Movimento dos Focolares

República Centro-Africana: uma professora contracorrente

Jan 25, 2014

Mesmo em situações difíceis, colocando em prática as palavras do Evangelho pode-se gerar no ambiente de trabalho uma cultura de paz e de respeito aos direitos, especialmente dos menores.

“Eu sou professora primária e trabalho em uma escola católica – escreve Eliane, da República Centro-Africana –, desde que conheci a espiritualidade da unidade compreendi que devo colocar em prática o Evangelho, até mesmo quando isto comporta ir contracorrente em relação aos modelos de comportamento comuns e já enraizados”. “Quando surgiu no nosso país a ameaça da guerrilha – prossegue – eu propus aos meus alunos que fizéssemos todos juntos oTime out”, um momento de oração no qual, unidos a muitas outras pessoas no mundo inteiro, nós pedimos o dom da paz para os lugares onde se combate e, também, no coração de cada pessoa. Assim, todos os dias, nós interrompemos as nossas atividades e rezamos por esta intenção”. As crianças da escola de Eliane têm o habito de comprar dos professores argila ou gesso para as tarefas que devem executar. Eliane dá a cada um a quantidade certa, enquanto que outro professor, ao invés de dar um pequeno bastão de gesso a cada um, que custa 25 Francos, divide-o pela metade e vende a dois alunos, ganhando desta forma o suficiente para comprar o próprio almoço. Notando o comportamento de Eliane aquele colega lhe perguntou o porquê da sua atitude: “Eu expliquei que este modo de agir não é correto porque as crianças merecem a justiça e, também, porque Jesus disse ‘Todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes’ (Mt. 25,40)”. Também o Secretário da Cultura ficou sabendo do estilo de vida de Eliane e, para ela, foi uma nova ocasião para expressar as suas convicções. “Passado certo tempo – ela continua – o Secretário e a sua esposa me convidaram para ser madrinha da filha mais nova deles. Eu aceitei, com alegria, e agora me sinto efetivamente um membro daquela família”. Em seguida, os colegas propuseram o nome de Eliana como candidata às eleições para compor a Delegação dos Funcionários, que está sob a supervisão do Inspetor de Trabalho. Atualmente ela exerce a função que consiste em intermediar e tutelar o bom funcionamento da escola e manter o respeito quanto ao cumprimento dos deveres de cada um. Eles encarregaram Eliane de assumir também a secretaria de uma Associação de Solidariedade que reúne as mulheres que frequentam o ambiente da escola, cujo objetivo é instruir as jovens com relação à prevenção de doenças e higiene pessoal. Os membros dessa Associação também decidiram aderir aoTime Out”. “Atualmente – conclui Eliane – muitas vozes se elevam pedindo a paz, não somente para a República Centro-Africana, mas para o mundo inteiro”.

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