Eugene é engenheiro e Ann é técnica em informática. «Mas – ela esclarece – após 10 anos de uma carreira brilhante eu decidi me dedicar completamente ao nosso projeto de família. Logo após essa tomada de decisão, a espera de uma criança nos encheu de alegria». Em novembro de 2009, a felicidade pela chegada de Erin durou pouco. Depois de duas semanas, no dia 16 de dezembro, notando uma dificuldade em alimentá-la, decidiram levar a menina a um hospital. Após alguns exames o diagnóstico foi de sepse neonatal e meningite, potencialmente letal. Eugene e Ann revivem aqueles momentos com grande emoção. «Era o dia 7 de dezembro – recorda Eugene – e de manhã cedo renovamos o nosso “sim” à vontade de Deus. Logo depois o médico nos informou que a infecção estava num estágio avançado e a criança em condições críticas. À tarde, Erin recebeu o batismo». No dia seguinte as batidas do seu coração eram fracas e os olhos insensíveis à luz. Os médicos aconselharam que a levassem a um hospital com mais recursos, e mais caro. Eugene continua: «Ann me ajudou a fazer um ato de fé, aceitando permitir tudo e deixar a preocupação com as despesas para depois. Perguntei a Deus: “Por quê?”. Na ambulância eu procurava estimular a bebê, acariciando e cantando canções de ninar para ela. As batidas do coração estavam diminuindo. Mas, no fundo, eu continuava a acreditar que existia uma razão, ainda que incompreensível. Mais uma vez dissemos o nosso “sim”. No pronto-socorro, vendo o seu corpinho cheio de agulhas e tubos, não podíamos deixar de chorar, nos dando conta da gravidade da situação. Era o dia 8 de dezembro, festa da Imaculada Conceição de Maria. Na capela do hospital nós confiamos a ela a nossa filha». Ann: «A situação era crítica, parecia que a infecção havia atingido o cérebro. Outros pacientes, no passado, em situações análogas, não haviam sobrevivido ou tinham ficado paraplégicos. Nós podíamos apenas rezar e esperar. E mais testes, transfusões, exames. Erin parecia um pequeno Jesus crucificado, sofredor e inocente. Nós também, como Maria, podíamos somente estar “de pé ao lado da cruz”». E Eugene continua: «Nós nos olhávamos, reafirmando o nosso amor um pelo outro e o desejo de permanecer unidos. Naquela noite nos perguntamos se estaríamos, realmente, prontos para qualquer coisa. Ann lembrou de Abraão, disposto a sacrificar o filho, Isaac. E de Jó, fiel também quando tinha perdido tudo: “o Senhor dá, o Senhor tira”. Erin não era nossa, pertencia a Deus». E Ann retoma, com um sorriso: «Com o passar dos dias, porém, notávamos alguma melhora. Erin respondia bem aos tratamentos. Um exame aprofundado revelou que a atividade cerebral era normal, apesar da gravidade da infecção. Logo os médicos e enfermeiros definiram isso como um pequeno milagre. Dia a dia ela se tornava mais forte, uma pequena mulher que combatia corajosamente para viver. Graças a ela aprendemos que “ser” é mais importante do que “ter” ou “fazer”. A vida estava nos ensinando». Eugene: «Passamos o Natal no hospital, pela primeira vez éramos três nesta festa. Em meio a tantas incertezas recordamos o que Chiara Lubich havia dito: “Somente Deus é fonte de alegria e felicidade plena”. Éramos sustentados pela presença de Jesus no meio de nós, pela comunidade dos Focolares, a família e os amigos». Depois de 23 dias voltamos para casa. Erin estava completamente curada. E Ann conclui: «Como todos, nós também temos as nossas preocupações. Mas sabemos que as nossas filhas pertencem antes de tudo a Deus. A nossa missão de pais é acompanhá-las na descoberta do desígnio que Deus tem sobre elas». Enquanto conversamos, Erin, cheia de vida, brinca alegremente com sua irmã, Anica, 7 e 5 anos de alegria e despreocupação.
Ser “próximo”
Ser “próximo”
0 Comments