Separação Eu nunca teria pensado que nossos pais pudessem se separar. Mas quando isso aconteceu, com a incógnita do futuro e a certeza de que a vida não seria mais como antes, tive muitos pensamentos tristes e confusos. Nós, três irmãos, ficamos com nossa mãe, uma “supermãe”, como nós a chamávamos. Mas tudo tinha mudado. Se antes nunca tínhamos problemas no colégio, agora eles começavam. Quando nos demos conta disso nos comprometemos mais, principalmente para dar alegria a ela. Viver sem o pai não é fácil, mas desde pequenos nossos pais e avós nos ensinaram a não julgar. Um dos momentos mais lindos é quando rezamos todos juntos e pedimos a Deus que se realize o seu desígnio sobre cada um. J. P. L. – Colômbia Aluno difícil Muitos anos atrás chegou à minha turma do colégio um aluno bastante difícil devido à uma situação familiar. Ás vezes ele tinha reações violentas, e por isso alguns pais protestaram junto ao diretor. Diante da ameaça de que fosse expulso, obtive a permissão de ocupar-me pessoalmente dele, avisei os colegas e tive a colaboração dos alunos. Simultaneamente uma família de amigos entrou em contato com os seus pais, para apoiá-los até que a situação fosse resolvida. Muito tempo depois voltei àquela cidade, tendo ficado fora durante anos. Revi o meu aluno, já adulto e tendo se tornado um dedicado pai de família. T. M. – Itália O bolo Um vizinho se opôs à reforma da nossa pequena casa, com motivações objetivamente não justas. Cansado de receber as suas cartas de protesto, meu marido consultou um advogado, pensando em abrir uma causa contra ele. Mas depois, conversando, escolhemos um outro caminho, que o coração nos sugeria, o de tentar construir uma ponte entre ele e nós. Preparei um bolo e fomos encontrá-lo. Ele nos perguntou: “Como vocês souberam que hoje é o aniversário da minha filha?”. A discussão prevista tornou-se um encontro. Dias depois eles retribuíram a visita e agora temos novos amigos. M. – Espanha O muro Sete anos de matrimônio não tinham levado à desejada união dos nossos corações. Triste e sem confiança, eu pensava que as causas fossem a imaturidade e a incompatibilidade dos nossos caráteres. Neste clima éramos levados a julgar-nos e o muro da incomunicabilidade entre nós se tornava cada vez mais alto. Além do mais, pesavam os sentimentos de culpa por não conseguirmos transmitir aos nossos filhos o amor que um marido e uma esposa deveriam demonstrar. Quando já tinha renunciado a lutar, a proximidade de alguns amigos que vivem o Evangelho ajudou-nos a abater aquele muro. Também por parte da minha esposa chegavam sinais que me faziam ter esperança. Aprendemos a acolher-nos, a pedir-nos desculpas quando erramos, a ver um ao outro como um presente e a considerar os fracassos como uma ocasião para recomeçar a amar-nos. Ajudados pela amizade e as orações dos outros, percebemos que Deus nos ama e leva para frente a nossa família. L. – Itália
Deixar-se surpreender
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