Movimento dos Focolares

Histórias além das fronteiras

Jul 6, 2018

Logo GenfestSeis mil jovens de mais de 100 países chegaram a Manila para um dos eventos mais esperados do ano: a décima primeira edição do Genfest 2018, a primeira na Ásia. A narração da enviada Clara Ramírez.

Finalmente aqui estamos: foi dada a partida para o Genfest hoje em Manila, no World Trade Center. É o encontro marcado de ponta, porém mais de outros vinte Genfest nacionais se realizaram ou estão em andamento nos cinco continentes. O programa, com canções, coreografias, experiências, tem como “foco” a superação de todo tipo de barreira, “Beyond all borders”. Um slogan corajoso, escolhido pelos próprios protagonistas como resposta às diferentes formas de divisão que hoje se experimentam por toda a parte, mas também o motor das ações realizadas nestes anos de preparação. Desde as primeiras fases, o Genfest teve a fisionomia de um evento colaborativo: cada participante foi protagonista. A primeira manhã, que acabou de acontecer, começou com um vídeo das diversas locations e ações do “pré” Genfest, que se realizou em vinte locais diferentes do sudeste asiático, de 28 de junho a 5 de julho, onde centenas de jovens realizaram ações de solidariedade e serviço para comunidades e projetos. O microfone então passou para os apresentadores e para os “vloggers”, que acompanharão os participantes ao longo de todo o programa. Para os nascidos antes da metade dos anos 1990, especificamos que os vloggers e os influencers são figuras mediáticas que têm um grande seguimento nas redes sociais junto aos teenagers e aos jovens. Nos últimos meses, Louis do Burundi, Maria Clara do Brasil e Ceska das Filipinas se tornaram esses, pelo número sempre crescente de followers dos seus perfis Instagram e Facebook. Caracterizando este primeiro dia houve testemunhos de forte impacto. Como o de Josef Capacio de San Diego (EUA) e Noé Herrera de Mexicali (México). Numa época de desequilíbrios políticos e sociais e de todo gênero de divisões, decidiram promover a paz precisamente ao longo do muro que divide as duas nações. O trabalho conjunto de jovens estadunidenses e mexicanos – conta Noé –permitiu descobrir que os valores, os objetivos e a visão do mundo, mesmo se vistos de fronteiras opostas, não é que é tão diferente. «Somos todos iguais e posso amar o país deles como o meu». Depois vem a história de Jean Paul Muhanuzi, do Burundi, e Egide Nduwayezu, de Ruanda. É a narrativa de uma amizade verdadeira que cresceu em condições dramáticas: após um atentado sofrido por ambos, mas que deixou Jean Paul por terra com uma grave lesão espinhal, Egide deixou tudo para sustentá-lo durante a fase de reabilitação seguida pela operação na coluna vertebral. A superação das barreiras, no caso deles, levou à descoberta da beleza dos respectivos povos, etnias e tribos. Jaime Zayas, de El Salvador, lançou do palco a ideia de mudar o próprio “metro quadrado”, como ele mesmo experimentou, no próprio país, num contexto de violência urbana e desconfiança disseminada. O esforço foi o de ser construtor de paz: «Sabemos que o nosso país tem problemas complexos, mas podemos mudar as coisas no quotidiano vivendo relações fundamentadas na reciprocidade». Tommaso Carriere, italiano, é cofundador da associação “Não da Guerra”, um projeto para formar as pessoas para a paz, mostrando a elas o que é a guerra, como nasce e se desenvolve. «Contamos aquilo que vimos nos países tocados pela guerra e como os conflitos destroem a sociedade, minando a esperança e a possibilidade de construir um futuro melhor». Desde 2014 a associação promove campos de verão na Jordânia, onde adolescentes europeus visitam campos para refugiados e interagem com todos os que sofrem as consequências da guerra. As vozes deste primeiro dia em Manila narram percursos de vida e projetos, “fragmentos de fraternidade”, pequenos passos que aproximam pessoas e povos e alimentam a esperança.


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