Movimento dos Focolares

Terra Santa: coragem e perspectivas

Mar 15, 2011

Entrevista com Margherita Karram e Eduardo Stupino, responsáveis pelo Movimento dos Focolares na Terra Santa, sobre o significado da recente viagem da presidente Maria Voce.

O que significou a visita de Maria Voce para o Movimento dos Focolares na Terra Santa?

Um grande encorajamento para todos. Abriram-se novas perspectivas e contatos, especialmente no mundo civil e acadêmico. Foram colhidos os frutos do trabalho destes 33 anos de vida do Movimento aqui.

O aspecto mais importante, no entanto, foi a esperança que Maria Voce doou a todas as pessoas que encontrou. Uma esperança corroborada pelo espírito de amor e de unidade, típicos do Movimento. As suas palavras ficaram gravadas nos corações de todos nós: «Vocês estão aqui também por todo o Movimento dos Focolares. Vocês tem uma missão a cumprir, que os outros não podem realizar. No grande mosaico, que é o nosso Movimento, creio que vocês são a pedrinha mais preciosa. Ninguém os pode substituir, são vocês que tem esta sorte e esta graça».

Emergiram novidades para a ação do Movimento num contexto tão complexo?

Sem dúvida um compromisso claro nas diversas frentes de diálogo. Antes de tudo trata-se de trabalhar para promover, cada vez mais, a unidade entre todos os movimentos eclesiais presentes na Terra Santa. Além disso, vários bispos encorajaram o trabalho do nosso Movimento no âmbito da pastoral juvenil e da família. Veio à tona também a exigência de responder concretamente à solicitação, expressa por várias organizações inter-religiosas, de uma colaboração concreta na difusão do espírito da fraternidade universal, e de cooperar para o bem comum e a paz entre as pessoas de credos diferentes.

E não podemos esquecer os contatos que tivemos com a prefeitura de Jerusalém e com outros municípios da Autoridade Palestina. Enfim, cada vez mais se evidencia o caminho da construção de pontes, em todos os níveis.

Maria Voce encontrou expoentes da Igreja católica, mas também de outras Igrejas cristãs e de outras religiões. Qual o significado destes contatos?

Estas visitas foram muito apreciadas, seja pelos Patriarcas seja pelos bispos de outras Igrejas. Todos sublinharam a importância do carisma da unidade, a necessidade de uma espiritualidade sólida e profunda, inclusive no campo do ecumenismo. Por isso solicitaram a nossa colaboração em projetos internos das várias Igrejas e em organizações inter-religiosas.

Existe uma prioridade específica que, pode-se dizer, emergiu na conclusão da visita da presidente?

É difícil dizer que emergiu uma prioridade específica, porque tudo foi importante.

Maria Voce viu a necessidade de reforçar a presença do focolare, segundo o pedido que lhe foi dirigido por várias personalidades. Valorizou também o projeto “Nos passos de Jesus”, para a acolhida e animação de grupos de peregrinos, encorajando-nos a prosseguir, com a contribuição de todo o Movimento na Terra Santa.

E enfim, alguma coisa sobre o nosso terreno, ao lado da igreja de São Pedro do Gallicantu, adjacente à pequena escada onde, segundo a tradição, Jesus rezou ao Pai pedindo a unidade de todos os homens. Chiara Lubich  sonhou que um dia existisse ali um focolare. Maria Voce nos confidenciou: «Não obstante as dificuldades nós não renunciamos. E não renunciamos porque faz parte da nossa espiritualidade, num certo sentido, do nosso carisma». Por enquanto viu-se a possibilidade de propor que seja desenvolvido um grande parque, que poderia ser utilizado para encontros ao ar livre, ou para outras circunstâncias.

De Roberto Catalano

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