Movimento dos Focolares

Índia, um país continente

Fev 5, 2012

Pluralidade religiosa, linguística, de culturas e tradições. Num país emergente, com crescentes desigualdades sociais, o Movimento dos Focolares atua no diálogo inter-religioso, na educação e em projetos sociais em favor dos menos favorecidos.

Índia, subcontinente com mais de um bilhão de habitantes, que poderia em breve superar a China quanto à população. Um país em rápido crescimento, entre as maiores economias mundiais e, ao mesmo tempo, com uma alta taxa de analfabetismo, pobreza, subnutrição. É grande a variedade religiosa, com a maioria de 80% de hindus e a minoria cristã de 2,3%. Entende-se porque, nesta nação, um dos diálogos mais desenvolvidos pelo Movimento dos Focolares é justamente o inter-religioso, com o mundo hindu. O Movimento dos Focolares está presente na Índia desde 1980. Hoje existem centros do Movimento em Mumbai, Bangalore, Goa e Nova Deli, que promovem diversas atividades: Mariápolis, encontros mensais para adultos, famílias e jovens. Em várias cidades, como Vasai, Pune, Panjim, Margao, Vasco e Trichy, há grupos ativos de pessoas que aderem à espiritualidade dos Focolares. Ao redor das comunidades do Movimento existem vários microprojetos sociais, para a educação das crianças, a promoção humana das mulheres e o apoio às famílias em dificuldade, realizados também com “sustentos à distância”. Os mais conhecidos são “Ilanthalir” (em língua tâmil sementes delicadas), no sul da Índia, e em Mumbai o projeto “Udisha” – “Raio de sol que anuncia um novo amanhecer”. Nascidos com o objetivo de “mostrar uma resposta concreta à pobreza que nos cerca”, atualmente chegam a 2400 crianças e suas famílias. De modo especial procura-se difundir os valores da fraternidade universal no mundo dos adolescentes, envolvendo jovens de todas as religiões, em manifestações inclusive de nível internacional. No ano de 2009 foi realizado justamente em Coimbatore, o Supercongresso – evento característico do Movimento Juvenil pela Unidade – que levou à Índia adolescentes de todo o planeta. Durante o recente meeting de Humanidade Nova (Mumbai, setembro de 2011) foram relatadas muitas micro-realizações. Esteve presente um médico de Goa que criou uma clínica móvel, a Prabu Prasad Clinic, mobilizando vários médicos, com um campo de ação que abrange o atendimento dos idosos às crianças. Chiara Lubich visitou a Índia duas vezes, no contexto do diálogo com os irmãos hindus, após ter conhecido o Dr. Aram, fundador do Shanti Ashram, através da Conferência Mundial das Religiões pela Paz. Em 2001, em Coimbatore (estado do Tâmil Nadu), recebeu o Prêmio Defensor da Paz, conferido pelo Shanti Ashram e pelo Movimento Sarvodaya. Voltou em 2003, porque convidada a comunicar a sua específica vocação à unidade e à fraternidade universal, o que aconteceu num evento promovido no Centro de Cultura Indiana Bharatiya Vidya Bhavan. Realizaram-se, e continuam a acontecer, mesas-redondas, conferências, intercâmbios e numerosos simpósios – o último deles em dezembro de 2011. Ocasiões de diálogo, passos à frente na construção de relacionamentos de verdadeira fraternidade com o mundo hindu, como testemunhou, por exemplo, a Dra. Vijaya Bhatia, professora de ioga, durante o 4º Simpósio Hindu-Cristão: “Ler, interpretar e viver as Escrituras, para realizar a paz e a fraternidade universal”. Um ideal de vida que concretiza-se no cotidiano. Como aconteceu para uma jovem de Mumbai, que preferiu dar a uma pessoa com maior necessidade o dinheiro que havia juntado com esforço, para pagar uma conta médica muito alta. E grande foi a sua surpresa quando naquela mesma tarde recebeu um telefonema: era a administração do hospital que reconhecia um erro de cálculo e que devia a ela 300 rúpias! É a experiência de viver o Evangelho, que não se reflete apenas na esfera pessoal e privada, mas também no social. As estatísticas podem assustar, mas mirando a ser “a mudança que vocês gostariam de ver no mundo”, como Gandhi ensinava, as sementes de fraternidade continuam a crescer.

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