Movimento dos Focolares

Prêmio Luminosa 2012: premiado o serviço aos emigrados

Nov 23, 2012

Um milhão de pessoas ajudadas nos 45 anos de atividades do Centro Hispânico Católico de Washington. O Prêmio reconhece “o serviço prestado aos diversos grupos étnicos, ao favorecer a integração e fazer emergir a preciosa contribuição dada por eles à vida da cidade”.

(da esquerda) Padre Mario Dorsonville, Marco Desalvo, Chiaretta Zanzucchi

Um dia, quando estava indo ao Centro Hispânico Católico de Washington, padre Mario Dorsonville, diretor dos serviços de Imigração e Refugiados da Cáritas Católica de sua arquidiocese, foi detido por um homem jovem que o pegou pelo braço. Disse-lhe que sentia uma grande dor no coração. “Vamos a uma clínica, você deve ser consultado por um médico”, respondeu Dorsonville. “Não!”, respondeu o homem. A sua dor vinha do fato de não ter documentos e por isso não conseguir encontrar trabalho. Não sabia como voltar para casa, no fim do dia, e olhar para as crianças. “Não existe maior pobreza do que quando vemos pessoas invisíveis”, afirma Dorsonville.

É assim que começa a narrativa sobre o Centro Hispânico Católico de Washington, escrita por Marylin Boesch na revista Living City de novembro. Um laboratório de fé, é como foi definido este lugar onde “as pessoas tornaram-se visíveis”. O objetivo do Centro é oferecer a melhor qualidade de serviços integrados aos imigrados e refugiados, para voltar a dar às suas vidas esperança e dignidade, torná-los mais confiantes, respeitados, membros ativos da sociedade americana. Faz isso proporcionando tratamentos médicos e odontológicos, escritórios de consultoria, cursos de inglês e programas de formação profissional.

Foi ao padre Dorsonville, em nome do Centro Hispânico Católico, que foi conferido o Prêmio Luminosa 2012, dia 17 de novembro passado, na presença de mais de 250 pessoas, entre diplomatas, políticos, representantes da fé judaica, muçulmana e cristã, e outras sem uma particular tradição religiosa, reunidas na Universidade Católica da América em Washington. “Este prêmio encoraja-nos a continuar a iluminar a escuridão com o serviço ao nosso próximo”, afirmou padre Dorsonville ao aceitar o reconhecimento.

Estavam presentes durante a entrega do prêmio, promovido pelo Movimento dos Focolares, Marco Desalvo e Chiaretta Zanzuchi, delegados dos Focolares para o leste dos Estados Unidos, que compartilharam uma reflexão de Chiara Lubich sobre o amor ao irmão: “O Espírito Santo, iluminando-nos com um seu carisma, disse-nos: justamente o irmão, a irmã… podem tornar-se o caminho de vocês para chegar a Deus, uma abertura, uma porta, uma via, uma fenda aberta sobre Ele. E se conseguimos isso por meio do irmão amado este não é apenas alguém beneficiado por nós, mas é para nós um benfeitor. Ele nos deu o que de melhor esperávamos”.

Algo em profunda sintonia com a experiência do Centro Hispânico Católico, uma reflexão que ressoou entre os presentes salientando o trabalho cotidiano feito em favor dos necessitados. “Um serviço concreto, constante e corajoso, que doa dignidade a muitas pessoas de diferentes proveniências étnicas e sociais… ajudando-as a inserir-se como parte integrante da sociedade” – escreveu a presidente do Focolares, Maria Voce, numa mensagem ao padre Dorsonville.

O Prêmio Luminosa pela Unidade é conferido desde 1987 a pessoas ou associações cuja vida ou atividade tenha dado uma contribuição significativa para a construção de pontes de compreensão recíproca, a cristãos de diversas denominações, aos principais credos religiosos e a pessoas de boa vontade que distinguiram-se em diferentes aspectos da vida social.

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