Movimento dos Focolares

Histórias de uma professora

Nov 18, 2011

Com as crianças, com os pais ou com os funcionários da escola, são muitas as ocasiões para estar vigilantes do amor. Fatos de vida ordinária, iluminados pelo Evangelho.

«Estava dando aula para a minha nova turma, uma classe do primeiro ano do ensino fundamental com 26 crianças super vivazes. Tinha acabado de conquistar, com grande esforço, a atenção deles, quando bateram à porta. Uma das serventes me avisava de um telefonema. Era a mãe de Paulo, separada de modo conflituoso do marido, com o qual briga constantemente. Nestes dias ambos os pais estão lutando pelo filho, com atitudes discutíveis, e enchem também os professores com muitos telefonemas. Eu teria todos os motivos para dizer que não podia atender o telefone, estou dando aula e já imagino do que se trata. Mas naquele instante, entre os legítimos raciocínios de uma professora interrompida no seu trabalho, abre caminho a frase da Palavra de Vida: “Faz com que eu sempre fale como se fosse a última palavra que digo”. É uma ocasião para vigiar! Sorri para a servente, deixei-a tomando conta da turma e fui atender o telefone com um coração novo. Escutei o que já imaginava… mas até o fim, sem julgar, sem fazer pesar que tinha sido importunada. No final consegui dizer à mãe de Paulo que a entendo, que compreendo o seu estado de espírito, mas que acredito que pelo bem de Paulo é possível colocar de lado o orgulho ferido e o rancor, e agir unicamente pelo bem da criança. Depois de umas duas horas, passando pelo corredor, encontrei a servente que se aproximou e me disse: “Sabe, aquela mãe voltou a telefonar… ela me disse apenas para lhe dizer ‘obrigada’”. Dias atrás estava saindo da escola correndo, com mil coisas para fazer, inclusive as compras, e encontrei Flora, uma servente que veio do Brasil e que há poucos meses trabalha conosco. Ela precisava fazer um requerimento à diretora e não sabia por onde começar, inclusive pela dificuldade com a língua. Comecei a pensar porquê, entre tantos professores, ela estava pedindo justamente a mim que estava tão ocupada! A Palavra de Vida mais uma vez me convidou a “vigiar”. É Jesus que está pedindo! Será que vou responder a Ele que estou com pressa e que se dirija a outro? Sentei ao lado de Flora e ajudei-a a escrever o requerimento. Depus propus que digitasse no computador, para que ficasse mais apresentável, mas ela não sabia usá-lo. Fomos juntas até a sala de informática e digitei para ela, sem olhar para o relógio. Duas semanas depois, quando estava entrando na sala dos professores, Flora me chamou e deu-me um lindo cachecol azul. “Você não precisava fazer isso”, disse-lhe, e ela me respondeu: “Mas eu também quero mostrar que lhe quero bem, como você fez comigo”». (B. O. – Itália)

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