontro dos outros

20150916-01Ele me recebeu chorando «Era um mito para mim. Eu era orgulhoso de ter um pai assim, mas um dia ele nos deixou. Minha mãe nunca nos explicou o porquê, precisei crescer sem saber que ele tinha constituído uma outra família. Eu não quis mais vê-lo, nem quando vinha nos procurar. Um dia, uma colega de escola que vivia uma situação como a minha, disse que, como cristã, havia perdoado o pai, encontrando nisso uma grande alegria. Para concretizar esse ato, que me custava muito, um dia eu fui procurá-lo. Ele me recebeu chorando. Não foram necessárias explicações. Voltamos a ser amigos». (R. S. – Venezuela) Um aluno “incômodo” «Um garoto um tanto rebelde da turma, um dia teve uma crise: jogou uma carteira para cima, felizmente sem consequências graves. Um colega, que há muito tempo queria se livrar daquele aluno “incômodo”, pensou em seguir as vias legais e fazer um relatório sério para o diretor. Por um lado eu queria evitar mais uma revolta ao rapaz, o que pioraria o seu estado psicológico, mas queria também levar em consideração a opinião do colega e respeitar o seu mal-estar. O relatório foi feito, mas o fizemos juntos, procurando as palavras certas de modo a não piorar a situação. Foram evidenciadas as causas do seu comportamento e assim surgiu uma nova compreensão do problema. Agora existe uma nova parceria com o meu colega, que decidiu cooperar comigo nos projetos de recuperação dos alunos em situação de risco». (R. R. – Itália) A vovozinha 20150916-a«Na nossa quadra havia uma senhora idosa que morava sozinha. De vez em quando vinha nos visitar para que lêssemos as cartas que recebia ou para pedir que a acompanhássemos para retirar a pensão. Em alguma data especial a convidávamos para estar conosco, e ela se sentia muito à vontade. Os nossos filhos também gostavam dela e sempre a recebiam com alegria: para eles era a “vovozinha”, para todos nós, o “menor” de quem o Evangelho fala. Um dia ela teve um derrame e os vizinhos logo nos chamaram, como se fôssemos a sua família natural. Ela ficou dois meses hospitalizada, sempre assistida por nós. Quando se recuperou, aceitou ir morar numa casa para idosos. Mas continuamos a nos ocupar dela, com a colaboração de outras pessoas. Graças à vovozinha, muita solidariedade foi colocada em ação, no hospital e na nossa rua». (M. S. C. – Espanha)

