No diálogo entre pessoas de culturas e orientações religiosas diversas, recorre frequentemente a pergunta: “podemos sempre ter esperança? E em quê?”.
Uma questão que ressoa com mais intensidade nos momentos de dificuldade e diante das
derrotas ou dos sofrimentos mais dolorosos, mas também diante das decepções de um ideal ou
conjunto de valores que nos fascinaram.
Nesses momentos de dúvida somos levados a reconsiderar as nossas convicções, os valores e crenças nos quais depositamos a nossa esperança. E com eles encontrar a força para
enfrentá-los e trazer à tona a grandeza do ser humano, capaz de cair e de se levantar, de
experimentar a fraqueza de forma consciente, sem expectativas milagrosas inúteis.
Crer é muito mais do que esperar uma solução para os nossos problemas, é antes um impulso que nos permite continuar caminhando. A vida, precisamente nesses momentos, pode
tornar-se misteriosamente um autêntico dom.
Crer em um compromisso que dá sentido à vida não é como aceitar um contrato que se
assina uma vez e depois não se olha mais, mas é um fato que transforma e permeia as escolhas
de cada dia.
Uma pequena ajuda para viver assim é não pensar em situações extremas, que só podem nos assustar e bloquear, mas enfrentar as pequenas dificuldades de cada dia, partilhando-as com
os nossos amigos. Dessa forma, se não desanimarmos, descobriremos que cada dia pode nos oferecer uma nova oportunidade para crer e dar esperança às pessoas que estão ao nosso redor.
É a força da amizade que busca o bem do outro.
Quando tudo vai bem, é mais fácil nos sentirmos fortes e corajosos. Mas, quando vivemos a experiência das vulnerabilidades, podemos construir algo que não passa e que permanecerá
mesmo depois de nós. Adquirimos essa convicção quando partilhamos a vida com alguém que
acreditou além de tudo, que lutou e sofreu e que se tornou próximo de todos com o seu amor.
Quando essas pessoas concluem a sua vida terrena, deixam uma marca muito forte e a
lembrança delas é tão viva que – misteriosamente – nos faz dizer, para além da nossa referência
religiosa ou não religiosa: “Eu creio, eu creio. Vamos continuar juntos!”.
Foto ©Sasin Tipchai – Pixabay
A IDEIA DO MÊS, é preparada pelo “Centro do Diálogo com pessoas de convicções não religiosas” do Movimento dos Focolares. É uma iniciativa que nasceu no Uruguai em 2014 para compartilhar com os amigos que não creem em Deus os valores da Palavra de Vida, uma frase da Escritura que os membros do Movimento se comprometem a colocar em prática. Atualmente, A IDEIA DO MÊS é traduzida em doze idiomas e distribuída em mais de 25 países, adaptada em alguns deles segundo as exigências culturais. dialogue4unity.focolare.org
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