“Ut unun sint”, que todos sejam uma coisa só, é o lema da peregrinação do Papa Francisco à Terra Santa, o que reafirma o empenho de “caminhar juntos rumo à unidade” dos cristãos, buscando também “um autêntico diálogo com o Judaísmo, o Islamismo, e outras tradições religiosas” [da declaração conjunta, assinada pelo Francisco e o Patriarca Bartolomeu]. O centro da viagem era, na verdade, o encontro no Santo Sepulcro, com o Patriarca Grego-ortodoxo de Constantinopla, Bartolomeu, e os responsáveis pelas Igrejas de Jerusalém, para renovar a unidade expressa por Paulo VI e o Patriarca Atenágoras, 50 anos atrás, em Jerusalém; no entanto a presença do Papa na Terra Santa certamente teve um forte efeito no diálogo entre as religiões e um estímulo no caminho da paz. É o que testemunham as expectativas do rabino David Rosen, diretor internacional das relações inter-religiosas do Comitê Judeu Americano. Entrevistado por Paolo Lóriga, enviado de Città Nuova, em sua casa, em Jerusalém, declarou que “a maioria dos judeus e rabinos avalia essa visita de maneira muito positiva”, e que a presença de Francisco “pode produzir um impacto profundo e positivo na consciência judaica e na concepção dos cristãos”. Rosen é um dos 400 signatários – entre rabinos e personalidades judaicas – de uma mensagem de boas vindas ao Papa, um gesto não apenas de cortesia, mas sinal da “redescoberta da fraternidade entre judeus e católicos. “Estou certo – acrescentou – que a visita será um evento maravilhoso, uma ocasião de festa e de alegria”.
Sinal disso foi também o grito de exultação após o convite do Papa Francisco a Peres e Abbas: “Convido o presidente palestino, Mahmoud Abbas, e o presidente israelense, Simon Peres, a elevar comigo uma intensa oração, invocando de Deus o dom da paz”. O Papa falou em Jerusalém, no dia 25 de maio, depois da Santa Missa celebrada na Praça da Manjedoura. “Ofereço a minha casa, no Vaticano, para hospedar este encontro de oração”. “Uma surpresa para todos nós”, declarou D. William Shomali, vigário para a Palestina do patriarca católico latino e grande artesão de relacionamentos, dado que as tentativas de chegar a uma oração em comum, durante a visita, não havia tido êxito. Tana Imseeh é de Ramallah e trabalha no ministério do Welfare: “Escutamos um anúncio histórico, tenho certeza que trará frutos de paz”, declarou.
O Papa chegou a Belém, vindo da Jordânia, onde foi calorosamente acolhido pelo Rei Abdullah II. Lá ele foi ao lugar do batismo de Jesus onde encontrou 600 pessoas, entre refugiados sírios, jovens feridos e portadores de deficiência. Chegado à Palestina, deixando de lado o protocolo, dirigiu às autoridades palestinas o augúrio de que “as espadas transformem-se em arados e esta terra possa voltar a florescer na prosperidade e na concórdia”. Com força sustentou que “é a hora de por um final a esta situação de conflito cada vez mais inaceitável”, indicando que “chegou, para todos, o momento de ter a coragem da paz”. No caminho que leva à Praça da Manjedoura passou próximo ao muro que divide Belém de Israel. O Papa pediu ao carro que parasse, para aproximar-se do muro. Deteve-se diante dele, recolhido em oração por alguns minutos. Depois avançou ainda, até apoiar a cabeça ao muro, e partilhar fisicamente o sofrimento de um povo. A parada não estava prevista na programação, mas o Papa Francisco confidenciou: “É difícil construir a paz, mas viver sem paz é um tormento”. Site do Vaticano: http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/travels/2014/outside/documents/papa-francesco-terra-santa-2014.html Site oficial da visita à Terra Santa: http://popefrancisholyland2014.lpj.org/ Site oficial da visita à Jordânia: http://popevisit.jo/
Promover a paz por meio do esporte
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