A cidadezinha suíça hospeda duas escolas para jovens: os focolarinos em formação e aqueles que querem aprofundar a espiritualidade da unidade. Para eles o diálogo, o intercâmbio e o enriquecimento recíproco entre as gerações e as culturas, é o traço distintivo de Montet. “Uma comunidade que trabalha concretamente alma e corpo para mostrar à humanidade que a diversidade não é um fracasso, mas uma graça de Deus sobre o homem para unir o mundo”. Assim Michael, um rapaz do Mali, descreve a cidadezinha dos Focolares em Montet, na Suíça. Aqui, junto com outros 30 jovens de 13 países diferentes, transcorreu um ano de formação humana, espiritual e profissional. Um período de estudo, trabalho e vida comunitária, vivido à luz dos ensinamentos do Evangelho e do Carisma da Unidade de Chiara Lubich, para experimentar que é possível construir relacionamentos de fraternidade inclusive entre pessoas diferentes por idade, cultura, sensibilidades e tradições. Com efeito, circundada pelos três lagos de Bienne, Morat e Neuchâtel, entre colinas verdes e panoramas que inspiram paz e silêncio, a Cidadezinha internacional dos Focolares, desde 1981, se caracteriza pela presença de cerca de cem habitantes de 35 nações diferentes: metade são jovens que moram aqui por um ano, a outra metade são adultos que garantem a sua continuidade. Aqui se cruzam as estradas de pessoas provenientes dos 5 continentes, de culturas e religiões diferentes, cristãos de várias denominações e de todas as gerações. Foi nestes lugares, nos anos 1960, que Chiara Lubich teve a primeira intuição daquelas que seriam as cidadezinhas dos Focolares – hoje, 25 no mundo – pensadas como lugares-testemunho da fraternidade universal: “Foi em Einsiedeln que entendi, vendo do alto de uma colina a basílica e os seus arredores, que devia surgir no Movimento uma cidade, a qual não seria formada por uma abadia ou por hospedarias, mas por casas, locais de trabalho, escolas, como uma cidade comum”. Na cidadezinha estão hospedadas duas escolas de formação para jovens. Uma para os que se preparam para a vida consagrada, os focolarinos. E outra para aqueles que desejam viver um ano de vida comunitária e estão em busca da sua vocação. “Ter participado da escola em Montet – conta Alejandro de Cuba – junto com pessoas de muitas nações, foi uma confirmação de que o mundo unido é possível até mesmo quando existem diversidades, mas existe também a vontade de o construir. É aprender diariamente uns dos outros. É procurar construir a unidade na diversidade através do amor. É uma aventura maravilhosa”.
“Na cidadezinha – explica André do Brasil – os jovens têm a oportunidade de estudar a ética, a sociologia, a teologia e o diálogo intercultural e de aprofundar a espiritualidade da unidade. Podem pôr em pratica estes aspectos nos trabalhos desenvolvidos, lançando as bases de um futuro profissional mais responsável e coerente em cada âmbito social”. “Além disso – acrescenta – vivendo o respeito entre as gerações, você entende que ninguém é maior do que o outro, mas, ao invés, que cada um é responsável pelo outro, por isso os idosos se tornam mais jovens no seu modo de viver a vida e os jovens adquirem responsabilidade”. Para Glória, da Argentina, a interculturalidade, ou seja, o diálogo, o intercâmbio e o enriquecimento recíproco entre as culturas, é o traço distintivo da cidadezinha. “Tivemos que aprender a fazer algo grande com a nossa diversidade. Foi difícil porque parecia que não nos entendíamos, mas com amor resolvemos as coisas práticas e nos compreendemos nas coisas transcendentes. Ao viver juntos descobri as coisas mais bonitas dos outros, mas também as da minha cultura. Entendi o valor que tem o próximo na minha vida e acho que não devemos ter medo de nos abrirmos para conhecer o “mundo dos outros”. Em Montet “existem respostas para as perguntas que nos fazemos todos os dias” comenta Ivona da Sérvia. A cidadezinha “é um dom de Deus – é o sentimento que Larissa leva consigo para o Brasil – uma família, multicultural e de diferentes gerações”.
Claudia Di Lorenzi
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