Para não interromper as atividades diárias os estudantes organizaram áreas de estudo ao ar livre, para poder continuar a estudar.
“Para mim é difícil que estas coisas aconteçam na cidade onde nasci. Pensei muito, tenho um grande desejo que exista uma democracia verdadeira e gostaria de fazer alguma coisa, mas ao mesmo tempo em que luto por isso, não consigo pensar que não exista paz na sociedade”. Uma amiga confirma: “Chiara Lubich sempre falou de diálogo e o viveu em primeira pessoa; por causa desta situação em Hong Kong, para alcançar a democracia, precisamos de diálogo, mas é difícil, especialmente para nós asiáticos. Nós jovens agora temos tanta possibilidade de conhecer as ideias de todos através da mídia, mas quando nos encontramos diante de alguém que pensa de modo diferente temos medo de romper o relacionamento e não sabemos como fazer. Além de rezar por este motivo, já que não somos líderes, o que podemos fazer?”.
São reflexões sintomáticas de jovens de Hong Kong que observam perplexos o movimento de protestos na metrópole chinesa. O movimento “
Occupy central with peace and love” – “Ocupar a Central com paz e amor” – começou no final de setembro, depois de algumas semanas nas quais a mídia internacional focou a sua atenção nas praças de Hong Kong, e prossegue com menor intensidade a sua batalha, sempre fixa, porém, no objetivo de obter um “verdadeiro” sufrágio universal para as eleições de 2017. As opiniões a este respeito são contrastantes.
“Nestes dias também fui participar dos protestos, mesmo se não seria um tipo tão ativo, mas sinto firmemente que como jovem que vive por um mundo unido e como estudante de Hong Kong diante de um sistema social tão injusto devemos exprimir e fazer com que sejam ouvidas as nossas reinvindicações”. E continua:
“Experimentei diretamente o que quer dizer desarmonia; até agora eu pensava que estes fatos acontecessem só em nações que estão em guerra e longe de Hong Kong, mas quando vi a polícia que lançava gás lacrimogênio sobre os estudantes, desencadeando uma certa violência, percebi que este problema estava perto de mim. Toda esta situação na cidade que amo me faz mal. Aquilo que posso fazer é somente continuar a rezar e a acreditar que Deus cuidará de Hong Kong”.
Os estudantes deixam mensagens e propósitos de viver na paz este momento.
“Durante esta mobilização eu também participei, como estudante. Tenho orgulho de ser uma jovem de Hong Kong. Mas nestes dias a situação tornou-se incontrolável. Estes protestos me demonstram que na nossa sociedade falta amor e compreensão. O meu empenho é amar e rezar pela paz no coração de cada um, para que a esperança chegue a todos”.
Em uma carta comum, escrevem para a presidente dos Focolares, Maria Voce: “Todo dia lemos nos jornais e na internet muitas notícias, por um lado positivas – por exemplo, que os moradores de Hong Kong vivem a solidariedade, a paz e as suas ações são racionais, os estudantes vivem idealmente… – e por outro lado a falta de paz. Nos primeiros dias das manifestações vimos a polícia enfrentando os manifestantes com o gás lacrimogênio. Muitas pessoas de ideias diferentes se colocaram umas contra as outras e diversas vozes se levantaram dentro da sociedade, expressando-se através do conflito e da desunião”. E exprimem o desejo de continuar com todas as forças a ser mensageiros de unidade também em uma situação tão difícil. Respondendo, Maria Voce os encoraja, dizendo que tem certeza que com a unidade entre eles poderão ter “a sabedoria”, e “encontrar a luz para falar ou para calar”, e dessa forma ser “um testemunho de paz em meio a todos”.
0 Comments