Movimento dos Focolares

Natália Dallapiccola: uma biografia

Nov 21, 2013

A primeira a seguir Chiara Lubich na aventura da unidade: Natália é assim definida. Pioneira do Ideal da unidade nos países do Leste Europeu durante a Guerra Fria. Incansável promotora do Diálogo Inter-religioso do Movimento dos Focolares.

Eu inicio a escrever esta biografia com estremo cuidado e com um pouco de temor”. É a primeira frase da introdução de Matilde Cocchiaro, autora da biografia de Natália Dallapiccola, a primeira a seguir Chiara Lubich. Na história dos Focolares a presença de Natália foi muito importante, Chiara chegou a afirmar que se não tivesse conhecido uma pessoa como Natália, já preparada por Deus, talvez nunca pudesse iniciar uma vida tão revolucionária, fundamentada no Evangelho.

Pelo seu incansável amor por todos, vivido de maneira radical desde o início, Chiara a chamara “Anzolon” que, no dialeto trentino, significa “grande anjo”.

Determinante o seu trabalho na difusão do Ideal da unidade nos países do bloco comunista que, naquela época, estavam além da Cortina de Ferro e, também, no campo do diálogo inter-religioso, aos quais dedicou talentos e energia por trinta anos, até os últimos dias da sua vida.

Nichiko Niwano, Presidente do movimento budista Rissho Kosei-kai, no prefácio, afirma: “Por muitos anos Natália exerceu a função de uma “janela aberta” que nos uniu ao Movimento dos Focolares (…) dedicando a esta função as suas melhores energias do coração e da mente (…). Um antigo ditado diz: ‘Conheça o passado e descobrirás o novo!’ E isto significa: examine a história, estude atentamente a tradição e obterás uma nova sabedoria. Desta forma, eu não desejo outra coisa senão isto e faço votos de que esta biografia de Natália torne-se um precioso ponto de referência no caminho em direção ao futuro”.

Por ocasião da sua partida para o céu, no dia 1° de abril de 2008, somente dezoito dias após a partida de Chiara, muitas pessoas expressaram gratidão e grande apreço. O Rabino David Rosen, de Jerusalém disse: “Entre nós existia uma profunda união. Conservarei para sempre, como um tesouro, o seu amável e nobre espírito”.

Da Índia, Shantilal Somaiya, Kala Acharya e Lalita Namjoshi, della Somaiya Bharatya (Hindu): “Recordamos com grande reverência a visita de Natália ao nosso Instituto e o seu estilo silencioso, mas, tão eficaz na ação de levar adiante os nossos encontros de Diálogo”.

De Skopje, Azir Semani, em nome de todos os muçulmanos da Macedônia, dirigiu-se diretamente a ela: “Obrigado pela sua mão sempre estendida!… Nós acolhemos plenamente o seu convite: ‘Que todos sejam um’. A voz de Deus por intermédio da sua vida foi um chamado de amor e de confiança para o qual nós muçulmanos nos sentimos honrados de poder caminhar juntos, em direção ao mundo unido. Que seja sempre bendito o seu amor!”.

O Cardeal emérito de Praga, Dom Miloslav Vlk, que por muitos anos foi moderador dos Bispos Amigos do Movimento dos Focolares, assim testemunhou: “Posso realmente dizer que Natália foi mãe do Ideal da unidade para os nossos países. Da sua vida sem muitos discursos, deixava transparecer a luz do carisma que recebera de Chiara e que nos transmitia com toda a sua profundidade. Em 1968, Natália estava nas montanhas de Tatra, cerca de seis horas de distância da República Tcheca, e organizou a primeira Mariápolis. Tudo aconteceu sob o pretexto de ‘férias’ e, para evitar o controle da polícia, fazíamos longas caminhadas, depois parávamos e ela nos falava (…). A vida que ela nos apresentava era genuína, verdadeira, cada um dos presentes ficava encantado com sua simplicidade silenciosa e, ao mesmo tempo, ativa. O seu amor conquistava porque era natural e, ao mesmo tempo, sobrenatural”.

Natália não deixou uma autobiografia ou uma história escrita porque era muito dedicada a amar e a doar-se a cada próximo – conclui a autora – e, portanto, eu procurei reconstruí-la… Insubstituível a contribuição das primeiras e dos primeiros focolarinos que, junto a ela, viveram com Chiara Lubich nos albores do Movimento. Eu pude recolher também algumas reflexões espirituais de Natália, muito preciosas, textos autógrafos, na maioria em folhas avulsas ou ditadas a quem trabalhava com ela, e que foram recolhidos pelas testemunhas oculares e reconstruídos com fidelidade”.

Matilde Cocchiaro, “Natalia: la prima compagna di Chiara  Lubich”, Città Nuova Editrice, Roma, 2013. Collana Città Nuova Per).

Email: info@focolare.org

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