Movimento dos Focolares

Uma Mariápolis a grandes altitudes

Nov 25, 2013

Durante o ano, em vários pontos do mundo, acontecem as Mariápolis. O relato do primeiro encontro deste tipo realizado numa pequena cidade do Peru, sob o lema do amor recíproco.

Bolívar, a 3200 metros acima do nível do mar. No mês de agosto passado, nesta localidade andina do Peru, a cerca de 25 horas de distância de Lima, por estrada, realizou-se pela primeira vez a Mariápolis. “Foi um sonho que se tornou realidade e que nos fez experimentar um amor especial de Deus”, disseram alguns dos participantes.

Para a ocasião, a cidade inteira foi envolvida pela novidade do evento e os que vieram de outras comunidades foram hóspedes dos habitantes do lugar. Era impressionante ver a dignidade destas pessoas, com as suas roupas típicas, as melhores que tinham, como nos dias de festa.

Para poderem contribuir com uma quota, alguns dos 190 participantes colocaram em ação uma prática muito difundida naquelas localidades, o “trueque” (intercambio de produtos). Houve quem colaborasse com dois feixes de lenha, ou com um saco de batatas, cebolas ou legumes.

A notável presença de jovens e adolescentes – cerca de 60% dos presentes – coloriu o encontro de modo característico. Escreveram a Olga Maria e o Walter, focolarinos, que participaram na organização: “Quando começamos a cantar a primeira canção, pouco a pouco juntaram-se algumas jovens. No fim toda a sala participava e o palco ficou cheio de jovens e de crianças felizes”.

O programa foi sobre a arte de amar, com exemplos e experiências da vida quotidiana. Um momento vivido intensamente desenvolveu-se ao redor do tema do perdão, com uma cerimônia penitencial precedida pela leitura de um escrito de Chiara Lubich.

No último dia, todos – adultos e jovens – quiseram comunicar por escrito a experiência vivida durante aqueles dias.

Laurita, de 15 anos, escreveu: “A Mariápolis para mim foi muito importante, porque aprendemos a amar, partilhar, ver Jesus no outro. Chiara ensina-nos a viver em família”. Jhayro Jhulián, 7 anos: “De agora em diante vou comportar-me bem e obedecerei aos meus pais. Acredito mais em Deus e irei à missa todos os domingos”. Deicy, 38 anos: “Estes dias ajudaram-me a dar uma nova direção à minha vida, sem pensar só nos meus problemas, mas mirando a servir aos outros e a seguir o exemplo de Jesus concretamente”. Edgar, 42 anos: “Aprendi a amar o próximo e a perdoar. Sinto-me mais sereno e unido a Deus”.

“Ao chegar a Bolívar – disseram ainda a Olga Maria e o Walter – tivemos a ideia de desenhar na parede da sala uma grande cidade, onde, depois de cada gesto de amor dos participantes, se podia pintar um pedaço. No final da Mariápolis a cidade estava muito colorida e bonita, fruto do amor recíproco que contagiou todos”.

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