Imigrantes Primeiros desembarques na minha cidade. Hoje as operações de primeiros socorros foram transferidas para a quadra esportiva da prefeitura, ao lado da nossa casa, por isso, da sacada eu posso ver filas intermináveis de imigrantes que, descalços ou só de meia e shorts, esperam para passar pelos controles. De repente levanta o vento e a temperatura se abaixa. Não consigo mais ficar parada, preciso fazer alguma coisa por estes irmãos, já tão provados. Desço para a rua e encontro um conhecido entre os guardas, por ele fico sabendo que as roupas estão acabando. Volto para casa e, com meu marido, juntamos o que nos parece útil, e depois de algum vai e vem entregamos tudo ao amigo, para que seja distribuído. Avisamos várias pessoas conhecidas que trazem outras coisas. Está começando a chover forte, mas agora quase todos já tem agasalhos. Muitos retribuem com um sorriso e um “grazie”, talvez uma das poucas palavras em italiano que aprenderam. Raffaela (Itália) Coleta de recursos Tendo sabido que, em uma família numerosa e pobre, o pai precisava de uma operação urgente, mas que não tinha como pagar, senti o chamado de Jesus a fazer alguma coisa; com algumas amigas trabalhamos numa coleta de recursos, na qual envolvemos também os colegas de trabalho. Quando alcançamos a cifra necessária eu acompanhei o doente ao hospital, pagando o valor relativo ao tratamento. A operação correu bem. Não sei se a alegria daquela família foi maior do que a nossa. Creio que pequenos gestos deste tipo contribuem para construir a paz. N. Y. (Jordânia) Os nossos vizinhos A nossa vizinha estava doente e necessitava de muitos cuidados. Para cuidar dela, o marido se tinha aposentado antes do tempo. Meu marido e eu sentimos o desejo de fazer algo por eles, e tornamo-nos amigos. Com a confidência que se criou entre nós, tocamos também no assunto da fé. Viemos a saber que ela se tinha afastado da Igreja por causa do comportamento não correto de algum sacerdote; quanto a ele, envolvido pelo trabalho, não tinha tempo para nada mais. Quando comecei a contar como Deus havia entrado na minha vida, a nossa vizinha começou a colocar-se a questão e deduziu que a própria doença podia ser uma ponte que Deus estava lançando na sua direção. A atmosfera pesada e triste que se respirava naquela casa se dissolveu. Ela começou também a cuidar melhor do seu aspecto. Uma noite, seu marido me confidenciou: “Para a serenidade não existem remédios e, de um tempo para cá, nós usufruimos deste bem”. L.M. (França) Aos cuidados de Oreste Paliotti
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