Início da década de 60. A Sicilia era muito distante de Trento, parecia inacessível. E, mesmo assim, desde aqueles anos, por meio de um primeiro grupo de focolarinos, a espiritualidade da unidade se difundiu em muitas cidades da ilha situada no extremo sul da Itália. Entre estas, Scicli, 25.000 habitantes, uma obra prima do estilo barroco, declarada patrimônio cultural da humanidade. Uma cidade que, como Agrigento, Pozzallo e outras, que estão situadas ao longo do Canal da Sicilia e que são citadas por causa do desembarque dos imigrantes do Norte da África, encontrando-se no centro do novo fluxo migratório destes anos. As pessoas daquela região, por natureza são hospitaleiras e a exortação de Jesus “Que todos sejam um (Jo 17,21) e, também, as sugestões de Chiara Lubich sobre o caminho a ser percorrido por aqueles que querem conquistar a própria cidade a Deus, encorajaram, durante anos, a comunidade siciliana dos Focolares a aproveitar todas as ocasiões para ir ao encontro de todos. O diálogo com cristãos de outras Igrejas, o apoio a jovens imigrantes, a festa alternativa de fim de ano, para não deixar ninguém só, aulas de italiano, um Centro diurno de acolhimento para crianças, onde as atividades são feitas pelos adolescentes, um restaurante popular que se tornou o Projeto “Uma mesa, uma família” e ainda muitas outras atividades. “
Na nossa cidade moram alguns irmãos pertencentes à Igreja Metodista”, nos conta Ignazio Ventura, de Scicli. Desde a década de 90 iniciou-se um profundo diálogo e partilha de ideias, fundamentado na comunhão. Decidimos juntos oferecer, uma vez por semana, refeições aos numerosos imigrantes que se encontram na nossa cidade”. “Hichem e Samia, um jovem casal da Tunísia, moram há pouco tempo em Scicli. Nós ajudamos a mobiliar a modesta casa deles. Preocupados com a própria situação econômica precária, eles nos disseram que Samia estava grávida e foi o amor concreto de muitas pessoas que os tranquilizou durante a gravidez. O nascimento de Deyssem, depois dos primeiros momentos de alegria, tornou-se uma preocupante corrida contra o tempo, por causa de uma malformação da criança e era urgente intervir em poucas horas. Ficamos ao lado deles naquele momento difícil. Era necessário organizar uma viagem à Roma. Uma pessoa da comunidade se ofereceu para acompanhar a criança e o seu pai. A cirurgia obteve sucesso e o pequenino foi salvo!”. Naquele período, com outras instituições, teve origem o Centro de Acolhida Intercultural “A Fonte”, e respondemos ao apelo da prefeitura de ensinar italiano aos jovens imigrantes, três vezes por semana, por dois anos consecutivos. Desta iniciativa nasceu um espetáculo no quais os jovens do Norte da África e de Scicli se empenharam com grande ardor.
Inspirando-se ao “Manifesto” que Chiara entregou às novas gerações – “Uma cidade não basta” – desde 2005 os adolescentes do Movimento Juvenil pela Unidade se ocupam das crianças que são recebidas em um Centro diurno de acolhimento, administrado por algumas Religiosas. Naquele Centro as crianças – que vivem situações difíceis – almoçam e passam a tarde inteira. Foram estabelecidos os turnos para acompanhá-las nos momentos dos jogos e para ajudá-las nas tarefas escolares. A assistente social e a psicóloga afirmam que a presença dos adolescentes do Movimento Juvenil é muito importante para as crianças. Em 2006 foi solicitada a contribuição das famílias do Movimento dos Focolares para a formação das famílias das crianças que frequentam o Centro. Famílias albanesas, com cultura e religião diferentes, famílias separadas, com os genitores no cárcere ou em regime de prisão domiciliar… “A nossa disponibilidade ao Centro e às Religiosas nos ofereceu muitas oportunidades, em um relacionamento de recíproca ajuda e apoio, mesmo quando não é possível fazer nada além de escutar ou acolher as pessoas com os próprios sofrimentos. E assim teve origem o Projeto “Uma mesa, uma família”: servimos uma refeição para sessenta pessoas, um domingo por mês. “Estamos experimentando – conclui Ignazio – que a atmosfera de família se concretiza além de qualquer barreira cultural. É verdade que quando nos doamos aos outros se experimenta a paz interior, a liberdade dos filhos de Deus.”
Promover a paz por meio do esporte
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