Focolares: vozes dos cinco continentes

Focolares: vozes dos cinco continentes

20150914-02«Este é o grito de todo o Oriente Médio: detenham os conflitos». Inicia assim a libanesa Arlette Samman diante do êxodo sem precedentes de populações inteiras, na Síria, Iraque e outros países: «Quem vai embora o faz com um enorme sofrimento. Vai em direção ao desconhecido, porque sente que a morte está próxima ou encontra-se sem recursos e segurança para o futuro da família… caso contrário ninguém gostaria de deixar a própria terra». «É confortante ver a reação humanitária de muitos países na Europa – continua Philippe, há 14 anos no Egito – mas gostaríamos também que fosse ouvida a voz do Oriente Médio, que espera ansiosamente a paz e o direito de “viver e não de morrer”». Ambos salientam a importância de encontrar sempre novos caminhos para a fraternidade e principalmente de levantar a voz da opinião pública. É nessa linha que caminha a mobilização pela paz que o Movimento dos Focolares lança nesses dias, juntamente com todos os que agem nesse sentido, em todo o mundo. Na Europa, solicitados pelas palavras do Papa Francisco, e também pela atitude das autoridades políticas – como expresso de recente pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker – multiplicam-se as iniciativas, que já existem há muito tempo, para a acolhida: casas abertas, coordenação das ajudas, coleta de fundos… 20150914-05Mas o mundo inteiro está presente em Roma nestes dias, com os 80 delegados de 36 nações, representantes das respectivas macroáreas geográficas: «Vir aqui é uma ocasião para reencontrar irmãos e irmãs que também trabalham pela paz, que continuam a sustentar-nos nos momentos difíceis», é o sentimento comum de quem provém de áreas mais sofridas. Da América Latina, Maria Augusta De La Torre traz consigo outros panoramas: «Em Cuba existe uma grande expectativa, cheia de esperança. De um lado a “nova amizade” entre Cuba e os Estados Unidos, de outro a Igreja católica cubana que se demonstra mais viva do que nunca. A mediação do Papa e a sua próxima visita à ilha nos ajudam nesse renascimento». Com relação a crise diplomática entre Colômbia e Venezuela, causada pelo contrabando nas fronteiras, declara: «É uma situação muito dolorosa. As pessoas tiveram que abandonar suas casas e existe muita incerteza pelo futuro, sofrimento e revolta diante do que aconteceu. O contrabando sempre existiu, mas agora não se sabe exatamente o que existe por trás dessas decisões. As pessoas do Movimento são sustentadas pela força que encontram em viver o Evangelho e querem continuar a testemunhar a fraternidade entre esses dois povos». Da Nigéria, Ruth Wambui Mburo, queniana, confidencia que o maior desafio que devem enfrentar, enquanto Movimento, é a radicalização da divisão entre norte e sul, entre muçulmanos e cristãos, entre etnias. O esforço proeminente é o de testemunhar a fraternidade vivida justamente entre essas diferenças. Georges Sserunkma, vindo também da Nigéria, chegando a Roma nesse momento histórico adverte que «o mundo é verdadeiramente uma única casa na qual vivemos todos nós; ver como a Igreja e o Movimento assumem seriamente essa situação dilata o meu coração e me dá esperança». RIMG4886«Cada um de nós chega com uma carga de dificuldades – afirma Marcella Sartarelli, do Vietnam – mas também com uma carga de esperanças, acreditando que “o mundo tende à unidade”». Um desses sinais, para ela, é «a abertura que se registra no Vietnam, por exemplo, nos contatos com a Igreja. Existe um grande fermento que faz aumentar a esperança. Do Vietnam sabe-se sobre a guerra que aconteceu 30 anos atrás, mas pouco do Vietnam de hoje, um país que vive um desenvolvimento muito veloz. Algumas passagens da Laudato sì parecem mesmo um retrato desse país: uma economia que avança rapidamente, com cidades moderníssimas, e contemporaneamente a zona rural abandonada na poluição. Com um grupo de jovens, num vilarejo próximo a Hanoi onde a situação é crítica, estamos documentando esse problema escondido e, ao mesmo tempo, arregaçamos as mangas para limpar». 20150914-02Também na Oceania, a problemática ambiental é muito sentida: «Na Nova Zelândia os jovens promoveram a ação “Give one hour of your power” (“Dê uma hora da sua força”): desligar por uma hora a corrente elétrica, no Dia do Cuidado com a Criação – conta Augustine Doronila. E já há anos é feita uma atividade em favor da população dos Kiribati, arquipélago com o risco de desaparecer devido à elevação do nível do mar». Reflexões e intercâmbio de experiências durante duas semanas, de 14 a 27 de setembro de 2015, marcadas pela palavra “unidade”: não só um dos pontos da espiritualidade dos Focolares, mas a chave da ação espiritual e social do Movimento, a palavra que pode resumir a sua mensagem.

Fontem: O adeus a Pia Fatica

Fontem: O adeus a Pia Fatica

PiaFatica_01Segunda-feira, 31 de agosto. Nesta época não é fácil chegar a Fontem, um vilarejo Bangwa em meio à floresta camaronesa. É o ápice da estação das chuvas e a estrada torna-se um lamaçal e, em vários trechos, quase impraticável. Não obstante isso, nos últimos oito dias, muitas pessoas, em um ininterrupto movimento, foram prestar homenagem ao corpo de Pia Fatica. Hoje estão presentes mais de mil pessoas vindas de vários lugares para o último adeus a esta mulher extraordinária que decidiu deixar a Itália e, passados 48 anos, estabelecera-se para sempre em Fontem. O celebrante principal foi Dom Andrew Nkea que afirmou: “Sendo bispo e sendo bangwa posso dizer que Pia viveu todas as bem-aventuranças. Isto significa que para ela hoje é o dia do seu nascimento no céu”. Palavras ditas com autoridade e que confirmam o que acontecera em 2000, quando o Chefe tradicional conferiu a Pia o título de Rainha do Amor (Mafua Nkong). Mas, quem é esta mulher que, há 38 anos fez a escolha de transcorrer o resto da vida na África, pedindo para ser sepultada lá? Pia nasceu em Campobasso (Itália), em 1929. Era obstetra, profissão de prestígio e muito vantajosa naquele tempo. Tomou conhecimento, lendo no Osservatore Romano que estava iniciando uma missão nos Camarões e que era previsto também a construção de um hospital. Sentiu-se interpelada e, embora não conhecesse nem mesmo qual Movimento estava executando o projeto, decidiu deixar tudo para correr até lá e dar a sua contribuição. Chegando a Fontem tomou conhecimento de que, por uma difundida mortalidade infantil, a obstetrícia era a prioridade absoluta. Dedicou-se a isso com todas as suas energias, mergulhando totalmente na cultura daquele povo animista, que, angustiado diante da morte dos seus recém-nascidos, procurara o bispo católico pedindo ajuda.

