Movimento dos Focolares

Empresas da Economia de Comunhão: a ECIE

Mai 31, 2013

A história da primeira empresa italiana que aderiu aos princípios da Economia de Comunhão, uma indústria de luminárias presente há anos na Asia, onde continua a sua a experiência de trabalho à medida da pessoa humana.

Era o mês de julho de 1991. Durante uma viagem ao Brasil, tocada pela “coroa de espinhos” que circunda as metrópoles que havia visitado e pelas condições em que vivem os pobres nas favelas, Chiara Lubich lançou o projeto de uma Economia de Comunhão. Retornando à Itália comunicou esta inspiração a diversos expoentes do mundo empresarial. Com as suas palavras – recorda Luigi Delfi, presente no encontro – “questionou os empresários, propondo-lhes de abraçar a filosofia da partilha de um terço dos lucros com quem é pobre. Para mim a sua foi uma intuição perturbadora”.

Luigi possuía uma experiência de trinta anos como desenhista em uma empresa produtora de luminárias, nas quais via escondida uma “harmonia secreta”, porque “para ter uma boa luz é necessário um conjunto harmônico de prismas, distintos, mas firmemente unidos”.

Na proposta de Chiara Lubich ele percebeu um chamado pessoal: “Fiquei logo conquistado, porque venho de uma família que conhece o valor do sacrifício”. Luigi tornou-se um dos fundadores da ECIE, primeira empresa italiana a aderir aos princípios da Economia de Comunhão.

Estabeleceu com Chiara uma amizade à distância, feita de cartas com pedidos de conselhos e respostas imediatas para que prosseguisse. “Cada passo que eu dava para a nova empresa – confidenciou – o fazia confrontando com ela”; Chiara ensinou-o a não deixar morrer no egoísmo o pequeno vulcão de luz que o caracterizava, e a doar-se aos outros, continuando a produzir frutos.

Produzindo faróis, a empresa tornou-se, com o tempo, fornecedora das mais importantes fábricas motociclísticas do mundo, do Japão aos Estados Unidos, e em seu grupo de trabalho Luigi passou a ter ao seu lado a sua esposa e a filha, Erika.

Um desafio ainda aberto, especialmente em tempo de crise. “Por este motivo – conclui Luigi – atualmente a Economia de Comunhão proposta por Chiara torna-se cada vez mais uma necessidade a qual apelar, antes de tudo enquanto pessoas, porque abre possibilidades para dar a própria contribuição no agir econômico”.

Fonte: De uma centelha, um vulcão de luz, de Maria Grazia Baroni, Revista Città Nuova, maio de 2013.

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