Uma manifestação de grande beleza, uma ocasião para estabelecer novas relações, uma surpreendente correspondência em relação à visão de Chiara Lubich sobre o relacionamento com as realidades humanas. O esporte como fator potencial de transformação e, desta forma, a serviço da humanidade com uma abertura corajosa a um autêntico diálogo, doando de maneira profunda a inspiração fundada na Sabedoria que tocou os corações e, esperemos as mentes, e, consequentemente, as intenções da multiforme representação do esporte mundial”. Esta é a afirmação de Paolo Cipolli, que participou do evento e é coordenador de Sportmeet, fundado por Chiara Lubich em 2002, com o objetivo de dar uma contribuição à fraternidade universal, no esporte e por meio do esporte. A cerimônia de abertura, presidida pelo Papa Francisco, contou com a presença de significativos convidados, a começar pelo Secretário Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon; pelo presidente do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach e pelos líderes de outras Igrejas e das grandes religiões. Foram seis os princípios inspiradores da Conferência: compaixão, respeito, amor, inspiração, equilíbrio e alegria. “O esporte é uma atividade humana de grande valor, capaz de enriquecer a vida das pessoas, da qual podem desfrutar com alegria homens e mulheres de todas as nações, etnias e pertenças religiosa. (…) O lema olímpico “altius, citius, fortius” é um convite a desenvolver os talentos que Deus nos concedeu. (…) É importante que todos possam participar das atividades esportivas, e estou feliz por tomar conhecimento de que no centro da vossa atenção, nestes dias, está o compromisso para assegurar que o esporte torne-se cada vez mais inclusivo e que os seus benefícios sejam verdadeiramente acessíveis a todos”, afirmou o papa Francisco. Lembrando-se especialmente das sempre mais numerosas periferias, quanto à indiferença, o Papa exortou: “Todos nós conhecemos o entusiasmo das crianças que jogam com uma bola vazia, ou feita de trapos, nos subúrbios de algumas cidades grandes ou nas ruas dos povoados. Eu gostaria de encorajar a todos — instituições, sociedades esportivas, organismos educativos e sociais, comunidades religiosas — a trabalhar juntos para que essas crianças possam ter acesso ao esporte em condições dignas, especialmente aquelas que são excluídas por causa da pobreza”. Papa Francisco concluiu com um desafio preciso: “(…) Preservar a autenticidade do esporte, protegê-lo das manipulações e da exploração comercial. Seria triste, para o esporte e para a humanidade, se as pessoas não conseguissem mais confiar na verdade dos resultados esportivos, ou se o cinismo e o desencanto prevalecessem sobre o entusiasmo e sobre a participação alegre e desinteressada. No esporte, assim como na vida, é importante lutar pelo resultado, mas, jogar bem e com lealdade é ainda mais importante!”. No palco, junto ao papa, estavam muitos atletas entre os quais os italianos Alessandro Del Piero e os esgrimistas medalha de ouro nas Olimpíadas, Daniele Garozzo e Valentina Vezzali; a nadadora do Zimbábue e ex-dententora do record mundial, Kirsty Coventry; o ginasta Igor Cassina e alguns atletas paraolímpicos, entre os quais a campeã Anna Schaffelhuber; a atleta Giusy Versace e a esgrimista medalha de ouro no Rio 2016, Bebe Vio. Muito significativas as breves palavras do atleta do Sudão do Sul, Paulo Lokoro, participante da competição no Rio 2016, na equipe olímpica dos refugiados. A Conferência, que se realizou de 5 a 7 de outubro, contou com a cooperação de mais de 300 delegados de diversas etnias, culturas e religiões, representando organismos internacionais, esportivos e não, de governos, de associações e ONGs, de empresas comprometidas no diversificado mundo do esporte. Graças a momentos de reflexões, aprofundamentos temáticos, testemunhos, trabalhos em grupos, evidenciou-se a função, insubstituível, que o esporte pode ter no serviço à humanidade. “Fiquei feliz de participar e de ter contribuído para a realização de um evento de importância histórica pela novidade com a qual a Igreja direcionou o seu olhar ao esporte”, disse Paolo Crepaz, membro de Sportmeet. Na conclusão houve um momento solene: a assinatura de todos os participantes, comprometendo-se a ser gamechanger, pessoas que se inserem e promovem uma rede mundial, convictas de que o esporte pode transformar o mundo.
Juntos somos fortes
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