Movimento dos Focolares

Um verdadeiro capitão A última saudação a Albert Dreston

Jan 3, 2020

No dia 30 de agosto de 2019, num dos últimos dias ensolarados de verão, Albert Dreston nos deixou, professor, teólogo, focolarino e protagonista, durante gerações, também do futebol de Loppiano, a cidadezinha internacional dos Focolares na Itália, onde viveu 52 anos.

No dia 30 de agosto de 2019, num dos últimos dias ensolarados de verão, Albert Dreston nos deixou, professor, teólogo, focolarino e protagonista, durante gerações, também do futebol de Loppiano, a cidadezinha internacional dos Focolares na Itália, onde viveu 52 anos. A sua história, desde os primeiros anos de sua vida é tudo, menos simples. Nasce na Renânia em 1939 e aos seis anos de idade perde o pai durante a Segunda Guerra Mundial. Apesar da dor, entre as lágrimas, faz a primeira grande descoberta de Deus. “De improviso – conta – uma força e uma voz dentro de mim, como se Deus me dissesse: ‘Não estás órfão, sou eu o teu pai’. Desde aquele momento nunca mais me faltou o meu pai, nunca mais me senti sozinho”. Em idade jovem, devem lhe extrair um rim e parece que não possa viver por muito tempo. Porém, como frequentemente acontece, o passo de quem está pronto a deixar tudo é também o primeiro em direção à revelação de um grande “tesouro”. Assim, em 1957 em Münster, num encontro com alguns focolarinos fica impressionado por “Jesus no meio, fruto do amor recíproco.” Aqui, a sua vida desemboca na estrada do Ideal que o ajudará a viver as tribulações e as aflições físicas com uma nova consciência. No ano seguinte, pe. Foresi e Chiara concordam que ele entre em focolare e, alguns anos mais tarde, é o próprio pe. Foresi que lhe comunica que, uma vez terminados os estudos de Antigo Testamento, iria lecionar em Loppiano, primeira Mariápolis permanente. É o ano de 1967, Albert tem 28 anos, as condições físicas melhoram, em Loppiano o esporte é vivido como elemento imprescindível para a relação com os outros, a acolhida e o conhecimento recíproco. Neste cenário, começa para ele um período novo: jovem formador no meio de jovens de todo o mundo. Nos anos de serviço na cidadezinha nunca deixou de ser um ponto de referência. Ensinava na sala de aula e no campo esportivo, com a dedicação do apaixonado por futebol, a inteligência do mestre e o afeto do focolarino. Certamente não se pode dizer que tenha sido um craque das jogadas refinadas e nem mesmo um grande goleador. Era algo mais. Nos últimos anos, ultrapassadas as 75 primaveras, podia acontecer que não sentisse vontade de jogar e, no entanto, você o encontrava lá, 30 minutos antes do horário marcado, acolhendo os jogadores e arrumando aquele mesmo campo que, dali a poucos meses, terá como título o seu nome. Era algo mais, sim, defensor da grande cronometragem, numa única partida era capaz de ser o dono do campo, o treinador, o juiz, o bandeirinha, o líbero e sobretudo o diretor esportivo… porque antes de tudo se devia formar os times e ele, um par de bravos defensores (que fossem africanos, brasileiros ou asiáticos) sempre conseguia pegar para si. Por tudo isto, Albert Dreston “era” o futebol em Loppiano, um verdadeiro capitão, porque companheiro de time de todos, até mesmo quando adversário. Uma autêntica… “lenda”. Pronunciar o seu nome hoje, é abrir o grande livro do Movimento dos Focolares, rico de pessoas queridas, vidas preciosas. É se deter num capítulo de um homem que nas formas mais diferentes soube doar o seu tempo para ajudar os outros. Nos últimos anos, alguém se perguntava se ainda podia jogar futebol, se não tinha chegado o momento de fazer uma partida de despedida, pendurar as chuteiras e encerrar em beleza esta história. Alguém tinha a coragem de lhe sussurrar isto com respeito. Ingênuos todos nós que tentamos. Albert, com obstinada e teutônica coerência respondia: “Eu passarei diretamente do campo esportivo para o campo santo.” E, num certo sentido, assim foi. Ele se despediu de nós na sexta-feira. Como de costume, cronometragem perfeita: para as últimas convocações às vésperas do match, para formar os times e continuar a dar o tiro de meta… entre os campos Elísios. Bom paraíso futebolístico, capitão… e obrigado!

Andrea Cardinali

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