Movimento dos Focolares

Chiara Lubich na Igreja da Memória

Jan 22, 2017

Como contribuição à semana de oração pela unidade dos cristãos, propomos o discurso da fundadora dos Focolares em Berlim, no dia 19 de novembro de 1998. O amor recíproco facilita a unidade.

1653De 1º de novembro a 13 de dezembro de 1998, Chiara Lubich esteve na Alemanha. Esta viagem teve etapas significativas em Aquisgrana (Aachen), Munique, Augsburgo e Berlim, onde foi convidada a encontrar a comunidade evangélica. Propomos alguns trechos do seu discurso do dia 19 de novembro em Berlim, na Igreja da Memória, no qual indica a lei do amor como via mestra para a unidade dos cristãos e para o diálogo com os que creem.

«(…) O fato é que se nós, cristãos, na aurora do terceiro milênio, observarmos a nossa história de 2 mil anos e principalmente aquela do segundo milênio não podemos deixar de nos entristecer ao constatar como ela muitas vezes foi um alternar-se de incompreensões, de brigas, de lutas, que rasgaram em muitos pontos a túnica sem costuras de Cristo que é a sua Igreja.  De quem é a culpa?  É claro que das circunstâncias históricas, culturais, políticas, geográficas, sociais, mas também do desaparecimento entre os cristãos de um elemento unificante, típico deles: o amor. É a pura verdade. Então, na tentativa de sanar hoje todo o mal, é necessário lembrar-se do princípio da nossa fé comum: Deus Amor, que também nos convida a amar. Hoje é mesmo Deus Amor que, de certa forma, deve revelar-se novamente, inclusive às Igrejas que formamos. De fato, como podemos pensar em amar os outros se não nos sentimos profundamente amados? Se não está viva em todos nós, cristãos, a certeza de que Deus nos ama? No entanto, Deus não nos ama apenas como cristãos, mas também como Igreja. Deus ama a Igreja por tudo o que ela fez na história segundo o seu desígnio sobre ela, mas também – e este é o lado magnífico da misericórdia de Deus – Ele ama a Igreja quando lhe foi infiel, permitindo a divisão, contanto que hoje cada Igreja busque a plena comunhão com as outras Igrejas. Foi esta consoladora convicção que motivou João Paulo II, confiando naquele que extrai o bem do mal, a responder à pergunta: “Por que o Espírito Santo permitiu todas estas divisões?”, mesmo admitindo que um dos fatores pode ter sido os nossos pecados, acrescentou: “Não poderia ser também (…) que as divisões tenham sido (…) um caminho que levou e leva a Igreja a descobrir as múltiplas riquezas contidas no Evangelho de Cristo? Talvez – continua o Papa – tais riquezas não pudessem vir à luz de maneira diferente…” . Acreditar que Deus é Amor também para a Igreja. Mas, se Deus nos ama, nós não podemos ficar inertes diante de tamanha bondade divina. Como verdadeiros filhos devemos retribuir o seu amor e também como Igreja. Cada Igreja com o passar dos séculos de certo modo petrificou-se em si mesma pela onda de indiferença, de incompreensão, para não falar de ódio recíproco. Por isso mesmo cada uma deve ter um suplemento de amor, aliás, o povo cristão deve ser invadido por uma torrente de amor. Amor pelas outras Igrejas e amor recíproco entre as Igrejas, que leva cada uma a tornar-se uma dádiva para as outras. Assim podemos prever, na Igreja do futuro, que uma e somente uma será a verdade, mas expressa de várias maneiras, observada de vários ângulos, embelezada por muitas interpretações. Não é verdade que uma Igreja ou outra deverá “morrer” (como se pode temer). Cada uma deverá renascer nova na unidade. E viver nessa Igreja em plena comunhão será algo maravilhoso, fascinante como um milagre, que despertará a atenção e o interesse do mundo inteiro.» Ler tudo  Centro Chiara Lubich  

___

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Subscrever o boletim informativo

Pensamento do dia

Artigos relacionados

Indonésia: espalhar esperança

Indonésia: espalhar esperança

Em Medan, capital da província de Sumatra, na Indonésia, após o tsunami de 2004, a comunidade local dos Focolares criou o Centro Social «Sumber Harapan», Fonte da Esperança, para atender às necessidades dos mais pobres da cidade. Maximus e Fretty, animadores do centro, contam-nos as ações que realizam.

Simplesmente Emmaus

Simplesmente Emmaus

As palavras de Jesús Morán, copresidente do Movimento dos Focolares, sobre Emmaus, Maria Voce, primeira presidente do Movimento, após a fundadora Chiara Lubich

Caminhando con Emmaus

Caminhando con Emmaus

Desde a sua eleição em 2008 até ao final do seu segundo mandato em 2021, algumas imagens dos momentos que marcaram os 12 anos em que Maria Voce Emmaus foi presidente do Movimento dos Focolares: eventos, etapas no caminho do diálogo, encontros com personalidades religiosas e civis e com várias comunidades dos Focolares no mundo.