Movimento dos Focolares

Inglaterra: 50 anos de caminhada ecumênica

Nov 9, 2013

Sábado, 26 de outubro, a Liverpool Hope University acolheu 400 pessoas para a celebração do 50° aniversário da chegada do Movimento dos Focolares na Inglaterra.

Em Liverpool, onde foi aberto o primeiro centro dos Focolares na Inglaterra, reuniram-se na Liverpool Hope University 400 pessoas de várias Igrejas, confissões religiosas e não, provenientes de Liverpool, Leeds, Newcastle e Gales, de todas as idades. O objetivo foi recordar os 50 anos da presença do Movimento no país.

Um pouco de história: o Canônico Bernard Pawley, ao regressar do Concílio Vaticano II onde tinha participado como observador, sugeriu ao Decano da Catedral Anglicana de Liverpool convidar a fundadora do Movimento dos Focolares, Chiara Lubich, para falar na catedral a um grupo de sacerdotes anglicanos. Precedentemente, ele mesmo tinha feito esta proposta a Paulo VI, numa audiência privada, obtendo a aprovação.

Como recordou aos presentes a reverenda Kirsty Thorpe, moderadora da Igreja Reformada Unida, o contexto ecumênico que acolheu Chiara, em novembro de 1965, numa cidade conhecida pelas suas diferenças, era bem distinto do atual: “É fácil para nós, …não perceber o quanto foi insólito aquele acontecimento. Naquela época, já era raro que uma mulher falasse para um grupo de homens. Além disso, em 1960, o clero não estava habituado a sentar-se para ouvir uma pessoa leiga como o principal relator…”.

Naquele dia, 17 de novembro, no seu diário Chiara observou o significado do nome da rua Hope Street, que liga a catedral anglicana à catedral católica, e exprimiu uma oração que lhe veio do coração: “Que por meio da fé, as ‘montanhas’ da incompreensão entre as igrejas possam ser transpostas” (Mt 17,20).

Professor Gerard Pillay

Também hoje a palavra “esperança” (hope) continua a unir os Focolares a Liverpool. No seu discurso durante a celebração, o professor Gerard Pillay, vice-reitor da Liverpool Hope University, recordou que o último doutorado honorário conferido pela sua Universidade foi entregue em março de 2008, a Chiara, dois meses antes da sua morte. O título foi em Teologia, como reconhecimento pelo seu trabalho no campo do diálogo ecumênico, inter-religioso e com a cultura contemporânea.

Afirmou ainda que o Movimento “não é uma instituição que trabalha para a construção de um império, mas que faz parte da difusão do bem no mundo. Chiara Lubich, desde o início, olhou sempre para fora”. Lembrou também as palavras do Patriarca ecumênico Bartolomeu: “Existem algumas pessoas cujas vidas tocam de modo tão universal as vidas dos outros, que, depois da sua morte, permanecem como uma inspiração da graça. Uma vida assim, uma vida digna de ser imitada e que vale a pena recordar, é a de Chiara Lubich”.

Também traçou a forte ligação entre a Hope University e o carisma dos Focolares individualizada no “nosso empenho ecumênico… É uma característica da Universidade pela qual estamos todos gratos… Chiara Lubich acreditou que o diálogo é a estrada privilegiada para promover a unidade na Igreja, entre as religiões e as pessoas sem uma referência religiosa, sem sincretismo. Não significa fazer uma mistura para tornar tudo mais atraente. É uma abertura em relação a todas as pessoas, permanecendo fiéis à própria identidade. Esta é a profunda sabedoria da sua visão”.

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