Movimento dos Focolares

“Ou o diálogo ou a barbárie”

Jun 15, 2011

“Uma pequena história, que certamente influenciou as minhas escolhas ideais”, disse o sindicalista Silvano Lancerotto ao introduzir um episódio que ajuda a compreender o valor da opção pelo diálogo.

Concluindo a sua intervenção, durante o congresso promovido pelo Centro para o diálogo com pessoas de convicções não religiosas, do Movimento dos Focolares, em abril de 2011, Lancerotto contou: «O meu avô, acompanhado por um filho pequeno, estava participando de uma greve de agricultores, na zona rural da região do Vêneto, no norte da Itália, no início dos anos 1920, e foi lá, embaixo de uma grande árvore que ainda existe, que foi morto com tiros de fuzil, por um aguerrido proprietário de terras. Minha avó Maria, chamada “a cacheada”, se encontrou sozinha cuidando de sete crianças, em condições de extrema pobreza, vivendo um longo período de sofrimento e grandes sacrifícios, mas sem transmitir aos filhos nenhum sentimento de rancor. Meu tio, Libero, um de seus filhos, no final da Segunda Guerra Mundial, movido por um espírito de vingança reprimido em todos aqueles anos, procurou e encontrou o assassino, mas teve piedade dele, vendo-o pobre e com a família desagregada. E foi embora deixando-lhe a vida.

Silvano Lancerotto

Certamente não perdoando, mas fazendo prevalecer a vida em seu próprio espírito, como tinha aprendido do ensinamento materno. Hoje eu tento imaginar esta escolha, atuada em circunstâncias particulares e numa época bem definida, e transferi-la do plano das escolhas pessoais do indivíduo ao plano das escolhas dos estados e da política, como em certas situações de conflito do nosso tempo, por exemplo, o Oriente Médio, a África, etc. Seria com certeza um passo avante, se a escolha do meu tio, amadurecida na sua consciência de homem, se tornasse práxis assumida a praticada na consciência coletiva da sociedade». Esta “pequena história”, segundo Lancerotto, tem o mesmo direcionamento da mensagem de Chiara Lubich. “É uma mensagem – ele afirma – que age sobre as consciências, mira a transformação da sociedade partindo da transformação do indivíduo. Eu partilho o caminho que ela indica, quando afirma que o diálogo exige que cada um – indivíduos, movimentos, estados – ceda algo de si para ver, ler e principalmente escutar a complexidade e a pluralidade dos valores do mundo contemporâneo, para entrar em relação com eles, descobrir seus méritos, realizar projetos comuns, embora nas legítimas e propulsoras diversidades”.

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