Movimento dos Focolares

O mandamento da unidade

Dez 2, 2015

Últimos dois dias do simpósio dos bispos ecumênicos dos Focolares, transcorridos no Fanar, sede do Patriarcado ecumênico da igreja ortodoxa, para as festas dedicadas a santo André. O paralelismo, para Bartolomeu I, com Chiara Lubich.

20151130BartolomeoI-Card.Koch

(C) CSC Audiovisivi

Os últimos dois dias do encontro ecumênico dos bispos amigos dos Focolares tiveram como centro o Patriarcado grego-ortodoxo, sede do Patriarca Bartolomeu I, para participar da festa de santo André. Faz 1700 anos que o Patriarcado é ponto de referência para os ortodoxos que hoje são cerca de 300 milhões de pessoas no mundo inteiro. Era domingo, 29 de novembro à tarde, as pessoas chegavam em pequenos grupos, algumas mulheres com o véu para cobrir a cabeça. Não eram só ortodoxos de Istambul, mas também gregos, russos. Causava impressão ver enfileirados 35 bispos de 16 igrejas diferentes dentro da Igreja de São Jorge. Era a primeira vez que eu participava de uma liturgia ortodoxa. O envolvimento aconteceu com todos os sentidos. Os olhos estavam extasiados pelas cores vivas dos ícones. Era um rio de luz. O ouvido era estimulado pelas cantilenas em grego antigo, pelos cantos que conduziam ao mistério da oração. O olfato era provocado pelo incenso que perfumava a alma. O paladar era provado pela Eucaristia e pelo pão “antidóro”. É um pedaço de pão abençoado que é distribuído no final da celebração. O objetivo seja das vésperas do domingo à tarde, seja da longa liturgia de segunda-feira, 30 de novembro, festa de santo André, não era recitar orações, mas se tornar oração, como dizia Orígenes: «Toda a nossa vida deveria ser uma oração estendida e ininterrupta». Ao tomar a palavra, o Patriarca Bartolomeu fez um paralelo entre André, o irmão de Pedro, o “primeiro chamado” e Chiara Lubich, a “primeira chamada” ao carisma da unidade. «Não temos o direito de nos desencorajarmos –concluiu – diante do barulho de tantos horrores que são perpetrados ao longo dos caminhos do mundo. Ao invés, temos o dever de anunciar a todos que só o diálogo, a compreensão, a atitude positiva que provém da nossa fé em Cristo pode vencer. O santo apóstolo André não teve dúvidas ao encontrar o Mestre, e nem mesmo Chiara teve dúvidas ao se entregar a Ele. Assim, também nós, todos conscientes das nossas responsabilidades, não tenhamos dúvidas do caminho pelo qual nos enveredamos, no encontro entre as nossas Igrejas, no encontro com as crenças religiosas, no encontro com a humanidade que sofre, porque só o Amor pode vencer, e as porta do Inferno não prevalecerão sobre ele». É um reconhecimento público do papel que Chiara teve no caminho ecumênico. Um carisma que estimulou também Bartolomeu I, muito ativo no campo do ecumenismo com as suas recentes viagens à Itália, Inglaterra, Bélgica, Bulgária. Perguntamos a ele o motivo do seu incessante trabalho pela unidade. «Porque é a vontade do Senhor ‒ respondeu Bartolomeu I ‒, Jesus mesmo rezou ao Pai pela unidade de todos os que creem. A sua oração, a sua vontade é um mandamento para nós. Nós devemos rezar e trabalhar para a realização desta divina vontade. Assim, a unidade seria também uma contribuição para a paz no mundo, para a fraternidade entre as nações. E hoje o mundo precisa disso mais do que nunca”. Do enviado Aurélio Molè

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