Movimento dos Focolares

Evangelho vivido: Jesus Abandonado e a alegria

Ago 20, 2021

Quando reconhecemos no nosso sofrimento o semblante de Jesus Abandonado na Cruz por seu Pai e o aceitamos com todas as nossas limitações, então esse sofrimento transforma-se em alegria. E a nossa vida assume um outro aspecto, melhora, porque é vivida com amor.

Quando reconhecemos no nosso sofrimento o semblante de Jesus Abandonado na Cruz por seu Pai e o aceitamos com todas as nossas limitações, então esse sofrimento transforma-se em alegria. E a nossa vida assume um outro aspecto, melhora, porque é vivida com amor. A perda de um pai Eu já era adulto quando meu pai saiu de casa para construir outra família, mas a perda de um pai sempre deixa um vazio que nada pode preencher. As memórias e as palavras dele voltam constantemente em minha lembrança. O mais triste é quando não se sabe com quem compartilhar uma alegria, um sucesso. Claro, agora estou casado, esperamos um filho, mas essa sensação de orfandade permanece. Minha esposa, por outro lado, sente ressentimento em relação a seu pai que deixou a família quando ela e sua irmãzinha eram pequenas. É por isso que conversar entre nós sobre a figura paterna traz à tona nossa grande diversidade. Mas, precisamente porque sabemos o que significa tanto o amor como a falta de um pai, nos comprometemos a ser fontes de verdadeiro amor para nossos futuros filhos. O mesmo assunto, entre outras coisas, é muito enfatizado na comunidade paroquial na qual estamos nos inserindo: a natureza do verdadeiro amor, que supera o egocentrismo, nos é explicada por Jesus, que com sua vida e morte nos deu sua medida. (P.I. – Suíça) O amigo bem-humorado Na minha opinião, o humor é uma nova visão, de Deus, da vida, confrontada com o aspecto limitado, deficiente, às vezes trágico, que o homem encontra em seus semelhantes, assim como em si mesmo. Durante muitos anos, trabalhei como cartunista com Nino, um amigo muito querido, em algumas de suas divertidas publicações. Todos, absolutamente todos, tropeçam ao caminhar. Quanto ao Nino, toda vez que tropeça, ele para por um momento para pensar sobre a situação e ri sobre o que aconteceu. Depois, fala-nos sobre isso e todos sorriem. É este o padrão do seu humor. Um humor que se tornou cada vez mais refinado ao longo dos anos, sem o sabor da sátira e, mesmo assim, penetrante; uma zombaria amorosa não da própria pessoa, mas do “homem velho” que está sempre à espreita em todos. O próprio Nino escreveu sobre isso há alguns anos: “Na minha opinião, o humor é uma dimensão imprevista, que, além das quatro medidas tradicionais de uma pessoa – altura, comprimento, largura e profundidade – também consegue descobrir suas quatro anti-medidas. A falta de retidão, a vilania, a estreiteza e a superficialidade”. (Vittorio – Itália) Irina e o ecumenismo Sou ortodoxa, nascida na Rússia, e me casei com um padre anglicano. Nunca houve dificuldades teológicas entre meu marido e eu. Ele amava muito a Igreja Ortodoxa. Mais tarde, descobrimos o quanto também tínhamos em comum com a Igreja Católica. Em Roma, meu marido dirigiu um centro ecumênico pelo qual ele colocou toda sua energia. Após sua morte, ensinei a língua russa na Universidade Gregoriana, durante cinco anos. Depois, voltei para a Inglaterra, como presidente de um centro ecumênico em Oxford. Em um livro, chamado O caminho para a unidade, falo sobre meu marido, sobre os contatos que tive com personalidades importantes de diferentes Igrejas que apreciaram nosso trabalho ecumênico. É claro que ainda há muito a ser feito para se conseguir a unidade, mas não faltam espíritos proféticos trabalhando nesta direção. São uma minoria, é verdade, mas eles estão lá, e são a grande força da Igreja. Mesmo que nos entristeça ver que ainda há muitos preconceitos a serem superados, devemos trabalhar e esperar, porque o mandamento de Cristo é “que todos possam ser um”. Para mim, a Igreja já é uma só.

Por Lorenzo Russo

  (extraído de “Il Vangelo del Giorno” (O Evangelho do dia), Città Nuova, ano VII, n.4, julho-agosto de 2021)

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