Movimento dos Focolares

Jovens e legalidade, na esteira de Pathways for a United World

Ago 28, 2019

Campus em Bolonha (Itália) sobre a legalidade, promovido pelos Jovens por um Mundo Unido dos Focolares. Um espaço de formação, participação e ações sociais para ativar processos de mudança e reconstituição do tecido social.

Campus em Bolonha (Itália) sobre a legalidade, promovido pelos Jovens por um Mundo Unido dos Focolares. Um espaço de formação, participação e ações sociais para ativar processos de mudança e reconstituição do tecido social. De 20 a 28 de julho, cerca de 40 jovens de quase todas as regiões da Itália encontraram-se em Bolonha (Itália) para um Campus durante o qual empenharam-se concretamente pelos outros. Conheceram e trabalharam com associações e grupos comprometidos no âmbito civil, como a integração dos imigrantes e a luta contra os jogos de azar. Colaboraram com centros de férias e juvenis, encontrando juntos modos diferentes e originais de trabalhar. “O Campus – explica Francesco Palmieri, um dos organizadores – foi inspirado na experiência realizada primeiro em Siracusa, há alguns anos atrás, que teve muito sucesso e depois repetiu-se em Roma e em Turim. Este ano, em Bolonha, os jovens identificaram o bairro da Cirenaica, que é multiétnico, onde a situação social é muito complexa. “O Campus é uma experiência de empenho civil que parte dos jovens para outros jovens como nós, para responder a uma pergunta: podemos fazer alguma coisa?”. Portanto, fala-se de empenho pessoal, também durante os momentos de formação com vários especialistas, como magistrados, professores universitários, além de voluntários, sacerdotes e leigos empenhados em primeira linha no âmbito civil. O tema da legalidade foi abordado sob vários aspectos, como o acolhimento a migrantes, a luta contra as máfias e o jogo de azar. “Esta experiência do Campus – continua Francesco – enriquece-nos e faz-nos voltar para casa com muitas respostas a perguntas que talvez nunca nos tínhamos feito.” Entre os especialistas esteve presente a prof. Adriana Cosseddu, responsável pela rede internacional Comunhão e Direito. Fizemos-lhe algumas perguntas:  Os jovens dos Focolares lançaram, em 2018, “Pathways for a united world”, seis percurcos por um mundo unido com ações e introspecções sobre seis grandes temas. Depois do primeiro dedicado a economia, comunhão e trabalho, com o segundo, este ano pretende-se aprofundar direitos humanos, justiça, legalidade e paz. Quais são os objetivos? “Trata-se de percursos que, juntamente com as Comunidades dos Focolares no mundo, os jovens empenham-se em viver como protagonistas, para contribuir para fazer da humanidade uma família. Os caminhos são muitos e este ano escolhemos quatro: abrir as portas ao diálogo e ao acolhimento para que os direitos humanos sejam reconhecidos e respeitados. Trabalhar com todas as forças pela paz, para que se possa superar a lógica do conflito com o encontro, e a paz seja almejada universalmente como um direito da humanidade. Mas para uma paz autêntica é necessário praticar a justiça, guardiã das relações que baseiam a convivência humana. E esta é a importância da legalidade, que exige também, através de normas e comportamentos, a activação de processos capazes de quebrar a lógica do lucro e do privilégio, da corrupção generalizada, de modo a promover a imparcialidade e a equidade”. Qual é o “algo mais” que o carisma da unidade traz ao Direito? “O carisma da unidade gera uma nova visão do outro: não o estranho ou um inimigo, do qual defender-se, mas uma dádiva, na riqueza da sua diversidade. A reciprocidade, que na lei se traduz em direitos – deveres – torna-se, no “algo mais” do amor mútuo, um apelo à responsabilidade em relação ao outro, do qual devo ter cuidado. Deste modo, se hoje o Direito tende a tutelar os direitos individuais, o horizonte que Chiara Lubich abriu foi aquele de um Direito que é “instrumento” de comunhão. E a comunhão indica um objetivo: trabalhar para que as relações humanas concretas, mesmo as que se desenvolvem sob o signo da lei, possam ajudar as partes envolvidas a olhar além de si mesmas e a reconhecerem-se mutuamente, na sua dignidade respectiva e segundo uma liberdade responsável, a abrir-se à colaboração. Assim se geram fragmentos de fraternidade”. Próxima etapa do percurso:

  • Seminário internacional “Dos Direitos Humanos aos Direito à Paz: em cominho com a humanidade”, promovido pela rede internacional “Comunhão e Direito”, em Loppiano (Itália), de 19 a 21 de setembro de 2019
___

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Subscrever o boletim informativo

Pensamento do dia

Artigos relacionados

Buscar a paz: um caminho nas mãos de cada um

Buscar a paz: um caminho nas mãos de cada um

Eliminar qualquer desejo de dominar. Em um mundo constantemente dilacerado por conflitos, seguindo o apelo do Papa Leão XIV para construir uma paz “desarmada e desarmante”, partilhamos uma reflexão muito apropriada de Chiara Lubich, extraída de uma Palavra de Vida de 1981.

Em direção a uma pedagogia da paz

Em direção a uma pedagogia da paz

Como nos tornarmos agentes de paz na realidade em que vivemos todos os dias? Anibelka Gómez, da República Dominicana, nos conta, por meio de sua experiência, como é possível formar redes humanas capazes de semear beleza para o bem de comunidades inteiras por meio da educação.

10 anos depois da Laudato Si’, o “Projeto Amazónia”

10 anos depois da Laudato Si’, o “Projeto Amazónia”

O dia 24 de maio marca os 10 anos da publicação da Encíclica “Laudato Si” do Papa Francisco. Um momento de celebração, de verificação do que foi feito e de a retomar e dar a conhecer a quem ainda desconhece o seu conteúdo. Conscientes de que “não haverá uma nova relação com a natureza sem um ser humano novo. Não ha ecologia sem una adequada antropologia” (LS, 118) apresentamos o “Projeto Amazónia”, contado por dois jovens brasileiros durante o Genfest 2024 realizado em Aparecida, Brasil.