Movimento dos Focolares

MARÇO DE 2009

Fev 28, 2009

“Se pedirdes ao Pai alguma coisa em meu nome, ele vos dará” (Jo 16,23b)

 

A coisa mais absurda que você pode observar neste mundo é, de um lado, a presença de homens desorientados, sempre em busca de alguma coisa, os quais, nas inevitáveis provações da vida, sentem a angústia das privações, a necessidade de ajuda e a sensação de orfandade; e, de outro lado, Deus, Pai de todos, que nada mais quer do que usar da sua onipotência para satisfazer os desejos e as necessidades de seus filhos.
É como o vazio que busca a plenitude. É como a plenitude que anseia pelo vazio. Mas, esse encontro não se realiza.
A liberdade de que o homem é dotado pode provocar também esse sofrimento.
Mas, Deus não deixa de ser Amor e aqueles que o reconhecem sabem disso.
Ouça o que diz Jesus:

“Se pedirdes ao Pai alguma coisa em meu nome, ele vos dará.”

Agora você pode considerar uma daquelas palavras cheias de promessas que, de vez em quando, Jesus repete no Evangelho. Com elas, ensina-lhe, com maior ou menor força e com diferentes explicações, como obter aquilo de que você necessita.
Só Deus pode falar assim. Para ele, tudo é possível. Todas as graças estão em poder dele: tanto as terrenas como as espirituais, tanto as possíveis como as impossíveis.
Mas, preste bem atenção.
Ele sugere como você deve apresentar-se ao Pai para fazer o seu pedido. Ele diz: “Em meu nome”.
Se você tem um pouco de fé, essas três breves palavras devem abrir-lhe perspectivas enormes.
Veja só: Jesus, que viveu aqui entre nós, conhece as infinitas necessidades de cada pessoa e também as de você, e se compadece de nós. Por isso, no que diz respeito à oração, ele veio em nossa ajuda e é como se lhe dissesse: “Procure o Pai em meu nome e peça-lhe isto, isso e mais aquilo”. Ele sabe que o Pai não pode dizer não. Ele é seu filho, e é Deus.
Não se apresente em seu próprio nome ao Pai, mas em nome de Cristo. Lembre-se de que um mensageiro não sofre penalidade.
Dirigindo-se ao Pai em nome de Cristo, você desempenha a função de um simples mensageiro.
Os negócios são tratados entre as partes interessadas.
É assim que muitos cristãos fazem a própria oração. E eles podem testemunhar as inúmeras graças que receberam. Graças que revelam dia após dia a paternidade de Deus que os acompanha, atenta e amorosa.
 

“Se pedirdes ao Pai alguma coisa em meu nome, ele vos dará”

A esta altura pode ser que você me diga: “Mas eu pedi, tornei a pedir em nome de Cristo, e nada obtive”.
Pode ser. Eu lhe disse acima que Jesus, em outras passagens do Evangelho, nos convida a pedir, e dá outras explicações que talvez lhe tenham passado despercebidas.
Ele disse, por exemplo, que só obtém quem “permanece” nele, ou seja, na Sua vontade.
Pode acontecer, então, que você peça alguma coisa que não se enquadra no plano de Deus para você e que Deus não considere oportuna para a sua existência nesta terra ou na outra Vida; ou, até mesmo, a julgue prejudicial.
Como é que ele, sendo seu Pai, pode atender você nesses casos? Ele enganaria você. E isso jamais ele fará.
Então, será conveniente que, antes de orar, você se coloque de acordo com Deus e diga: “Pai, eu gostaria de lhe pedir isto em nome de Jesus, se achar oportuno”.
E, se a graça pedida se conciliar com o plano que Deus, no seu amor, concebeu para você, haverá de se concretizar a frase:

“Se pedirdes ao Pai alguma coisa em meu nome, ele vos dará”

Pode ser também que você peça alguma graça, mas não tenha a menor intenção de viver de acordo com aquilo que Deus pede. Também, nesse caso, seria justo que ele atendesse você? Ele não quer lhe dar somente uma graça, mas igualmente a felicidade plena. E esta felicidade se obtém procurando viver os mandamentos de Deus, as suas palavras. Não é suficiente apenas pensar nelas, nem limitar-se a meditá-las; é necessário vivê-las.
Se você assim fizer, conseguirá obter tudo.
Concluindo: quer obter graças? Peça qualquer coisa em nome de Cristo, colocando em primeiro lugar a vontade dele, com a decisão de obedecer à Lei de Deus.
Deus fica muito feliz em poder doar graças. Infelizmente, na maioria das vezes, somos nós quem lhe amarramos as mãos.

Chiara Lubich

Esta Palavra de Vida foi publicada originalmente em novembro de 1978.

 

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