PiaFatica

Pia Fatica

Sendo muito concreta, tendo uma grande abertura e grande capacidade de diálogo com a cultura local, Pia soube estreitar relacionamentos profundos com indivíduos e famílias, com as autoridades, com os quais sempre tratava com respeito e amor, mas, quando necessário, também falava na extrema verdade e com liberdade interior. Era uma obstetra incansável e colaborou com o nascimento de mais de 11.000 crianças. Acompanhou depois, a caminhada também espiritual de cada uma. Um fato entre os muitos: uma jovem, que se tornara cristã convicta, confidencia com ela que não deseja casar-se na igreja, para não desprezar os valores tradicionais do seu povo. Pia a escuta com grande acolhida: sabe que não são escolhas fáceis. Ouviu sem aconselhar nada. Mais tarde, porém, retomando o assunto, lembrou à jovem que é ela que deve decidir, na liberdade, mas, a recordou também que, com o batismo que ela própria pedira à Igreja, havia acolhido uma nova tradição, a de Jesus. Depois de um mês a jovem solicitou a Pia que a acompanhasse à casa do sacerdote para que os três conversassem. Resultado: a cerimônia foi maravilhosa e a família testemunha a fé esplendidamente. Pia continuou a dar a sua contribuição em diversos setores do hospital, até o último serviço criado de propósito para ela, denominado “Escritório para todos os problemas”, um título que, por si só, diz a amplidão e a abertura do seu coração. Ela conhece profundamente a situação do povo Bangwa e tem uma particular sensibilidade para os “últimos”: os doentes, os prisioneiros, as pessoas em dificuldades econômicas e sempre encontra os meios, e também o dinheiro que, pela sua grande fé, recebe da Providência. A concretude que sempre a caracterizou também a acompanhou nas últimas semanas, quando decidiu escrever à presidente dos Focolares, Maria Voce, para comunicar que estava chegando a hora de deixar este mundo: “Estou feliz de ir ao encontro de Jesus – escreveu entre outras coisas – e de depositar em suas mãos o mundo pelo qual eu vivi.” No cemitério, mesmo se chovia torrencialmente, houve muitas danças durante a celebração, em sinal da profunda gratidão por esta grande mulher, com a convicção de todos que Pia, imediatamente, encontrou Jesus.

Refugiados: novo empenho e maior convergência

Refugiados: novo empenho e maior convergência

Pope Francis Lampedusa«Frequentemente estamos voltados para nós mesmos e fechados e criamos tantas ilhas inacessíveis e inóspitas. Até mesmo as relações humanas mais elementares às vezes criam realidades incapazes de abertura recíproca: o casal fechado, a família fechada, o grupo fechado, a paróquia fechada, a pátria fechada…isto não é de Deus!». Ressoam fortemente as palavras de papa Francisco no Angelus de 6 de setembro, indicando uma ação concreta para assumir o drama de centenas de milhares de refugiados obrigados a deixar as próprias casas: «Na proximidade do Jubileu da Misericórdia, dirijo um apelo às paróquias, às comunidades religiosas, aos mosteiros e aos Santuários de toda a Europa para expressarem a concretude do Evangelho e acolher uma família de refugiados». Maria Voce, em nome do Movimento dos Focolares, expressa «gratidão pelo apelo corajoso e concreto do Santo Padre», e confirma a decisão de fazer o que ele pede «abrindo mais as nossas casas e lugares à acolhida».

Migrants B&B

Bed & Breakfast aberto a imigrantes na província de Florença

Os Focolares já promovem muitas iniciativas pessoais e de grupo também em vários países do Norte da África, Oriente Médio, Europa, Sudeste Asiático, América do Norte e do Sul: assistência à milhares de pessoas provenientes do Myanmar nos campos de refugiados ao Norte da Tailândia, o Bed & Breakfast aberto a imigrantes na província de Florença, acolhida dos refugiados em Szeged e em outras cidades da Hungria e da Áustria, em Lion com a acolhida às famílias, carta ao Presidente do Uruguai para estimular o acolhimento dos refugiados, para citar alguns dos milhares de exemplos reunidos na plataforma do United World Project. Mas não basta. «É preciso fazer mais», afirma Maria Voce, para mover os vértices da política, os circuitos do comércio de armas, os que decidem as escolhas estratégicas, e isso – como começa a se evidenciar – pode partir de baixo, com a mobilização da sociedade civil. Além disso, a presidente dos Focolares, exortou os membros do Movimento «a empenharem-se com uma maior convergência» para promover, com todos os que se orientam nesta direção, ações destinadas a expôr as causas da guerra e das tragédias que afligem muitas partes do planeta, a fim de solucioná-las, «envolvendo as nossas forças, meios e disponibilidade». Releases– Serviço de Informação dos Focolares (SIF)